MotoGP Doha – Miguel Oliveira 15º numa corrida emocionante com vitória de Fabio Quartararo
Piloto francês ultrapassou a potência das Ducati de Jorge Martin e Johann Zarco para vencer pela primeira vez. Fabio Quartararo dá a segunda vitória à Monster Energy Yamaha este ano em MotoGP, numa corrida marcada por vários momentos quentes e que terminou com Miguel Oliveira a conseguir um 15º lugar depois de um arranque “canhão”.
andardemoto.pt @ 4-4-2021 18:58:33
As 22
voltas da segunda corrida do ano de MotoGP, que aconteceu novamente no circuito
de Losail, foram de emoção até ao fim, grandes momentos de pilotagem,
ultrapassagens no limite e momentos bem quentes na discussão pelas melhores
posições.
O Grande Prémio de Doha arrancou com o “rookie” Jorge Martin e o seu
companheiro da Pramac Ducati, Johann Zarco, a ocuparem as duas primeiras
posições da grelha de partida, tendo ao seu lado Maverick Viñales (Monster
Energy Yamaha), com o espanhol a querer repetir a vitória de há uma semana e
assim cimentar a sua liderança na classificação de MotoGP.
Mas assim que os semáforos se apagaram dando início à corrida de MotoGP em
Losail, Viñales foi, literalmente, engolido pelo pelotão que seguia atrás de
si. Um mau arranque para o piloto da Yamaha que contrastou com a frieza e
rapidez de Jorge Martin e Johann Zarco.
No entanto o melhor arranque de todos foi o do português Miguel Oliveira. O
piloto da Red Bull KTM Factory saltou como uma bala da 12ª posição na grelha de
partida até rodar em 3º na primeira curva! Depois foi passado por Aleix
Espargaró (Aprilia Gresini), descendo a 4º.
A corrida de Miguel Oliveira estava a começar da melhor forma, e a aposta,
arriscada, num pneu dianteiro médio, ao contrário do pneu dianteiro mole da
maioria dos pilotos de MotoGP, parecia estar a resultar em pleno nos momentos
iniciais, com o piloto luso a conseguir manter-se colado ao grupo de três pilotos
que seguia à sua frente.
Enquanto isso, as duas motos da Monster Energy Yamaha e da Ducati Lenovo Team
começaram o Grande Prémio de Doha a andar para trás. Mas Fabio Quartararo e
Maverick Viñales, e Jack Miller e Francesco Bagnaia, eventualmente encontraram
o seu ritmo e foram recuperando a desvantagem para os primeiros.
Miguel Oliveira, sem andamento para os três da frente, viu-se suplantado pelas
duas Suzuki Ecstar de Alex Rins e Joan Mir. Mas o português deu uso à potência
da sua KTM RC16 para recuperar um lugar, e assim manteve-se na quinta posição
entre as duas motos da casa de Hamamatsu.
Lá na frente Jorge “Martinator” ia mantendo um ritmo constante, embora ligeiramente
mais lento do que a corrida do fim de semana passado. E isso permitia manter o
grupo da frente, composto por cerca de 10 pilotos, bastante perto uns dos
outros e com diversas trocas de posição, principalmente na reta da meta onde as
motos da Ducati fizeram valer sempre a sua enorme potência e velocidade.
A partir do fim do primeiro terço da prova de Doha, Miguel Oliveira começou a
perder lugares. Perde o quinto lugar para Mir, e logo depois desce mais três
posições de uma só vez, passado por Bagnaia, Miller e Quartararo. Logo atrás o
líder do campeonato, Viñales, rapidamente se desembaraçou do português, que
assim estava já na 10ª posição.
E não foi necessário esperar muito para que o seu companheiro de equipa na Red
Bull KTM Factory, Brad Binder, também o conseguisse passar, situação que foi
repetida por Enea Bastianini (Esponsorama Avintia), Pol Espargaró (Repsol
Honda) e Stefan Bradl (Repsol Honda).
Com todas estas trocas, Miguel Oliveira assentou na 15ª posição, e foi nesse
lugar que cruzou a linha de meta assegurando mais um ponto para a sua
contabilidade pessoal. Em mais um fim de semana complicado, a prestação do
português permitiu-lhe sair das duas rondas do Qatar com um total de 4 pontos,
o que não sendo o desejado, podem ser pontos cruciais mais à frente na
temporada.
Um resultado que poderá ter acontecido devido a algum problema técnico na sua moto. De acordo com algumas informações que o Andar de Moto conseguiu recolher, a KTM RC16 terá sofrido um problema e terá sido essa a razão que levou o português a descer tanto na classificação.
Quanto à frente da corrida de MotoGP, Jorge Martin foi-se mantendo na
liderança. Atrás de si as trocas de posição foram-se sucedendo em quase todas
as curvas.
O momento mais quente da corrida do Grande Prémio de Doha aconteceu a 10 voltas
do fim. Jack Miller estava na frente do campeão Joan Mir. O piloto da Suzuki
Ecstar tentou surpreender o australiano numa curva do miolo do circuito de
Losail, onde a GSX-RR é melhor do que a Desmosedici GP21.
Mir viu um “buraco da agulha” e tentou passar por Miller colocando metade da
sua moto ao lado da moto do australiano da Ducati Lenovo Team que, sem querer
dar tréguas, manteve a trajetória. Nesse momento existiu um pequeno contacto,
com Miller inevitavelmente a alargar trajetória e com Mir a assim conseguir
passar pelo rival.
No entanto esta história não ficou por aqui!
Poucos segundos depois, na entrada da reta da meta, Mir está na frente de
Miller. O australiano sabia que tinha a vantagem por causa da potência e
velocidade da sua moto. Entra na reta da meta a olhar diretamente para Joan Mir
que estava no limite exterior da curva e não tinha por onde fugir. Miller
alarga a trajetória e acaba por tocar, num impacto com alguma força, na lateral
direita de Mir.
Os dois pilotos “embrulham-se” em plena reta da meta durante breves momentos,
com as motos em aceleração e os dois a olharem um para o outro, com Mir a mostrar-se
agastado com o sucedido enquanto Miller gesticulou com a mão esquerda em
direção a Mir.
Daí até ao fim não aconteceu mais nada entre ambos, com a Direção de Corrida a
decidir que este incidente não merecia qualquer tipo de penalização. Já depois
de cruzarem a linha de meta, Joan Mir e Jack Miller continuaram o seu diálogo
muito pessoal, mas não aconteceu mais nada além de uma troca de palavras mais
acesa.
Joan Mir foi 7º e Jack Miller acabou em 9º.
Com as emoções bem altas, Jorge Martin acabou por ser impotente para conter o
ataque de Fabio Quartararo. O piloto da Yamaha passou de terceiro a primeiro em
apenas um par de curvas, passando por Zarco e depois por Martin, num momento de
pilotagem fantástico.
Mas chegado à reta da meta, o francês da Yamaha foi novamente suplantado pela
Ducati de Martin. Mas na volta seguinte Quartararo voltou a aproveitar a
agilidade da Yamaha YZR-M1 no miolo do circuito para regressar à liderança. A
partir daí ganhou logo cerca de meio segundo de vantagem, o suficiente para não
voltar a ser passado na reta da meta pelas Ducati da Pramac.
Com Quartararo a fugir para aquela que foi a sua primeira vitória este ano em
MotoGP, a discussão pelos restantes lugares do pódio animou com a chegada de
Maverick Viñales.
Nas voltas finais o espanhol da Yamaha queria passar de qualquer forma por
Zarco (tentou inclusivamente surpreender por fora na última curva!), mas foi
incapaz de o fazer. Um erro na entrada na última curva deixou-o bastante longe
das duas Ducati da Pramac, que assim discutiram os dois lugares do pódio entre
si.
Jorge Martin, talvez desgastado pelo esforço e pressão que sofreu ao longo da
prova, que, recordamos, foi apenas a sua segunda em MotoGP, não encontrou forma
de manter Johann Zarco atrás de si, com o piloto francês a assumir a segunda
posição deixando o jovem espanhol na terceira posição.
Para Zarco o segundo lugar permite que se torne no primeiro francês a conseguir
50 pódios em todas as categorias do Mundial de Velocidade, como também assume a
liderança da classificação de MotoGP. Jorge Martin estreou-se no pódio na
categoria rainha, nesta que foi a corrida de MotoGP mais “renhida” de sempre,
com os 15 primeiros pilotos a cruzarem a linha de meta separados por apenas
8.928s!
Classificação de MotoGP
1 – Johann Zarco (Pramac Ducati) – 40 pontos
2 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) – 36 pontos
3 – Maverick Viñales (Monster Energy Yamaha) – 36 pontos
4 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) – 26 pontos
5 – Alex Rins (Suzuki Ecstar) – 23 pontos
16 – Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) – 4 pontos
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