MotoGP - Yamaha vai adotar motor V4?

A fabricante japonesa pode estar prestes a tornar-se no último fabricante a deixar o motor de quatro cilindros em linha, juntando-se aos seus rivais no desenvolvimento de uma unidade com configuração V4, antecipando-se à grande mudança regulamentar da MotoGP para 2027.

A Yamaha tem sido notável pela sua posição firme em manter o layout de motor de quatro cilindros em linha como uma uma configuração viável para um protótipo de MotoGP, apesar de todos os seus concorrentes preferirem o formato V4.

No entanto, de acordo com o site americano Motorsport.com, a Yamaha está a trabalhar intensamente nos bastidores para desenvolver um motor com um formato radicalmente diferente, numa tentativa de transformar as suas máquinas da classe principal, que têm decaído drasticamente em performance desde que Fabio Quartararo conquistou o título de Campeão do Mundo de MotoGP em 2021.

Apesar do silêncio da fabricante quando questionada sobre a possibilidade de um novo layout de motor, todos os sinais apontam para uma mudança na decisão da direção, que até agora resistiu aos pedidos dos seus pilotos para investir numa nova direção.

Um elemento-chave nesta mudança de filosofia é o consultor externo Luca Marmorini, que levou para a casa de Hamamatsu a sua experiência da Aprilia, bem como a da Ferrari e Toyota, onde militou na Fórmula 1, quando assinou contrato com a Yamaha em 2022. Marmorini acredita firmemente que o motor V4 é a única opção viável para o futuro da Yamaha, levando a fabricante a iniciar um projeto que poderá ver a M1 abandonar o motor de quatro cilindros em linha a tempo da mudança para os regulamentos de motores de 850cc na MotoGP em 2027.

Apesar dos resultados pouco favoráveis da Yamaha em 2024, que se resumem a um modesto sétimo lugar, cortesia de Quartararo em Aragão e Portimão, o francês tem falado entusiasticamente sobre um futuro promissor, que o levou a assinar novamente por mais dois anos, após ter sido fortemente associado à Aprilia e à Ducati no início da presente temporada.

Adicionalmente, a Yamaha vai expandir a sua presença para quatro motos em 2025, após convencer a Pramac Racing a deixar a Ducati, o que permitirá recolher mais dados em corrida e acelerar o desenvolvimento da nova unidade motriz, preparando-se assim para a transição.

A importância de a Yamaha adotar um motor com configuração V4 não deve ser subestimada.

Isto implica também com o futuro do piloto português Miguel Oliveira que recentemente anunciou a sua entrada na nova segunda equipa da Yamaha em 2025, a Pramac Racing, com a garantia de uma moto de fábrica.

Este esforço, por parte da fabricante japonesa na maior competição mundial de motociclismo, só mostra a sua dedicação em voltar às vitórias, depois de um passado de ouro com Valentino Rossi e Jorge Lorenzo. Desta forma, a Yamaha sonha em voltar à ribalta nas futuras temporadas e, para tal, investe numa nova equipa e, provavelmente, numa nova configuração de motor, motivando igualmente os seus pilotos que veem a fabricante empenhada em atingir bons resultados. Será este um bom indício para o futuro de Miguel Oliveira?