Pedro Bianchi Prata no Mundial de Bajas numa moto 100% elétrica

As palavras do piloto

Refere Bianchi Prata:

Depois de cinco anos consecutivos a disputar o mundial de bajas, onde consegui por cinco vezes sagrar-me campeão na minha categoria de veteranos, tendo sido ainda terceiro da classificação geral nos últimos dois anos, resultados conseguidos com muito empenho e dedicação, senti que precisava agora de apostar num projeto diferente que me desse uma nova e maior motivação. Esse projeto surgiu em conjunto com a Moeve, meu patrocinador, que está a fazer uma aposta forte em energias renováveis, mais verdes e sustentáveis. Em ligação com os nossos restantes parceiros decidimos disputar o campeonato do mundo de bajas com uma moto 100% elétrica.

É um projeto ambicioso, ainda muito embrionário, porque é o primeiro ano que se vai fazer algo deste género no mundo. Nunca uma moto destas participou em bajas e estamos a desenvolver a sua autonomia tendo em conta que são provas bastante exigentes a esse respeito.

De momento ainda não conseguimos ter a autonomia necessária, mas a FIM, que está a trabalhar em conjunto connosco nesse domínio, permitiu que as regras fossem adaptadas para podermos competir, permitindo-nos trocar de bateria a cada 40 quilómetros. A nossa moto será abastecida por energia elétrica produzida por um gerador com combustíveis sintéticos da Moeve e também por energia solar. O grande objetivo deste projeto é mostrar que é possível competir com energias renováveis, mais verdes e sustentáveis. Não escondo que é um projeto difícil, bastante ambicioso, que exige um orçamento significativo, pelo que agradeço o apoio e o empenho da Moeve para a sua concretização.

Primeira prova na Baja TT Escuderia Castelo Branco, dias 21 a 23 de março

A estreia mundial deste novo projeto está a decorrer neste fim de semana e Pedro Bianchi Prata assume a responsabilidade de, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos, não se apresentar com ambições de vitória:

Desportivamente o objetivo é de participação e de adaptação. Trata-se de uma classe experimental que a FIM criou para esta moto poder competir. Queremos terminar todas as corridas em que participarmos e iremos continuar a desenvolver a moto para que, até ao final do ano, tenhamos a autonomia desejada e consigamos parar o mesmo número de vezes que os restantes concorrentes que competem com motos a combustão.

 De salientar ainda que este projeto será acompanhado de um documentário que se propõe explicar todas estas novidades, desde as caraterísticas da moto, à logística que está subjacente à sua participação em bajas e aos bastidores da competição. Serão sete episódios de quinze minutos que serão complementados com notícias nas redes sociais da organização.

A Baja TT Escuderia Castelo Branco 2025 terá 366,27 quilómetros disputados ao cronómetro. A prova iniciou-se na sexta-feira com a realização de um Prólogo com 9,27 km. No sábado disputa-se o SS1 que terá 188 km enquanto no domingo o SS2 terá 169 Km.