Apresentação Honda CRF450R/RX e CRF250R/RX 2023
Herança pesada
Completa-se no próximo ano o primeiro meio século sobre o aparecimento da pioneira Honda CR250M Elsinore, a primeira máquina do construtor japonês exclusivamente destinada à prática do motocross e identificada pelo nome do lago californiano que ladeava a famosa pista onde decorria grande parte da ação de uma modalidade que nasceu na Europa, mas que rapidamente atravessou o Atlântico e se estabeleceu em força naquelas paragens longínquas.
andardemoto.pt @ 8-6-2022 17:25:56
Nestes 50 anos, a Honda mudou muita coisa na sua gama destinada ao motocross, desde logo na interrupção do desenvolvimento e produção dos motores a dois tempos, tecnologia que nunca foi muito do agrado do construtor, mas na qual assentou grande parte da sua rica história desportiva, focando-se desde o início dos anos ‘2000 nestes dois modelos a quatro tempos que são, desde então, a base para uma igualmente bem-sucedida carreira na competição e que é comemorada com o lançamento de uma decoração especial ‘50º aniversário’, disponível apenas na quatro e meio de 2023.
CRF450R
Depois de ter operado uma profunda evolução nas dois e meio, no ano passado, a Honda virou as suas atenções para a irmã maior e, mais uma vez, notamos com agrado que a preocupação principal do construtor volta a ser a facilidade de utilização, traduzida em superior eficácia e equilíbrio.
Todos sabemos que uma 450 de motocross, de qualquer marca, é um objeto difícil de domar e quem está por dentro do meio conhece o trabalho que tem sido feito pelos pilotos de fábrica no sentido de tornar as suas máquinas mais dóceis e fáceis de pilotar. E se estes, que são os melhores pilotos à face da terra e os únicos que conseguem andar ‘a fundo’ numa 450, pedem aos seus engenheiros para ‘domesticarem as bestas’, então o que esperar dos pilotos amadores que, no entanto, gostam de exibir a sua ‘masculinidade’ aos comandos da moto mais potente do bairro…
As preocupações dos pilotos de fábrica refletem uma limitação incontornável nesta modalidade, que é o facto de o piso onde é colocada a potência através dos estreitos pneus com 120 mm de largura não ser estável, levando a constantes perdas de tração e impedindo a progressão. Motores bruscos, com pouco binário em média rotação e curvas de potência agressivas, apenas pioram a situação, de modo que a evolução tem sido feita no sentido de dotar estas motos de instrumentos eletrónicos de controlo (mapas de potência ajustáveis e sistemas de controlo de tração) e de mecânicas geradoras de curvas de potência mais lineares.
Para o próximo ano, a CRF450R exibe alterações na parte ciclística e motor, assim como uma evolução gráfica que inclui um novo logo do HRC.
Principais alterações:
- Quadro com rigidez alterada (melhor estabilidade e ação das suspensões);
- Amortecedor traseiro com nova constante de mola (de 54 N/mm para 56 N/mm), para superior tração;
- Forquilha invertida com amortecimento revisto;
- Mais 10,7% de binário às 5.000 rpm e entrega mais suave da potência;
- Coletores de admissão redesenhados;
- Mapas de injeção e ignição revistos;
- Comando das válvulas (molas e balanceiros) revistos;
- Corpo de admissão com 44 mm de diâmetro (menos 2 mm);
- Silenciador de escape com nova construção, em alumínio, mais robusto e sem aumento de peso.
CRF450R 50º Aniversário
Todas as caraterísticas técnicas são idênticas às da versão base, contando com as seguintes alterações estéticas, inspiradas nas máquinas de fábrica (HRC) dos anos ‘80:
- Assento com capa azul;
- Placas de número brancas;
- Gráficos exclusivos nas proteções dos radiadores;
- Jantes e guiador dourados;
. Mesas de direção em cinzento metalizado;
- Logótipo Asa Honda no guarda-lamas dianteiro.
CRF450RX
Proposta desde 2017 na gama do construtor japonês, a versão RX, destinada ao cross country, reflete grande parte das melhorias efetuadas na sua irmã de motocross, sendo ainda mais sensível nesta modalidade a importância da suavidade do motor e da capacidade de tração.
Nos EUA, o cross country é aquilo que mais se aproxima ao tradicional enduro de estilo europeu e para extrair o máximo das suas máquinas, os pilotos procuram a simbiose perfeita entre os dois estilos, ou seja, os modelos de CC são uma mistura entre o que de melhor as motos de MX e de enduro podem oferecer.
Uma olhadela mais atenta às especificações técnicas mostra algo mais do que é facilmente identificável desde o exterior, ou seja, a RX não difere apenas da R ao nível do reservatório de combustível (8 l contra 6,3 l), do diâmetro da roda posterior, com 18 polegadas que monta, naturalmente, um pneumático diferente (120/90-18 em vez de 120/80-19) e pelo facto de possuir proteções de mãos, mostrando igualmente uma geometria diversa (valores do trail, ângulo da coluna de direção e distância entre eixos) e acertos específicos das suspensões, para proporcionar o melhor comportamento perante os diversos tipos de terreno.
Tendo como base a CFR450R, a RX conta igualmente com motor de arranque, assim como os sistemas de controlo de arranque (três níveis) e de tração, sem esquecer os três modos de condução selecionáveis através do botão EMSB.
CRF250R
As alterações introduzidas no ano passado pela Honda na sua irrequieta quarto de litro foram de tal forma profundas que a versão 2023 ainda beneficia na íntegra desses avanços, apresentando apenas uma ligeira evolução gráfica que a coloca a par da irmã quatro e meio.
De salientar que também a 250 beneficia dos avanços registados ao nível do ‘pacote’ eletrónico e disponibiliza não só o sistema EMSB (três modos de controlo do motor, ajustáveis através do respetivo botão) como também o controlo de arranque, com três níveis à escolha que limitam a rotação máxima permitida pelo compacto motor monocilíndrico de 249,4cc com distribuição comandada por duas árvores de cames à cabeça (sistema Unicam na 450) aos seguintes valores: 10.000 rpm (nível 1 – lama, piloto inexperiente), 11.750 rpm (piso seco, piloto iniciante) ou 13.000 rpm (piso seco, piloto experiente).
CRF250RX
Lançado no mercado dois anos depois da CRF450RX, a dois e meio destinada ao cross country recebeu inúmeras melhorias no ano passado, beneficiando assim da profunda evolução que o construtor introduziu no modelo de MX.
Tal como sucede com a RX maior, a 250 apresenta afinações específicas no motor e parte ciclística que lhe permitem estar mais à vontade perante uma grande diversidade de terrenos e também se afasta da R ao nível da autonomia (reservatório de combustível com 8 litros de capacidade, face aos 6,3 litros da máquina destinada ao MX), das medidas do pneumático traseiro (110/100-18 em vez de 100/90-19) e da presença das proteções de mãos.
As ajudas eletrónicas (controlo de arranque e modos de controlo do motor) fazem também parte do pacote original e reforçam a eficácia de uma moto que conta desde o ano passado com um motor mais cheio desde os regimes inferiores, com uma entrega de potência progressiva, mas sem ter perdido a proverbial capacidade em alta e de alongamento desde há muito reconhecida na CRF250.
Os preços de venda a público e a chegada destes modelos ao mercado português serão anunciados oportunamente.
Especificações técnicas:
andardemoto.pt @ 8-6-2022 17:25:56
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