De Portugal à Finlândia - quarto e quinto dias

A tranquilidade da manhã foi, contudo, abruptamente interrompida pela descoberta de que o telemóvel do Sr. Mê Pai tinha desaparecido, juntamente com uma lanterna, uma almofada, e outros pequenos pertences, todos curiosamente alojados no interior da sua tenda já embalada.

Esse contratempo inesperado roubou-nos trinta preciosos minutos, durante os quais a tenda teve de ser reaberta e depois fechada novamente, uma pequena odisseia que nos lembrou da importância de uma verificação final antes da partida… enfim!

A jornada retomou a sua cadência ao atravessarmos a deslumbrante Costa de Génova, onde o azul profundo do mar capturou a nossa admiração e, por um ou talvez vários momentos, roubou a atenção do Sr. João ao ponto de nos separarmos mais uma vez.

Graças à tecnologia moderna, e um pouco de paciência, o reencontro foi facilitado (obrigado garmin), e a viagem prosseguiu, marcada por uma série de curvas apertadas que adornam o interior do país.

O jantar, uma paragem obrigatória na região da Emília-Romanha, ofereceu-nos a oportunidade de finalmente saborearmos uma autêntica pizza italiana.

Aventureiros até no paladar, decidimos experimentar um prato que, pelo nome, sugeria uma entrada com parecenças, escritas, familiares de batatas no forno com alho e pistachios o que para nossa surpresa, pelos vistos era carne crua. A revelação deste sabor foi inesperada, agradavelmente surpreendente, adicionou mais uma camada à nossa experiência gastronómica.

À medida que a noite se prolongava, encontramo-nos em Maranello, um nome que ressoa com promessas de aventuras automobilísticas.

O entusiasmo mal contido pela visita ao museu Ferrari, no dia seguinte, era emocionante. À noite, repousámos, alimentados não só pela pizza e pela descoberta culinária do dia, mas também pela antecipação das maravilhas que ainda estavam por vir.

Este quarto dia, repleto de pequenas aventuras e desventuras, era apenas mais um capítulo da nossa grande viagem, um lembrete de que, na estrada, cada dia é uma história à espera de ser contada.

Ao despertar no hotel em Modena, começámos o dia com um bom pequeno-almoço, prontos para o que vinha a seguir. Tínhamos planeado visitar o museu da Ferrari, que ficava apenas a 3 km de distância, uma escolha óbvia para quem estava na área.

Após cerca de uma hora no museu, era hora de partir para Veneza, apesar de sabermos que a viagem provavelmente enfrentaria alguns contratempos, como sempre.

Chegar a Veneza não foi fácil. O calor estava intenso e, após algumas voltas desnecessárias (3 voltas na ponte para Veneza) por falta de sinalização, decidimos ir de comboio, levando connosco mais bagagem do que o previsto, incluindo um casaco pesado e botas, que não cabiam nas malas.

Na cidade, enfrentámos um pequeno episódio ao tentar guardar o equipamento numa loja, que inicialmente queria cobrar 10€ por 45 minutos. Depois de pedir o recibo, acabámos por pagar apenas 3€.

O jantar em Veneza foi uma desilusão: pizza pré-feita e uma massa que deixou muito a desejar. Após recuperarmos o equipamento, regressámos de comboio ao ponto onde tínhamos deixado as motos, preparando-nos para mais 3 horas de viagem até Gariza.

Chegámos ao hotel já passava da 1h da manhã, exaustos, mas prontos para descansar e recuperar para o que o próximo dia nos reservasse. Este quinto dia pode não ter sido perfeito, mas foi certamente mais um capítulo memorável da nossa aventura.