Harley-Davidson aumenta produção na Tailândia
A Harley-Davidson anunciou que vai aumentar a produção de motos na Tailândia, uma decisão que está a causar grande insatisfação entre os trabalhadores sindicalizados das suas fábricas nos Estados Unidos, particularmente em Wisconsin e Pensilvânia. A medida contraria a promessa feita pela empresa há alguns anos de que nunca fabricaria motos no estrangeiro destinadas ao mercado americano.
andardemoto.pt @ 15-8-2024 11:00:00
Brian Bryant, presidente da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), expressou a sua indignação, afirmando que esta decisão representa uma "traição" aos trabalhadores americanos e ao legado da empresa como ícone dos Estados Unidos.
"A decisão da Harley-Davidson de enviar o nosso trabalho e empregos para a Tailândia é um golpe duro para os trabalhadores americanos. No passado, a empresa justificou a construção da fábrica na Tailândia para servir apenas os mercados asiáticos e europeus. Agora, vemos que essas promessas não foram cumpridas", disse Bryant.
A transferência de mais produção da gama Sport, incluindo os modelos Sportster, Nightster e Pan America, para a Tailândia poderá afetar significativamente os fornecedores americanos da Harley-Davidson, resultando, provavelmente, em perdas de empregos nas fábricas nos Estados Unidos. Bryant foi claro na sua posição, afirmando que o sindicato utilizará todos os recursos ao seu dispor para combater esta decisão, exigindo que a produção destes modelos permaneça nos Estados Unidos.
Em resposta, a Harley-Davidson confirmou a mudança, mas negou que esta vá impactar o emprego nas instalações americanas. A empresa revelou ainda que, além dos 89 milhões de dólares que recebeu em subsídios do Departamento de Energia dos EUA, planeia investir 9 milhões de dólares adicionais nas suas fábricas nos EUA para fortalecer as suas capacidades de produção de produtos essenciais, como as motos de turismo, trikes e Softail, que continuarão a ser fabricados em solo americano.
A Harley-Davidson iniciou operações na sua fábrica na Tailândia no final de 2018, em resposta a uma tarifa de 31% imposta pela União Europeia sobre motos fabricadas nos EUA, uma retaliação às tarifas sobre o aço e alumínio europeus implementadas pelo então Presidente Donald Trump. Desde então, a empresa tem enfrentado dificuldades em expandir o seu negócio e controlar os custos, num contexto em que o mercado de motos nos EUA tem envelhecido e em que os jovens consumidores são cada vez mais escassos.
Esta nova mudança na produção é vista pelos trabalhadores e sindicatos como mais um passo na deslocalização do trabalho americano, uma tendência que tem gerado grande controvérsia e oposição.
andardemoto.pt @ 15-8-2024 11:00:00
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