87º Bol d’Or - VITÓRIA E TÍTULO PARA A SUZUKI
No culminar de uma temporada recheada, o Team Suzuki Yoshimura SERT venceu o duelo final com a maior das rivais e conquistou mais um título mundial, impondo-se na grande clássica da Endurance, o Bol d’Or.
andardemoto.pt @ 19-9-2024 10:10:36 - Texto: Vitor Sousa
Previa-se um duelo empolgante, mas um pneu (na verdade, um lote) defeituoso da Bridgestone roubou à Yamaha YART a possibilidade de discutir até final a vitória e o título (revalidação, no caso) com a Suzuki. As duas equipas chegavam à quarta e derradeira prova com um ‘score’ assinalável de presença em todos os pódios do ano e uma vitória para cada. A Suzuki vencera em Le Mans, a Yamaha em Spa, e ambas cederam à intocável Honda da HRC em Suzuka. Três corridas, três vencedores diferentes.
Já depois da qualificação, onde a BMW impôs a lei do seu potente quatro cilindros, a diferença que separava as candidatas era de 7 pontos apenas, com vantagem para a YART, cujo segundo lugar em Suzuka tivera sabor de triunfo. Na terceira posição a BMW oficial, a 43 pontos, e a melhor das equipas Honda, a Tati Beringer, em quarto, a 59, só com matemática e muita sorte poderiam ainda aspirar à conquista.
Porém, o destino ficou traçado logo na primeira das 24 horas de corrida. O 87º Bol d’Or decidiu-se demasiado cedo. Numa pista escaldante e quase sem vento, o primeiro lote de mistura dura da Bridgestone traíu duas das suas equipas: a Honda FCC TSR (Hook/Techer/Di Meglio) que assim via prosseguir o calvário que foi a temporada 2024, e a Yamaha YART (Canepa/Fritz/Hanika). A terceira das equipas fornecidas pelo fabricante japonês, a Yoshimura SERT (Black/Masson/Linfoot), escapou ao rebentamento dos pneus traseiros, cujos danos provocados levou a reparações na box e atrasos das vítimas que, sem problemas de alguma espécie para a Suzuki, já não seriam recuperáveis.
Estava escrita a história da corrida. A Honda #5 viria a desistir com o motor partido (um de muitos), a Yamaha #1 (que ainda teve um problema eléctrico durante a noite) acabou na terceira posição deixando os dois primeiros lugares da classificação à Suzuki #12 e à Yamaha privada da KM99 (De Puniet/Guarnoni/Marino) – as únicas motos, entre as da frente, que não tiveram problemas sérios durante toda a prova.
A BMW #37 (Reiterberger/Mikhalchyk/Soomer), privada da contribuição de Sylvain Guintoli, viu o substituto Hannes Soomer cair durante a noite (primeira vez nestas condições) e arredar a equipa da luta por uma vitória no Bol d’Or, obrigando ainda os companheiros a um esforço maior para levar a moto até ao final só com dois pilotos. Ainda assim, Reiterberger conseguiu quebrar o record da volta em corrida numa pista onde os melhores tempos (e velocidade de ponta mais elevada) pertencem todos à BMW.
VÍTIMAS DO MISTRAL
Na qualificação das Superstock ainda houve tempo para a marca de Munique brilhar. Nâo só arrecadara a ‘pole’ entre as EWC, como colocara as suas três motos da Superstock nas três primeiras posições. Porém, apesar do domínio inicial da TECMAS #9 (K.Foray/Buhn/Arbel/Jahnig), todas acabaram por desistir com problemas de motor.
Mais uma vez, a longa recta do circuito de Paul Ricard (1,8 km… 20 segundos de acelerador a fundo), baptizada com o nome do forte vento que sopra de noroeste provocou a habitual longa lista de vítimas mecânicas. Numa prova com muito poucas quedas, rápida, com o record da distância batido, apenas 26 motos das 45 que partiram acabaram a prova!
Nas Superstock, a Yamaha #18 (De La Veja/Guittet/Pelizotti/Gines) da equipa Sapeurs Pompiers venceu (excelente P4 na geral), mas foi a Honda da National Motos #55 (S.Suchet/V.Suchet/Raymond) que venceu a Taça do Mundo, apesar da corrida difícil e quase desistência (P10 na classe, P17 na geral).
O Mundial de Endurance fechou com novo título para a mais coroada equipa da especialidade que recupera o #1 depois de duas épocas de jejum e que conseguiu ainda a 20ª vitória no ‘Bol’ para a marca japonesa.
Classificações em www.fimewc.com
andardemoto.pt @ 19-9-2024 10:10:36 - Texto: Vitor Sousa
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