À conversa com Carlos López Panisello - Diretor-Geral da Ducati em Espanha e Portugal

Estivemos à conversa com o homem que está, há cerca de dois anos, a gerir os destinos da Ducati em Portugal e Espanha

andardemoto.pt @ 3-6-2025 12:15:25

Carlos contou-nos que já está há cerca de 14 anos ligado ao Grupo Volkswagen, primeiro na Volkswagen Passenger Cars, depois na Škoda e finalmente na Audi e na Ducati.

Já leva dois anos a liderar o projeto da Ducati em Espanha e Portugal, com a Volkswagen Group Espanha e a Ducati Motor Holding, a sede da Ducati em Bolonha. Confessou-se apaixonado pelo mundo das motos, pelo mundo do motor e por este país maravilhoso que é Portugal.

Afirmou que não considera este um mercado Ibérico mas sim dois mercados separados, Espanha e Portugal, por muitas razões, mas a principal é que na Ducati se esforçam por identificar bem os seus clientes e tratá-los com base na individualidade de cada um.

E que por isso, desde o início, decidiram dar um tratamento individualizado a Espanha e Portugal, em termos de campanhas, atividades e relação com a imprensa especializada.

E justifica o aumento das vendas da marca com a atenção que a empresa está a dar em termos de pós-venda e aos novos e interessantes modelos que a Ducati está a lançar no mercado e que têm tido uma excelente aceitação pelo público.


Motociclista convicto, Carlos anda de moto desde pequeno e ainda antes de a Ducati estar ligada ao grupo VW já ele tinha uma Panigale V2.

Garante que, para já, a rede de concessionários se vai manter igual, e que não vamos ver motos da Ducati à venda em nenhum stand VW ou Audi. Admite que era ótimo ter mais concessionários no país, nomeadamente no interior, mas que para poder garantir massa crítica aos concessionários actuais, o mercado não seria viável para mais parceiros, correndo o risco de enfraquecer os existentes.

Explicou que a diferença entre o mercado dos automóveis e o mercado das motos é muito grande, sendo os automóveis comprados sobretudo por uma questão de mobilidade, enquanto as motos, principalmente as de cilindrada mais elevada, são compradas por paixão e por afirmação pessoal.


Relativamente a alguns atrasos na entrega de alguns modelos ou acessórios, primeiro que tudo pede desculpa aos lesados, mas garante que quando isso acontece é em prol da qualidade e do elevado nível de acabamento, que por vezes implica ter de rejeitar componentes que não garantem os padrões de qualidade requeridos, sendo necessário esperar por outros que estejam ao nível pretendido.

Fez questão de explicar:


Costumo dizer que somos uma empresa altamente tecnológica, com produtos sofisticados e uma fábrica muito avançada. Mas no fim, fabricamos apenas cerca de 55 mil motos por ano para o mundo inteiro. Não somos uma mega corporação que produz milhões de motos por ano, com processos ultrapadronizados e linhas de montagem gigantes.

Mantemos um elemento humano e até, atrevo-me a dizer, artesanal, que confere um carinho especial aos nossos produtos. E isso significa que, quando há uma falha num componente que não cumpre os nossos padrões de qualidade, rejeitamo-lo — e temos de esperar pelo seguinte.

E isso pode gerar atrasos, quer seja no lançamento de novos modelos, quer em componentes ou acessórios, porque não temos armazéns cheios de milhares de motos prontas para envio. Produzimos por fases, e à medida que produzimos, distribuímos pelos vários países."


Em conversa, entre outros temas, ainda mostrou o carinho e admiração que tem pelos pilotos oficiais da Ducati, que conseguem manter a  marca na linha da frente da competição e que são parceiros incontestáveis e insubstituíveis no desenvolvimento de mais motos vencedoras.

Veja o vídeo com a entrevista integral neste link.

Agradecemos à Fortaleza do Guincho a cedência do espaço para a gravação desta entrevista.

andardemoto.pt @ 3-6-2025 12:15:25


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