EICMA 2019 – BMW S 1000 XR

Sem perder o seu cariz desportivo, a nova S 1000 XR ganha importantes argumentos para se tornar numa moto mais turística. Fique a conhecer os detalhes da nova BMW S 1000 XR para 2020 que foi apresentada no Salão de Milão EICMA.

andardemoto.pt @ 11-11-2019 14:47:59

Desde que apareceu, a S 1000 XR mostrou ser uma moto capaz de percorrer bastantes quilómetros sem esquecer o seu lado mais desportivo. E melhorar uma moto que se revelou tão eficaz dentro do seu segmento provou ser uma tarefa muito complicada para a equipa liderada por Ralf Mölleken.

No entanto, no Salão de Milão EICMA, o resultado desse trabalho árduo ficou à vista com a revelação da nova S 1000 XR para 2020. Mais leve, mais potente, e ainda mais equipada de série, a nova versão “mil” da XR junta-se assim à também novidade para 2020 F 900 XR que pode conhecer em detalhe clicando aqui.

O motor que equipa a BMW S 1000 XR de 2020 deriva diretamente da unidade motriz da mais recente geração da S 1000 RR, a superdesportiva alemã. É por isso com naturalidade que a BMW anuncia que este motor garante prestações ainda mais interessantes para os motociclistas que gostam de adrenalina.

Com uma potência máxima de 165 cv às 11000 rpm e binário de 114 Nm às 9250 rpm, a S 1000 XR disponibiliza todo o potencial deste motor ao longo de uma faixa alargada de rotações.

Em relação ao motor que equipava a versão anterior, este quatro em linha conta com uma taxa de compressão maior (12.5 vs 12.0), enquanto as rotações descem 8% devido às novas relações em 4ª, 5ª, e 6ª relações. Com esta modificação a BMW revela também que o consumo de combustível desce de 6,7 para 6,2 litros.

O novo motor é significativamente mais compacto e mais leve do que o seu predecessor. O bloco do motor foi redesenhado, componentes internos estão mais leves, as árvores de cames passam a ser acionadas diretamente pela cambota, as bombas de água e de óleo passam a estar integradas num só elementos mais compacto e leve. O motor de arranque foi reposicionado atrás dos cilindros, a posição da cambota é detetada via alternador, o comprimento das bielas desce  4 mm para um total de 99 mm, ao mesmo tempo que a BMW consegue poupar 10% do peso nestes componentes.

Com tudo isto o motor da nova S 1000 XR é 12 mm mais estreito e uns massivos 5 kg mais leve!

Ainda no interior do motor quatro cilindros em linha, destacamos os novos perfis das árvores de cames e o redesenhar da admissão. De acordo com a BMW, estas modificações, em conjunto com um acelerador eletrónico mais “leve” e progressivo, permitem que a S 1000 XR se revele mais forte nos baixos e médios regimes.

Também novidade neste motor é a utilização, como equipamento de série, do sistema Drag Torque Control (MSR). Este sistema eletrónico consegue prever ou detetar numa fase muito inicial quando a roda traseira vai começar a escorregar, pelo que em caso de perda de aderência do pneu traseiro, o MSR vai atuar ao nível do acelerador, reduzindo o binário disponível. Os parâmetros de intervenção do MSR estão diretamente ligados aos diferentes modos de condução da S 1000 XR.

Para terminar, o motor respira agora através de um novo sistema de escape redesenhado, fabricado em aço inox, mais leve 1,2 kg que o sistema de escape da geração anterior e mais limpo graças à utilização de dois catalisadores que, no entanto, não eliminam por completo a sonoridade viciante criada pelo motor.

Já na eletrónica que a BMW S 1000 XR coloca à disposição do condutor, o destaque vai para os diferentes modos de condução que permitem adaptar o comportamento desta adventure-sport consoante as necessidades.

No total a nova S 1000 XR disponibiliza, de série, quatro modos de condução: Rain, Road, Dynamic, e ainda o mais desportivo Dynamic Pro. Pela primeira vez na S 1000 XR, a BMW permite ao condutor personalizar por completo os parâmetros do modo Dynamic Pro.

Graças à nova unidade de medição de inércia (IMU) de 6 eixos, as ajudas eletrónicas à condução revelam-se muito mais evoluídas. A S 1000 XR conta com a última geração do sistema de controlo de tração DTC, ABS com função “cornering”, controlo de anti-cavalinho ajustável e que em modo “Power Wheelie” permite que a roda da frente levante conforme o condutor deseja, e ainda temos de contar com o efeito travão motor ajustável em 3 níveis no modo Dynamic Pro.

Para os motociclistas que pretendem viajar com a S 1000 XR carregada com passageiro e bagagens, a BMW facilita os arranques em locais inclinados graças à utilização, também como equipamento de série, de um prático sistema “Hill Hold”, que permite arrancar com segurança numa subida sem que a moto descaia.

Para os mais atrevidos, ou mesmo para aqueles que levem a S 1000 XR para umas voltas em pista, a marca alemã instala um eficaz “quickshift” que funcionar tanto para subir, como para descer de caixa, sendo que nas reduções a embraiagem deslizante elimina o bloqueio da roda traseira. De refererir que as modificações internas na embraiagem reduziram a força que temos de fazer no seletor de caixa para efetivar as trocas de caixa, resultando em maior conforto e suavidade.

Na ciclística a BMW optou por também fazer uma revolução completa na nova S 1000 XR.

Temos por isso um novo quadro denominado de Flex Frame. Continua a ser uma estrutura dupla trave em alumínio como anteriormente, uma estrutura de quatro secções soldadas e que integram o motor que fica com os cilindros rodados para a frente em 32 graus em relação ao seu eixo vertical.

Para obter uma redução de peso maior sem comprometer a estrutura, a BMW redesenhou as duas traves superiores, a coluna de direção, e os apoios de motor para que o motor passe a estar ainda mais integrado na estrutura, tendo agora mais importância ao nível da resistência estrutural.

Este novo quadro Flex Frame confere à nova S 1000 XR outras alterações e benefícios.

Por exemplo, a posição de condução está mais orientada, se assim podemos dizer, sobre a frente da moto ficando 20 mm mais à frente, com o condutor a inclinar-se mais um pouco sobre o depósito para agarrar depois os punhos no novo guiador que por sua vez é mais estreito 30 mm. O quadro mais estreito permite também uma zona de ligação do assento ao depósito de combustível que também é mais estreita, o que resultará numa posição de condução mais confortável, pois não obriga a abrir tanto as pernas.

Mas não foi só ao nível da posição de condução que encontramos novidades na ciclística.

A distância entre eixos aumento para os 1552 mm, o ângulo da coluna de direção aumenta para os 65,1 graus. Isto resulta num “feedback” melhorado sobre o que a moto está a fazer, o que aumenta a confiança na direção e ao mesmo tempo o condutor poderá sentir melhor o que a roda traseira está a fazer.

E por falar em roda traseira, esta está fixa num braço oscilante fabricado em alumínio. A estrutura é composta por duas secções soldadas, e está 20% mais leve que o mesmo componente na anterior XR. Não só torna a traseira mais leve devido à redução de peso não suspenso, como em conjunto com o amortecedor traseiro que permite maior curso à roda (150 mm) garantem que o condutor e passageiro usufruem de um comportamento mais confortável.

As suspensões da nova S 1000 XR são eletrónicas. De série conta com o sistema Dynamic ESA, que tem um modo de funcionamento Road. Podemos depois selecionar os diferentes modos de compressão para se adaptar à carga.

Opcionalmente, a S 1000 XR pode ser equipada com o Dynamic ESA Pro. Com estas suspensões eletrónicas instaladas temos dois modos de funcionamento (Road e Dynamic), e o sistema deteta automaticamente a carga que a moto está a transportar adaptando as suas afinações.

Os componentes internos das suspensões Dynamic ESA e Dynamic ESA Pro foram redesenhados.

As válvulas de amortecimento foram reconfiguradas, e assim as molas respondem de uma forma mais sensível aos impactos, o que resulta numa condução mais confortável. A pressão interna nas suspensões é reduzida, há maior quantidade de óleo, o diâmetro dos pistões é maior, a fricção interna foi reduzida para um comportamento mais suave entre as fases de compressão e extensão.

Com jantes semelhantes às da S 1000 RR, a nova S 1000 XR conta com uma inércia rotacional ainda menor. Se as jantes convencionais em alumínio fundido não forem do seu agrado, então a BMW coloca à disposição umas jantes, também de 17 polegadas, mas em alumínio forjado. Tanto num caso como no outro a S 1000 XR pode usar sistema de monitorização de pressão de pneus.

Na travagem esta novidade alemã recebe como equipamento de série o ABS Pro. Todos principais componentes físicos, como é o caso dos discos de travão, são mais leves. O sistema de travagem ABS Pro está diretamente ligado aos modos de condução, sendo que em Dynamic Pro o condutor pode ajustar o nível de intervenção do ABS Pro, incluíndo desligar o ABS na roda traseira para realizar derrapagens.

Ainda na travagem, e em estreia na S 1000 XR, encontramos o Dynamic Brake Control (DBC). Esta ajuda eletrónica controla a pressão feita nos travões e evita que o condutor acelere a moto em simultâneo. Se a pressão no sistema de travagem ultrapassar um valor pré-definido, e se o condutor acelerar, seja de forma intencional ou não, então o DBC entra em ação e não permite que o motor acelere normalmente.

Numa moto em que o design foi profundamente alterado, por exemplo a S 1000 XR passa a ter óticas simétricas e as diversas carenagens reforçam a “construção” por camadas para conferir à moto um aspeto tridimensional, encontramos escondido atrás do novo ecrã frontal ajustável um novo painel de instrumentos TFT de 6,5 polegadas e que permite visualizar as muitas informações de diversas formas.

A nova BMW S 1000 XR estará disponível nas cores Ice Grey ou Racing Red / White Aluminium mate.

Galeria BMW S 1000 XR

andardemoto.pt @ 11-11-2019 14:47:59


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