Teste Pneus Bridgestone Battlax Adventure A41
Máxima performance e conforto para qualquer aventura.Um pneu específico para motos de tipologia Trail, com um excelente comportamento tanto em asfalto como nas pistas de terra.
andardemoto.pt @ 25-3-2018 20:04:33 - Texto: Rogério Carmo
A Bridgestone apostou forte no desenvolvimento deste novo pneu Battlax Adventure A41 destinado às motos de aventura de grande e média cilindrada. E por isso reuniu os media internacionais em Marrocos, para um teste em condições extremas, tanto em asfalto como em pistas de terra.
Os objectivos técnicos do desenvolvimento dos Battlax A41 consistiam em aumentar a aderência e o desempenho em asfalto molhado, com particular enfoque nas baixas temperaturas, melhorar o “feedback” proporcionado ao motociclista, e aumentar a estabilidade a alta velocidade, tanto em curva como em recta, sem comprometer a vida útil do pneu.
Para isso, apostou num novo desenho dos rasgos, com especial enfoque na drenagem da água, sem causar deformação dos blocos de borracha, maiores na zona central do pneu, factor fundamental para aumentar a longevidade e a estabilidade a alta velocidade.
A carcaça dos Battlax Adventure A41, tanto no pneu dianteiro como no traseiro, continua a contar com a tecnologia mono-espiral, já existente nos antecessores A40, que garante prestações de elevado nível em termos de estabilidade, mas que agora proporciona um aumento de 5% da área de contacto com o piso, e numa análise detalhada revela uma melhor distribuição da pressão que, segundo a marca, confere um acréscimo da fricção em 9%, o que em termos práticos revela, em ensaios em pista, tempos por volta 8% mais rápidos, quando comparados com a versão anterior.
Mas a grande inovação dos Battlax Adventure A41 está na mistura de compostos utilizada no pneu dianteiro. A Bridgestone conseguiu descobrir uma inovadora tecnologia para dispersar a sílica, elemento fundamental para aumentar a aderência em molhado e a longevidade do pneu, em partículas super finas, no meio dos demais componentes da mistura visco-elástica, o que garante uma maior flexibilidade da borracha.
De notar que os A41 são fabricados em mono-compósito, ou seja, utilizam a mesma borracha em toda a superfície de contacto, ao contrário de outros pneus que utilizam compostos diferentes, mais rijos no centro e mais macios nas laterais. Por isso, a maior flexibilidade da borracha promove que, a um nível micro e nano da rugosidade do piso, a superfície de contacto se molde melhor a este, facto que resulta numa maior aderência, sem no entanto pôr em causa a estabilidade em curva a alta velocidade.
O desenvolvimento do novo pneu dianteiro teve um enfoque especial na relação ideal entre a deformação da borracha, a rigidez da carcaça e a drenagem da água acumulada no asfalto, mas também com particular atenção à estabilidade a alta velocidade.
Pela minha parte, já tinha tido oportunidade de testar os novos Bridgestone Battlax A41 antes desta apresentação oficial em Ouarzazate, Marrocos, para a qual a marca japonesa convidou o andardemoto.pt a estar presente. Isto porque, na apresentação internacional da nova Honda Africa Twin jAdventure Sports já tinha tido oportunidade de rolar com motos equipadas com estes pneus, e o mesmo tinha acontecido também na apresentação internacional da nova BMW F850GS (cujos testes pode ler se clicar nas respectivas hiper-ligações).
O que não tinha tido oportunidade era de ver como eles se comportavam em pistas de terra, e foi por isso que esta apresentação foi tão importante. Efectivamente, os primeiros quilómetros que pude fazer com eles, instalados numa bastante familiar BMW R1200GS Rallye, foram uns interessantes 80km de estradões, com pisos variados e alguns troços em bastante mau estado.
A começar por uma detalhada sessão de fotos, o trajecto demorou cerca de 3 horas, largamente compensadas pelas magníficas e estonteante paisagens que inclusivamente faziam esquecer o elevado risco causado pelo tipo de piso, pelo ritmo elevado da condução e o facto de estar bastante longe de qualquer hospital minimamente fiável.
No entanto, em modo “enduro pro”, com o conforto do ABS na roda dianteira, a confiança nas borrachas ia aumentando com os quilómetros, e a facilidade com que ia conseguindo inserir a frente nas mais variadas trajectórias ia-me deixando admirado com a minha performance, eu que não sou, definitivamente, muito dado ao pó nem às pedras!
Um dos factores que realmente me impressionou foi o conforto, e apesar de a “minha” GS ser uma referência nesse aspecto, o nível de vibrações causado pelo piso era realmente bem filtrado pelos Battlax, e a sua flexibilidade fazia com que a muita gravilha pisada ao longo do caminho se tornasse praticamente irrelevante.
Em termos de tracção, mesmo nas zonas menos firmes, ela foi sempre mais do que suficiente, e em travagem também consegui sempre manter o controlo, mesmo quando o piso era manifestamente mau. Por tudo isto, posso afirmar que, fora do asfalto, nunca tinha tido uma experiência tão gratificante com pneus que não são específicos para o “off road”.
Finalmente de volta ao alcatrão as sensações de grande aderência e muita progressividade ao longo da inclinação, que já tinha tido oportunidade de verificar, revelaram-se ainda mais interessantes sobre o maior peso e binário da R1200GS.
Ao longo de todo o dia, e por diversos tipos de estrada, geralmente muito sujas e com traçados muito recortados, a ritmos muitas vezes pouco recomendáveis, os A41 mostraram-se sempre referenciais, a proporcionarem graus de confiança muito elevados, tanto na BMW, como depois aos comandos de uma Triumph Tiger 1200, e de uma KTM 1290R.
Na Triumph, recordando o teste que recentemente fiz com a moto equipada com pneus Metzeler Tourance Next, e que pode ver se clicar aqui, achei a resposta da direcção ainda mais rápida, e uma maior confiança na entrada em curva, sob forte travagem e de cada vez que enrolava o punho com mais convicção, sem que o controlo de tracção se manifestasse tanto, mesmo em asfaltos menos abrasivos.
A minha experiência com a KTM, que conduzi pela primeira vez ali, em Marrocos, não foi conclusiva devido ao pequeno contacto e à falta de referências anteriores, mas fazendo fé na palavra de experientes colegas que me acompanhavam nesta apresentação, e que já conheciam a radical KTM de experiências anteriores, uma grande vantagem que os Bridgestone Batllax Adventure A41 aportam a esta moto é a maior estabilidade a alta velocidade.
Para resumir, estes pneus revelaram-se uns verdadeiros “machados de guerra” na batalha da aderência e na conquista da minha confiança, mesmo em andamentos muito rápidos em pisos que, em nenhuma situação se poderiam considerar, sequer, bons e em traçados bastante retorcidos. Sem dúvida uns pneus que não teria dúvidas em levar comigo para qualquer aventura.
Por esta ocasião também tive a oportunidade de testar os novos Battlax T31, descendentes dos Battlax T30 Evo e concorrentes directos dos novos pneus Michelin Road 5 que já tinha testado, há poucas semanas, em Sevillha (clique aqui para ver o teste). Mas sobre os novos Bridgestone "sport-turing" falarei brevemente, noutro artigo.
Equipamento:
Neste teste usámos o seguinte equipamento de protecção e segurança:
Capacete Nolan N100-5
Jeans Rev’ít Corona TF
Luvas RSW MSL – 009
Botas TCX Airtech Evo Gore-Tex
Blusão RSW Touring
andardemoto.pt @ 25-3-2018 20:04:33 - Texto: Rogério Carmo
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