MV Agusta muda estúdio de design após venda pela KTM

Nove meses depois de a KTM ter assumido o controlo da MV Agusta (apenas para a revender aos proprietários originais), a empresa italiana anunciou a saída do lendário Centro Ricerche Castiglioni, o estúdio de design que baptizou algumas das suas motos mais emblemáticas. A operação será relocalizada dentro do complexo industrial de Varese, numa aparente estratégia de racionalização.

A decisão surge num contexto paradoxal: apesar do caos financeiro da KTM (que liquidou a sua participação na MV Agusta após prejuízos de 1,28 mil milhões de euros em 2024), a marca italiana garante estar em crescimento. No início do ano, a empresa registou um aumento de 116% nas vendas face a 2023, além de reforço nas receitas de peças e serviços.

"Esta mudança não afeta a nossa independência ou criatividade", referiu a marca em comunicado enviado à imprensa internacional, sublinhando que Varese continuará a ser o centro de "desenvolvimento, produção e marketing". Apesar disso, a saída do Castiglioni - espaço que homenageia a família que reergueu a marca nos anos 90 - levanta questões sobre o peso da tradição face à eficiência operacional.

Enquanto a KTM enfrenta demissões em massa e paragens na produção, a MV Agusta insiste que o movimento "não envolve cortes de pessoal".