Comparativo BMW S1000XR / Ducati Multistrada 1200S
Venha de lá essa estrada!
Se gosta de aventura, mas não prescinde de umas boas doses de adrenalina. Se o desempenho dinâmico é fundamental mas também gosta de viajar. E se para si uma moto tem que servir para tudo isso e também ser a sua moto do dia-a-dia no trânsito urbano, então só tem um problema: escolher entre uma destas duas motos.
andardemoto.pt @ 26-7-2015 21:48:57
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BMW S 1000 XR | Moto | AdventureDucati Multistrada 1200 S | Moto | Multistrada
Texto: Rogério Carmo Foto: Tozé Canaveira Colaboração: Rui Morgado
Estas são duas motos que, efetivamente, apaixonam qualquer motociclista. Ambas pertencem à chamada classe “Sport Adventure” pois, apesar da posição de condução elevada e do estilo “Trail”, exibem rodas dianteiras iguais à de qualquer super-desportiva, com 17 polegadas de diâmetro, relegando assim para segundo lugar as habilitações de fora de estrada, mas proporcionando um comportamento dinâmico exemplar em asfalto.
Ambas oferecem 160cv de potência, ambas disponibilizam as mais recentes ajudas electrónicas à condução. Por isso ambas são extremamente rápidas mas, em simultâneo, extremamente fáceis de conduzir em qualquer cenário, e por qualquer motociclista, independentemente da sua experiência ou destreza. Mas se em termos de desempenho da ciclística e do nível de equipamento estas duas motos são muito semelhantes, em termos de temperamento e de sensações de condução, são motos bastante diferentes.
A BMW S1000XR mostra-se mais convencional. A roda dianteira pisa bem o
asfalto, proporcionando logo à partida uma enorme confiança, incitando a
ritmos rápidos com o aumentar da rotação do motor a fazer-nos querer
ouvir o escape a emitir aquele ronco grave e cheio. Enquanto isso o
velocímetro sobe alucinantemente e as distâncias encurtam-se de forma
quase surreal. O tetracilíndrico, que deriva originalmente do da
super-desportiva S1000RR, mostra-se extremamente elástico e, em sexta
velocidade, podemos ir praticamente até ao fim do mundo.
Aliás, o
escalonamento da caixa de velocidades é curioso pois as quarta e quinta
velocidades são, a bem dizer, desnecessárias. A potência debitada é
tanta que numa estrada de curvas, por mais encadeadas que sejam, a
terceira relação de caixa é mais do que suficiente para garantir
inesquecíveis momentos de condução. A sua manobrabilidade é muito
elevada fazendo frequentemente lembrar a R1200GS, exceção feita, claro
está, ao desempenho do motor.
A Ducati Mutistrada 1200S é
completamente diferente. A sua grande agilidade é quase intimidante até
nos familiarizarmos a ela. A sua leveza obriga a uma habituação até se
conseguir fazer uma leitura correta da roda dianteira que, mesmo com as
ajudas electrónicas, teima em flutuar acima do piso sob o avassalador
débito de potência do “Testastretta” agora dotado de DVT (Desmodromic
Variable Timing), que é uma espécie de “V-Tech”. Apesar de oferecer um
melhor comportamento em baixa rotação, o “V-Twin” não consegue esconder a
ninguém o seu conceito mecânico, sobretudo no modo “Sport”.
O modo
Touring é bastante mais consistente e garante uma grande confiança mesmo
em ritmos mais elevados. Em estrada de curvas, a agilidade da
Multistrada é quase desconcertante, com uma entrada em ângulo muito
intuitiva e a permitir correções de trajetória quase inimagináveis,
sempre com grande compostura. E se em ambiente urbano necessita de mais
embraiagem e mais passagens de caixa, tal facto é largamente recompensado
em estrada, mal o regime ultrapassa as 4.000 r.p.m. e a entrega
dos mais de 130 Nm de binário se faz sentir contundentemente e nos atira
para a frente como se estivéssemos montados num foguete.
Ambas oferecem uma travagem soberba, potente e muito doseável,
monitorizada por um ABS “inteligente” que se adapta à inclinação em
curva. O controlo de tração de ambas também está ligado aos
inclinómetros, e monitoriza a roda traseira, evitando que o excesso de
cavalagem faça descolar a roda, permitindo que se abuse do punho direito
na saída das curvas, independentemente da inclinação. Ainda é capaz de
evitar “cavalinhos” e “éguas”.
Nas duas encontramos suspensões com regulação elecrónica. A BMW opta por uma regulação independente, mas a Ducati aproveita os diversos modos de motor para regular o amortecimento em conformidade. No entanto, independentemente da regulação, o sistema tem autonomia para manter a moto na horizontal, diminuindo o afundamento da forquilha em travagem, e o afundamento da traseira em aceleração. Também na presença de desníveis, dependendo da velocidade e da carga, há lugar a ajustamentos automáticos e instantâneos.
Mas o impressionante é que
qualquer uma destas motos tão potentes e rápidas pode ser conduzida
mesmo por alguém pouco experiente, ou ser usada em ambiente urbano como
se estivéssemos aos comandos de uma pequena utilitária.
Com abordagens diferentes, cada uma delas resolve a questão à sua maneira:
A
BMW, tem como aliada logo à partida, a suavidade do débito de potência.
Apesar de a S1000XR também oferecer modos de motor, mesmo no modo
"Dynamic" Pro que estava instalado na versão que testámos, mas que não faz
parte do equipamento de série, a brutalidade da entrega de potência
está sempre escondida para lá da segunda metade do regime de rotação,
sendo bastante fácil de dosear.
Na Ducati, se queremos ter
alguma parcimónia na manifestação dos nossos instintos mais básicos,
então temos que recorrer aos modos de motor. Dos quatro disponíveis, o
modo "Urban" veio a revelar-se o nosso melhor amigo nas deslocação
diárias. Com a potência reduzida para uns “meros” 100cv, obtém-se um
comportamento em baixa rotação muito mais regular e elástico e uma
temperatura muito mais agradável entre as pernas, com um consumo ainda
mais reduzido.
Por falar em consumos, a Ducati Multistrada 1200S revelou-se uma agradável surpresa nesse aspecto, conseguindo sempre valores significativamente inferiores aos da BMW S1000XR. A média da italiana em percurso misto (em modo “Urban”) foi de 5,8 l/100km (a Ducati anuncia uma redução de 8% relativamente à versão anterior), enquanto que a alemã (em modo “Road”) se ficou pelos 6,3 L/100km. Mesmo durante a sessão de fotos e os outros dias em que pudemos desfrutar destas maravilhas de tecnologia, e de todas as suas potencialidades, a Ducati foi sempre mais económica.
No entanto a BMW estava equipada com “quick shift”, opcional que a Ducati ainda não disponibiliza, e que representa um nível acima no prazer de condução, sobretudo quando aplicado num motor de características tão desportivas. Passar de caixa passa a ser quase uma diversão viciante e muitas vezes usada apenas mais para extrair do motor a sua melodia excitante do que por manifesta necessidade, o que necessariamente tem consequências em termos de consumos.
Em termos de mordomias electrónicas a Ducati também leva vantagem. De série já oferece o sistema “sem chave” que na BMW é opcional, e ainda um sistema multimédia que, apesar de funcionar por Bluetooth, permite emparelhar o telefone e um sistema de comunicação de capacete para receber chamadas e ouvir música. No painel, aparece então, a identificação de quem nos está a ligar ou de quem enviou um sms, e caso disponível, os nomes das musicas da "playlist".
Outra das vantagens da Multistrada 1200S é a iluminação. Apesar de a BMW ter boa luz, os faróis de LED da Ducati produzem um potente foco muito bem espalhado que garante uma óptima visibilidade em condução nocturna, e ainda oferece um sistema de iluminação de berma automático que, em inclinação, ilumina o interior da curva.
Para resumir este comparativo em que muito fica por dizer, podemos afirmar que tanto a nova BMW S1000XR como esta nova versão da Ducati Multistrada 1200S, são duas motos apaixonantes, e que escolher entre uma ou outra vai depender apenas da paixão e nunca de uma análise racional.
A BMW marca-nos pelo equilíbrio dinâmico do conjunto e pela regularidade e elasticidade do magnífico tetracilíndrico. A Ducati, pelas linhas voluptuosas, pela agilidade da ciclística e pela forma brutal como o bicilíndrico entrega a potência.
Ambas esgrimem argumentos incontestáveis tanto no âmbito do prazer de condução como no da segurança. Ambas se adaptam a qualquer tipo de utilização e se algum grande defeito podem ter, será necessariamente o preço. Mas com qualquer uma delas pode estar à vontade para dizer: Venha de lá essa estrada... seja ela qual for!
Para ficar a conhecer estas motos com maior pormenor, então não perca os testes em separado que vamos publicar aqui, no andardemoto.pt ao longo da semana.
Entretanto pode ver aqui todos os detalhes e preços destas duas motos. Mas atenção aos preços! A BMW aqui testada estava equipada com Pack Touring (ESA Dynamic; Kit de preparação para GPS; Punhos aquecidos; Descanso central; Grelha bagagem traseira; Suportes malas laterais) no valor de 1.290,00€ e com o O Pack Comfort (DTC ; Assistência à passagem de caixa Pro; Modos de condução Pro; Cruise control; LEDs brancos) no valor de 1.030,00€ e ainda mais uns pózinhos para as protecções de mãos, Luzes diurnas e GPS, facto que a torna practicamente idêntica à Ducati em termos de custo.
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