MotoGP Europa – Excelente 5º lugar para Miguel Oliveira e Joan Mir a 13 pontos do título!

Tal como se esperava, a primeira das três últimas rondas do Mundial de Velocidade terá sido decisiva na atribuição do título de campeão de MotoGP. Depois das condições climatéricas desfavoráveis nos dois primeiros dias de Grande Prémio da Europa, o asfalto do circuito Ricardo Tormo em Valência apresentou-se seco para a corrida. E isso veio baralhar por completo as estratégias dos pilotos e as afinações e escolhas de pneus.

Ainda antes da corrida começar, Miguel Oliveira recebeu a boa notícia de que não iria arrancar de 8º mas sim de 7º. Tudo porque Aleix Espargaró (Aprilia Gresini) foi penalizado com descida de três posições na grelha de partida depois de pilotar de “forma irresponsável” durante a Qualificação 2 de MotoGP, nomeadamente entrando em pista vindo da box sem respeitar as bandeiras azuis que assinalavam que estava um piloto em volta rápida a travar para a curva 1 do circuito valenciano.

Aleix foi penalizado por interferência na volta de outro piloto e assim desceu três posições, o que acabou por beneficiar a posição em pista de Miguel Oliveira, que assim se posicionou no primeiro lugar da terceira fila da grelha.

No arranque para a corrida de MotoGP, o piloto português da Red Bull KTM Tech3 aproveitou da melhor forma o sistema de “holeshot” da KTM, arrancou “que nem uma bala” e rapidamente se posicionou na quarta posição, logo atrás de Joan Mir (Ecstar Suzuki), o líder do campeonato, que por sua vez estava colado na traseira do seu companheiro de equipa Alex Rins, com Pol Espargaró (Red Bull KTM Factory) a manter a liderança, ele que arrancou da “pole position”.

Com uma escolha de pneus que lhe permitiria atacar na segunda metade da corrida, Miguel Oliveira manteve sempre o contacto com o trio da frente, pelo menos durante a primeira metade da prova valenciana.

No entanto, e a partir do momento em que Alex Rins passou Pol Espargaró, assumindo então a liderança, movimento que foi depois replicado por Joan Mir que fez então Pol Espargaró descer a terceiro, o piloto português começou a revelar não ter andamento para acompanhar a tripla de pilotos à sua frente.

No momento em que era preciso dar tudo, e quando Joan Mir já pressionava Alex Rins pela liderança, Miguel Oliveira foi perdendo preciosas décimas para o companheiro de marca Pol Espargaró, com o piloto espanhol da equipa de fábrica a ser o único capaz de manter a curta distância para a dupla da Ecstar Suzuki.

Quem no entanto não estava satisfeito com o quinto lugar era Takaaki Nakagami (Idemitsu LCR Honda). O piloto japonês conseguiu realizar uma série de voltas ligeiramente mais rápidas do que Miguel Oliveira, colou-se na traseira da RC16 do português, e depois assumiu a quarta posição e não mais a largou, apesar dos esforços de Miguel Oliveira que ao perceber que não tinha argumentos para melhorar a sua quinta posição preferiu então manter-se a salvo dos ataques de pilotos que vinham mais atrás, nomeadamente Jack Miller (Pramac Ducati), Brad Binder (Red Bull KTM Factory) e ainda Andrea Dovizioso (Ducati Factory).

Este quinto lugar de Miguel Oliveira é mais um excelente resultado para o português, aliás, um resultado que o próprio piloto da Tech3 colocou como objetivo para estas corridas finais do campeonato, e que assim reforça a sua 10ª posição numa classificação que tem Joan Mir com o título à vista.

Tal como referimos, Joan Mir deixou Alex Rins fazer as despesas da corrida até chegarmos às 7 voltas finais. Foi a partir desse momento que o jovem de 23 anos e natural de Palma de Maiorca passou ao ataque, pressionando o seu companheiro de equipa e rival na luta pelo título.

Sabendo, por informação da equipa, que Fabio Quartararo (Petronas Yamaha SRT) estava muito atrasado em 14º depois de uma queda logo na primeira volta, e por isso a somar apenas dois pontos, e também sabendo que Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) estava numa situação complicada depois de ter de arrancar do “pit lane” e por isso não iria somar muitos pontos, Joan Mir decidiu que estava no momento de alcançar a sua primeira vitória na categoria rainha e aproveitou um alargar de trajetória de Rins para assumir então a liderança.

Em poucas voltas Mir alcançou uma vantagem confortável para Alex Rins, que por sua vez tinha Pol Espargaró a pressionar pelo segundo lugar. No entanto as posições dos três primeiros não se alteraram mais até à bandeira de xadrez.

Joan Mir tornou-se no nono piloto diferente a conseguir vencer em MotoGP nesta temporada de 2020. A sua primeira vitória aparece num momento crucial na luta pelo título, com os 25 pontos que somou no GP da Europa a permitirem reforçar a sua liderança e colocando-o a apenas 13 pontos de assegurar o título de campeão de MotoGP!

Alex Rins, com o segundo lugar, ajudou a Suzuki a quebrar um longo jejum de dobradinhas na categoria rainha. A última dobradinha da casa de Hamamatsu aconteceu em 1992 no Grande Prémio da Alemanha. Melhor, Alex Rins sobe a segundo da classificação, agora empatado com Fabio Quartararo, ambos a 37 pontos de diferença de Joan Mir quando ainda faltam disputar um máximo de 50 pontos.

Nas contas do campeonato de MotoGP temos agora Joan Mir com um total de 162 pontos, Fabio Quartararo e Alex Rins em segundo com 125 pontos, Maverick Viñales com 121 pontos, Franco Morbidelli ligeiramente atrás com 117 pontos e o último piloto que ainda tem hipóteses matemáticas de chegar ao título é Andrea Dovizioso com os mesmos 117 pontos de Morbidelli. Quanto a Miguel Oliveira, mantém e até reforça a sua 10ª posição no campeonato tendo agora um total de 90 pontos na sua conta pessoal.

A próxima ronda é o Grande Prémio da Comunidade Valenciana, neste mesmo circuito Ricardo Tormo. Será a primeira oportunidade de Joan Mir fechar as contas do título a seu favor. Tendo em conta a performance desmonstrada pelo jovem espanhol, mas também pelas Suzuki, que subiram ambas ao pódio nas últimas corridas de MotoGP, Joan Mir poderá sagrar-se campeão quando ficar a faltar uma corrida para o fim da temporada, precisamente no Autódromo Internacional do Algarve (20 a 22 de novembro).