Ducati Panigale V4 – Motor atualizado, eletrónica redefinida
A casa de Borgo Panigale atualizou a sua superdesportiva Panigale V4 e V4 S para atacar 2021 com novos argumentos. O motor Desmosedici Stradale passa a ser Euro5 e o pacote eletrónico recebe novos parâmetros.
andardemoto.pt @ 24-11-2020 18:11:00
Com a
novíssima Panigale V4 SP a roubar todas as atenções para si, quase que nos esquecemos
das variantes base e S da superdesportiva de Borgo Panigale e que servem de
ponto de partida para as mais exóticas V4 SP e V4 R.
O próximo ano não será de revolução para as Panigale V4 e V4 S. A Ducati optou
por redefinir alguns pontos para não só as colocar em linha com as normas Euro5
mas, por outro lado, melhorar o já muito completo e evoluído pacote eletrónico
que as posiciona num patamar muito elevado a este nível.
A versão Euro5 do motor V4 de seu nome Desmosedici Stradale não é muito
diferente da versão Euro4. Na realidade podemos afirmar que o motor quatro
cilindros em V é mesmo igual. No seu interior apenas encontramos a colocação de
quatro sondas lambda, uma por cada cilindro, que visam obter um controlo mais
apurado da quantidade de combustível injetada e, assim, obter uma combustão
mais eficiente.
A performance não é alterada, pois a Ducati redefiniu os parâmetros de controlo
do sistema de trompetas de comprimento variável para compensar as modificações
que depois encontramos no sistema de escape, de longe o componente que mais novidades
apresenta nestas novas Panigale V4 e V4 S.
O silenciador, embora intocado de um ponto de vista estético, usa maiores
catalisadores (+10 mm de comprimento) e uma nova tecnologia de impregnação de
metais nobres, essencial para maximizar a capacidade de converter gases
poluentes.
Os comprimentos e dimensões dos coletores primários de escape na bancada
traseira foram otimizados para minimizar o “light off” do catalisador.
Comparados com os modelos Euro4, os coletores da bancada traseira foram
encurtados em 100 mm e reduzidos em diâmetro, passando de 42 mm para 38 mm.
Os novos componentes permitiram a introdução de um escudo térmico traseiro
integrado no corpo da moto. Isso deverá garantir que o condutor da Panigale V4
e V4 S sente menos o calor emanado pelo motor, algo que nas versões anteriores
tem sido apontado como um ponto que a Ducati deveria melhorar, pois tem
influência direta no conforto do condutor.
Depois temos o pacote eletrónico redefinido para 2021.
Nesta atualização da Panigale V4 e V4 S encontramos uma nova estratégia que
permitiu à Ducati criar uma versão do modo de condução Race que, em pista,
garante que o condutor pode comparar os diferentes parâmetros das ajudas
eletrónicas e assim encontrar de forma mais rápida qual o “setup” preferido e
mais eficaz. No caso da V4 S, os quatro modos de condução têm efeito imediato
nos parâmetros de afinação das suspensões eletrónicas.
Agora as Panigale V4 e V4 S contam com
os modos Race A e Race B.
Race A – Este modo de condução na
sua configuração de origem foi desenvolvido para pilotos experientes que
queiram explorar todo o potencial da moto em pista. Ao selecionar Race A, o
piloto pode contar com toda a potência do motor e com uma resposta direta do “ride-by-wire”
à abertura do acelerador. O modo Race A fornece definições de eletrónica
dirigidas a conseguir a máxima performance em pistas com asfalto consistente e
elevada aderência, sem diminuir o nível de segurança, com o ABS a intervir
apenas na roda dianteira para oferecer a melhor performance de travagem, mas
com a função Cornering sempre ativa. Os ajustes do sistema DES, na versão “S”,
estão definidos com uma alta contribuição de controlo dinâmico das fases de
aceleração e travagem, para assegurar estabilidade e precisão mesmo nas
manobras mais esforçadas.
Race B – Neste modo de condução o
piloto pode contar com toda a potência do motor mas com uma redução da entrega
de binário nas 1ª, 2ª e 3ª velocidades em comparação com o Race A, de modo a
tornar a moto mais controlável durante longas sessões em pista, em circuitos
com características que favoreçam as curvas em lugar de fortes acelerações ou
caracterizados por superfícies irregulares ou de baixa aderência. Os controlos
eletrónicos estão ajustados de modo a permitir, mesmo a pilotos menos
experientes, um estilo de pilotagem eficaz e espetacular. As regulações do
sistema DES, no caso da Panigale V4 S, garantem segurança de pilotagem e
elevados níveis de aderência mesmo em condições de piso irregular ou
escorregadio.
Sport - Selecionar o modo Sport dá
ao condutor 214 cv, com uma entrega direta e desportiva do acelerador “ride-by-wire”
e, na versão S, um “setup” desportivo das suspensões. As definições dos
controlos eletrónicos permitem, mesmo aos pilotos menos experientes, desfrutar
de uma pilotagem eficaz e espetacular. No modo Sport, por exemplo, a função
Slide by Brake está ativa, permitindo aos pilotos deslizar para as curvas com
segurança. A deteção da elevação da roda traseira durante a travagem está
ligada e, no ABS, a função Cornering está definida para maximizar a performance
em curva.
Street – Este modo é recomendado
para quando se conduz a Panigale V4 em via pública. Tal como em Sport, este modo
de condução disponibiliza 214 cv e uma resposta progressiva do acelerador “ride-by-wire”.
Na versão Panigale V4 S conta-se com regulações de suspensão bem adaptadas às
estradas irregulares. As definições dos controlos eletrónicos asseguram
aderência e estabilidade para maximizar a segurança.
Para último deixamos a maior novidade no que respeita às ajudas eletrónicas
disponíveis nas Ducati Panigale V4 e Panigale V4 S. O controlo de tração DTC
Evo 3.
A gama 2021 está equipada com a mais recente evolução do Ducati Traction
Control, caracterizada por uma estratégia refinada, derivada da Ducati Corse,
que intervém na fase de reabertura do acelerador a meio da curva e procura
gerir suavemente a recuperação do Desmosedici Stradale ao modular o binário
entregue pelo motor e evitando o pico de binário que ocorre quando a
recuperação fica completa, tornando assim a aceleração à saída das curvas ainda
mais fácil e mais previsível.
Na saída de curva, quando se roda o punho, normalmente pode acontecer que, no
fim da fase de recuperação exista um indesejado e inesperado deslizar da roda
traseira devido ao pico de aceleração da cambota. Para o condutor isso
significa que a moto pode tornar-se instável, e logo num momento crítico da
condução.
O novo software preditivo ajusta o binário entregue, calibrando a aceleração
angular da cambota de modo a tornar a fase de recuperação fluida, o que se
traduz num comportamento mais neutro à saída das curvas e oferece um melhor
tato para o piloto.
A nova estratégia está ativa em todos os níveis do DTC indicado para pista seca
(níveis 1 a 4) e naquele para pista molhada com pneus de chuva (nível 7).
andardemoto.pt @ 24-11-2020 18:11:00
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