Teste Suzuki GSX-S125 - Uma excelente utilitária

Baseando-se na desportiva GSX-R125, esta pequena naked GSX-S125 surpreende pelo comportamento muito equilibrado. Uma arma perfeita para uma utilização citadina!

andardemoto.pt @ 19-2-2018 22:33:49 - Texto: Bruno Gomes

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Suzuki GSX-S125A | Moto | Estrada

No mesmo dia em que testei a GSX-R125, a nova desportiva carregada de ambições, e cujo teste pode ler aqui, a Suzuki deixou-me também experimentar em primeira mão o que consegue fazer a versão “nua e crua” desta moto, apropriadamente nomeada pela marca de Hamamatsu como GSX-S125.

Se a carenada GSX-R tem como público alvo os motociclistas jovens adeptos da adrenalina transmitida pelas motos desportivas, a verdade é que a naked GSX-S125 tem como objetivo conquistar a preferência do motociclista mais urbano, que necessita de uma moto fácil e confortável.

A Suzuki, e tal como referi no teste à GSX-R125, tem uma base sólida e equilibrada em termos de motor e ciclística. O quadro dupla trave, fabricado em alumínio, recebe o motor monocilíndrico de 124,4 cc como elemento de reforço estrutural, e conta com uma rigidez otimizada para aguentar uma condução mais agressiva.


No entanto, o conforto foi melhorado com a utilização de um guiador mais elevado, colocando os punhos 100 mm mais alto em comparação com os avanços da versão desportiva. Toda a posição de condução é transformada com a introdução deste guiador, embora a altura do assento se mantenha nos 785 mm, um valor extremamente interessante tendo em conta que no “para-arranca” dos semáforos vamos passar muito tempo com os pés no solo.

Para além da posição de condução, as restantes diferenças entre a S e a R, são a falta das carenagens integrais, com a Suzuki a optar por manter a mesma ótica frontal de grandes dimensões e a introduzir um “spoiler” inferior para proteger o motor, e ainda o facto de que o sistema de ignição “keyless” que tanto admirei na GSX-R125, ser substituído por uma ignição convencional nesta GSX-S125.

De acordo com a Suzuki, a eliminação do sistema “keyless” é a razão pela qual a naked tem um PVP de 3999€, menos cerca de 500€ do que a desportiva, e que a torna numa das propostas mais acessíveis num segmento extremamente concorrido, e cujas principais rivais se apresentam ao serviço tendo preços ligeiramente abaixo dos 5000€.

Estamos a falar em motos como a Aprilia Tuono 125, a KTM 125 Duke ou a Yamaha MT125, sendo que estas rivais da Suzuki apresentam alguns argumentos mais tecnológicos como ligação ao smartphone ou elementos de ciclística de melhor qualidade.



Ainda assim, em termos dinâmicos, a Suzuki GSX-S125 não perde em nada para as rivais que na teoria estão melhor equipadas.

Embora fora do seu habitat natural, que são as ruas de uma qualquer cidade portuguesa recheada de automóveis e de pouco espaço para nos movimentarmos, a compacta GSX-S125 mostrou o que vale numa manhã no Kartódromo Internacional de Palmela (KIP) e depois, num percurso em estradas secundárias na Serra da Arrábida.

Em circuito, e tal como senti na versão carenada R, a primeira coisa que se nota é que o motor responde de forma surpreendente aos impulsos no acelerador. A subida de rotações deste monocilíndrico é fantástica, sem vibrações excessivas quando o pulmão se mostra mais cheio às 7000 rpm, e a velocidade que visualizei no velocímetro incluído no esbelto painel de instrumentos digital, facilmente atinge os 90 km/h sem que o motor se sinta em esforço.

Quem conhece o KIP sabe que a reta maior não é longa, ou seja, não é fácil com uma 125 cc atingir uma velocidade elevada antes da primeira travagem forte, e por isso destaco os 90 km/h, ainda para mais porque a GSX-S não tem grande proteção aerodinâmica.


Não tendo sido pensada para uma condução tão agressiva, a GSX-S125 mostrou-se muito à vontade em circuito, deixando-se inclinar facilmente de um lado para o outro, e com uma boa distância livre ao solo permitiu-me manter uma boa velocidade em curva enquanto eu raspava os deslizadores na procura da melhor trajetória.

Num ou noutro momento fui levado pelas emoções a passar para lá dos limites, com a frente a escorregar, mas mais uma vez a forquilha telescópica transmitiu a informação necessária, no momento certo, para que com pequenas correções na direção conseguisse controlar o conjunto, evitando a queda que parecia certa.

Satisfeito com a minha dose diária de adrenalina, a Suzuki GSX-S125 mostrou então o que vale numa condução mais “normal”, em estradas secundárias.



Neste ambiente, a naked japonesa continuou a revelar excelentes características. As suspensões têm uma excelente afinação de fábrica, e absorvem bem as imperfeições do asfalto sem que a estabilidade em linha reta seja particularmente afetada. A proteção aerodinâmica da GSX-S é mais penalizada em estrada aberta, onde o vento se faz notar com mais intensidade, e mesmo deitado sobre o depósito de 11 litros, um pouco esguio demais para o meu gosto, nota-se bem a falta de carenagens integrais ou de um ecrã frontal mais alto.

O facto da Suzuki ter optado por pneus tão esguios não é de todo uma fraqueza. Se olharmos para as rivais diretas, os pneus mais largos dão a ideia de que oferecem um comportamento em curva que transmite maior confiança, mas na realidade, os pneus 90/80 e 130/70, ambos em medida 17’’, da Suzuki, permitem que a naked entre rapidamente em curva, com a direção leve a mostrar-se assertiva e estável a todos os momentos.

A escolha dos pneus Dunlop D102 também não é inocente, e a Suzuki encontrou nestas borrachas da Dunlop um bom complemento para a ciclística apurada da GSX-S125.


Claro que o facto desta 125 cc pesar apenas 133 kg a cheio é também um fator a ajudar ao sentimento de leveza do conjunto, e isso tenho mesmo de destacar, pois a Suzuki efetuou um excelente trabalho a este nível. Sem esquecer que a agilidade é maximizada pela distância entre eixos, a mais curta do segmento, que, no entanto, não torna a moto demasiado nervosa.

Com tão pouco peso, manobrar a GSX-S125 é extremamente fácil, mesmo para condutores menos experientes, e usufruindo de uma excelente brecagem não tive qualquer dificuldade em cortar por entre o trânsito mais compacto. Em comparação com a irmã carenada, a naked S tem um ângulo máximo da direção de 40º, mais do que os 35º da GSX-R125.

Estável em inclinação, com destaque para o excelente comportamento da forquilha que não deixa a moto baloiçar para fora da trajetória delineada, a GSX-S125 mostra-se também muito eficaz e estável em travagem, sem que a frente baixe em demasia.

Os travões de disco, recortados, são de grandes dimensões, e são mordidos à frente por uma pinça de dois pistões, e atrás por uma pinça simples. Não senti uma potência de travagem fenomenal, mas a força a efetuar na manete para que a pinça morda o disco é facilmente doseada, e mesmo quando é preciso travar mais forte sabemos sempre com o que contar.

O sistema de ABS da Bosch entrará em funcionamento se apertarmos a manete com mais força, mas a sua intervenção é eficaz e não se revelou um problema ao longo do percurso desta apresentação em solo nacional.



A Suzuki aproveitou, e bem, o que de bom a desportiva GSX-R125 oferece, mas deu à GSX-S um sabor citadino que lhe assenta como uma luva! Esta pequena naked pode não ter alguns argumentos mais tecnológicos de certas rivais, mas em termos de comportamento e preço, esta japonesa é uma excelente opção no segmento das naked 125 cc.

Compacta, leve, ágil, confortável mesmo depois de um dia inteiro aos seus comandos (em pista e estrada), com um motor reativo o suficiente para umas estiradas fora dos limites da cidade, a GSX-S125 oferece muito sem nos cobrar demasiados euros para nos divertirmos.

Se estiver à procura de uma naked utilitária, esta Suzuki deve estar no topo da sua lista de opções.


Galeria Suzuki GSX-S125


Equipamento

Neste teste utilizámos o seguinte equipamento de proteção:

Estrada

  • Blusão Furygan Digital
  • Calças Rev’it Lombard

Pista
  • Fato Rev’it Akira
  • Luvas Rev’it Jerez Pro

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