Teste Honda Forza 125 (2021) - Mobilidade de Luxo
Agora com uma motorização mais eficaz, compatível com a norma Euro5, a Honda Forza 125 destaca-se pela sua presença elegante, qualidade de construção impacável e pelo elevado nível de equipamento.
andardemoto.pt @ 11-5-2021 08:03:00 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte
Tecnológica, potente, com um design desportivo e impactante graças à sua carenagem dianteira de formato distinto em "Z", a Honda Forza 125 é uma scooter prática, confortável e extremamente agradável de conduzir.
A Honda designa-a como uma scooter “sit-in” premium e desde o seu lançamento no ano 2000, apenas no Japão e com uma cilindrada de 200cc, a Forza tem sido uma das scooters executivas mais bem sucedidas do mercado. Na Europa, onde chegou em 2013 com a versão de 300cc e desde 2015 com a versão de 125cc, estes modelos já contabilizam mais de 100.000 unidades vendidas.
E o sucesso da família vai ser ainda maior, depois de a Honda a ter recentemente reforçado com a Forza de 750cc, uma Power Scooter que o Andar de Moto já teve oportunidade de testar.
As especificações elevadas, tanto ao nível da motorização como ao nível da ciclística da Forza 125, contribuem para um elevado conforto a bordo e uma condução verdadeiramente agradável, que conquista qualquer condutor que a leve a dar uma volta!
A elegância das linhas, os acabamentos de qualidade e o equipamento de especificações elevadas, saltam à vista logo num primeiro contacto, mas é o novo motor eSP+ (enhanced Smart Power+) estreado na Honda SH 125 e que também equipa a nova PCX 125, que confere a esta renovada versão da Forza 125 um elevado prazer de condução.
Clique aqui para ver o teste do Andar de Moto à nova Honda PCX 125 com homologação Euro5.
Com 4 válvulas, árvore de cames à cabeça e refrigeração por líquido, este monocilíndrico eSP+ mantém as mesmas dimensões, mas tem uma afinação que lhe permite ser mais rotativo (mais 500 r.p.m.) e debitar mais dois cavalos do que a versão usada nas PCX e SH, situando-se praticamente no limite (15 cv) permitido para a condução de uma 125cc apenas com carta B.
Esta nova unidade motriz é mais “quadrada”, pois viu o diâmetro do cilindro aumentado, e o curso do pistão encurtado, medidas que proporcionam uma maior apetência para subir de rotação a par com consumos de combustível mais baixos, com o fabricante a anunciar valores teóricos de 2,1 l/100km, que no mundo real facilmente se convertem em autonomias práticas bastante superiores a 350 quilómetros tendo em conta o seu depósito com capacidade para 11,7 litros.
Nesta nova versão, o motor eSP+ conta com um cilindro optimizado para reduzir o atrito do pistão e, consequentemente, o consumo de óleo, além de diminuir a temperatura no seu interior.
Mas para garantir uma maior melhor refrigeração, a Honda incluiu ainda um novo injetor que pulveriza óleo na traseira do pistão e que, à semelhança da solução implementada originalmente na CBR1000RR-R de 2020 e na CRF450R de 2021, permite o avanço da ignição para uma maior eficiência na combustão.
Um novo tensor hidráulico na corrente de distribuição contribui igualmente para reduzir vibrações e ruído. E efectivamente a nova arquitetura revela um motor ainda mais silencioso, com um funcionamento ainda mais suave, graças também a uma cambota mais rígida que agora adopta um rolamento de chumaceira em roletes.
A admissão conta com um desenho optimizado, destacando-se a caixa de ar com uma maior capacidade, que permite ao novo corpo de admissão, agora com 28mm, uma mistura mais eficaz.
A linha de escape também foi revista e apresenta um reposicionamento do catalizador, assim como um colector mais directo que reduz a resistência dos gases, melhorando a exaustão.
A transmissão conta com uma polia primária de maior diâmetro e uma nova correia de transmissão, dentada de ambos os lados, especificamente concebida para reduzir o peso e o atrito, oferecendo uma maior resistência ao desgaste graças a uma maior flexibilidade.
A nova correia tem também um papel fundamental na eficiência da transmissão, sobretudo no arranque, sendo igualmente um dos fatores que contribui para a redução do consumo.
O sistema Idling Stop desliga o motor, ao cabo de 3 segundos de paragem, e dá arranque, instantâneamente, ao mínimo toque no acelerador. Apesar de poder ser desligado pelo condutor, este sistema consegue "ler" o estado de carga da bateria e desativa-se automaticamente para evitar descarregá-la em demasia, sendo um excelente contributo para a diminuição do consumo e para uma experiência de condução ainda mais completa.
O alternador e o motor de arranque da Forza são uma só unidade, sem escovas e com controlo eletrónico, montada diretamente na extremidade da cambota, servindo os propósitos de carregar a bateria e dar arranque ao motor. Para esta última função, o acionamento é direto, para eliminar o atrito e ruídos das engrenagens de uma bobine de chamada.
O quadro foi revisto, tendo sido optimizado com tubos de diâmetro reduzido e paredes de menor espessura. Em termos de suspensão a Forza 125 continua exemplar, proporcionando um conforto elevado e uma eficácia dinâmica que confere uma grande confiança.
A forquilha, com baínhas de 33 milímetros de diâmetro, mostra uma rigidez inabalável e uma grande capacidade de amortecimento, mantendo-se extremamente firme a alta velocidade e mesmo sob forte travagem, enquanto que os dois amortecedores traseiros, com regulação da pré-carga, mostram um desempenho equivalente.
A travagem conta com ABS e discos em ambos os eixos, com as manetes a apresentarem um boa dosagem, sobretudo na mordida inicial, e uma excelente capacidade de desaceleração, potenciada pelo bom desempenho dos pneus Michelin City Grip, sendo que o da roda dianteira tem medidas 120/70R15 e o traseiro é um 140/70R14.
A Honda apostou forte no capítulo da segurança ao ponto de, apesar de se tratar de uma scooter de 125cc, e à semelhança do que fez com a nova PCX, dotou a Forza 125 com o sistema de controlo de tracção HSCT, que inclusivamente pode ser desligado, e que se torna bastante útil para aumentar a confiança de qualquer motociclista, sobretudo em pisos mais degradados ou escorregadios, como é o caso das calçadas, dos carris e tampas de ferro ou derrames de óleo que, como todos sabemos, com chuva, configuram um risco de derrapagem ainda mais elevado.
Além disso equipou-a também com um sistema de sinalização de emergência que acciona os intermitentes em caso de travagem mais forte, além do prático sistema opcional HSVC, de controlo de voz para smartphones.
A iluminação integral em LED e o sistema “sem chave”, que também pode controlar a fechadura duma Topcase, são outros argumentos da Forza 125.
A proteção aerodinâmica é excelente, com o ecrã pára brisas a permitir 18 centímetros de regulação em altura, com accionamento elétrico. O escudo frontal protege bem as pernas tanto do condutor como do passageiro. Este conta com um assento amplo e pegas para as mão redesenhadas para um maior conforto.
A capacidade de carga é outro dos grandes argumentos desta scooter. Debaixo do assento temos arrumação de sobra para dois capacetes modulares e o compartimento conta com uma divisória que permite dividir o espaço para que pequenos objetos fiquem bem acondicionados.
No escudo frontal existe um compartimento com fechadura onde está instalada uma tomada USB de última geração que permite cargas rápidas aos dispositivos que a suportem.
O painel de instrumentos é bastante completo e muito legível, mas é também o ponto menos conseguido deste modelo. Numa era em que os paineis TFT a cores são já quase uma banalidade no mundo das motos, e tendo em conta todo o esforço da Honda para posicionar a Forza 125 num segmento premium, a instrumentação de inspiração clássica, num mix de mostradores analógicos e painel de LCD, não parece assim tão luxuosa nem atrativa, mas antes marcadamente sóbria.
A boa brecagem, a excelente resposta do motor e o formato esguio da Forza 125 são uma bênção para uma utilização urbana. Mas o grande conforto que oferece convida a pequenas escapadelas, pois em estrada aberta a Forza 125 também tem os seus argumentos, mostrando um comportamento dinâmico exemplar, mesmo com passageiro.
A direção é extremamente intuitiva, a estabilidade em curva é elevada e a autonomia é, como já referi, bastante grande.
Se pretende uma scooter 125cc que garanta muito estilo e um elevado desempenho, que permita uma utilização polivalente com elevados níveis de conforto para condutor e passageiro, então deve mesmo ir fazer um test ride em qualquer concessionário oficial Honda!
A única coisa que pode não lhe agradar é o preço! Mas a exclusividade paga-se e, bem vistas as coisas, tendo em conta o nível de equipamento e a qualidade de construção, 5.175 € nem é assim tão caro!
Equipamento:
Neste teste usámos o seguinte equipamento de protecção e segurança:
Capacete Schuberth C4 Pro Carbon
Blusão Rev'it Stewart
andardemoto.pt @ 11-5-2021 08:03:00 - Texto: Rogério Carmo | Fotos: Luis Duarte
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