Paulo Araújo

Paulo Araújo

Motociclista, jornalista e comentador desportivo

OPINIÃO

GP San Marino Moto GP – A ausência de Rossi

Parece que, das várias circunstâncias a afectar a classe de MotoGP no Grande Prémio da República de S. Marino, a ausência de Valentino Rossi vai mesmo ser a mais falada.

andardemoto.pt @ 9-9-2017 11:44:00 - Paulo Araújo

Pelos vistos, se Viñales beneficiará da ausência do seu multi-titulado colega do outro lado da boxe, se Dovizioso continuará a sua carreira de bons resultados, se as Honda conseguiram finalmente vencer os problemas que as têm afectado- até se a Suzuki vai começar a aparecer mais à frente nos resultados- tudo ficará em segundo plano.

Especulando, sim, Viñales pode bem beneficiar da ausência de Rossi- com cuja presença tinha, de qualquer modo, muito pouco a ganhar, os dois tendo estilos tão diferentes que pouco ou nada teria a aprender com as afinações do “louro”- alcunha do “paddock” para Rossi, melhor dizendo, o “biondo”, a mesma coisa em Italiano. Até agora, Rossi tinha-lhe dado que fazer das fases iniciais da corrida – e, frequentemente, até às última voltas.

O que é claro é que o piloto de Tavulia vai ficar de fora em Misano – ironicamente, o GP mais perto da sua casa – e quase de certeza, no seguinte duas semanas depois em Aragón. Mais, a regressar, correrá as quatro provas que restarão então sob o estigma de poder, mesmo com uma queda banal ou um incidente de corrida, agravar uma lesão que, pela sua importância, estará longe de completamente curada.

O Campeonato para “Vale” acabou. E a sua ausência anunciada, ainda que provisória por agora, já levou muitos a especular, inevitavelmente, como será a MotoGP quando ele não estiver mais. Quantos “fans” perderá o Campeonato, que outros virão substituir nos écran de televisão e nas mentes dos espectadores, a prestação e a personalidade maior que a vida real daquele que todos acabam por concordar, já é um dos mais extraordinários pilotos de todos os tempos. 

Não é a primeira vez que uma lesão põe fim à carreiras de um piloto repentinamente – o mesmo aconteceu com Doohan a 7 de Maio de 1999. Só que o Australiano, longe de ser na altura a razão porque se seguia o Mundial, era para muitos, pelo seu domínio, que vinha durando há seis anos, desde 1994, a razão porque as corridas se tinham tornado maçadoras e previsíveis. A era Doohan correspondeu a uma queda severa nas audiências globais da Moto GP, que chegaram a estar abaixo das SBK; quando uns anos depois, já na era Rossi, excediam por vezes pontualmente as da Formula 1.

Decerto, bons despiques voltarão. Novas qualidades serão reveladas noutros pilotos. Ainda há pouco, ninguém creditava Dovizioso com as capacidades que agora está a demonstrar, corrida após corrida. E do lado de Espanha, Itália e Inglaterra, tampouco falta talento... Atrevamo-nos a sonhar; poderá ser do nosso Portugal que surgirá a próxima estrela do MotoGP? Que espantoso se a era Rossi viesse a dar lugar à era de... Miguel Oliveira!


andardemoto.pt @ 9-9-2017 11:44:00 - Paulo Araújo


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