Fireblade elétrica pioneira? Pode chegar a Le Mans 2029
Um grupo de estudantes da escola de engenharia Sigma, em Clermont-Ferrand, apresentou uma moto de corrida elétrica construída a partir de uma Honda Fireblade, com o ambicioso objetivo de ser a primeira moto movida apenas a bateria a competir nas icónicas 24 Horas de Le Mans de 2029.
andardemoto.pt @ 28-6-2025 16:00:00
Enquanto os motores de combustão e os híbridos dominam o cenário das 24 Horas de Le Mans, um feito notável na engenharia está a ganhar forma. Uma equipa de estudantes da Sigma Engineering School, na cidade francesa de Clermont-Ferrand, revelou recentemente um protótipo de moto de corrida totalmente elétrica, que teve como base uma Honda CBR1000RR-R Fireblade. A moto, denominada Sigma Regen LMT01, já fez a sua estreia discreta no lendário Circuit de la Sarthe, onde participou numa volta de demonstração, e tem sido submetida a testes intensivos no Circuit Issoire.
A equipa tem agora um objetivo audacioso: inscrever a sua moto na corrida de resistência das 24 Horas Motos de Le Mans em 2029. Se concretizado, este feito marcará a primeira vez que uma moto movida a bateria participa neste histórico evento, abrindo um novo capítulo no desporto motorizado de resistência. No entanto, o caminho até à grelha de partida apresenta desafios consideráveis.
O primeiro e talvez maior obstáculo reside no financiamento. Construir e manter uma equipa de engenheiros e técnicos para competir numa corrida de resistência não é uma tarefa barata. A equipa Sigma procura ativamente parceiros e financiamento, estimando precisar de cerca de um milhão de euros para garantir o seu lugar no evento.
O segundo desafio está na própria tecnologia da moto. Veículos elétricos para desportos motorizados enfrentam questões complexas, como a gestão do tempo de recarga das baterias, por exemplo. Para otimizar as paragens nas boxes, a equipa está a desenvolver um sistema de troca rápida de baterias, que permitirá substituir uma bateria descarregada por uma nova de forma eficiente. Esta inovação é crucial, especialmente em Le Mans, onde as motos realizam longos turnos e exigem várias trocas de pneus, aliviando a pressão sobre a equipa para realizar a troca de bateria em tempo recorde.
Além do sistema de troca rápida, a equipa está a investigar ativamente a tecnologia de baterias para criar a solução mais leve possível. "O objetivo é obter a bateria mais leve possível, para recarregar muito rapidamente e para mudar com a menor frequência possível", explica Sylvain Charlat, professor na Sigma, em declarações à imprensa internacional, sublinhando que o desafio é idêntico ao dos veículos elétricos em geral: maximizar a autonomia.
A principal motivação por detrás desta aposta elétrica é a sustentabilidade. Reconhecendo o impacto ambiental dos desportos motorizados, a equipa da Sigma está atenta a diversas frentes. Alexis Bosson, ex-aluno da Sigma e líder do projeto, destaca: "Os desportos motorizados sofrem atualmente de uma má imagem, pois vários aspetos levantam problemas. Há o motor, mas também o consumo de peças de maior desgaste como pneus e pastilhas de travão, que geram muita poluição. Várias vias precisam de ser exploradas para garantir a continuidade do desporto".
Com a data limite de 2029 no horizonte, a equipa terá de acelerar os seus esforços. Contudo, o facto de já terem um protótipo funcional em pista é um bom começo. Resta saber se esta ousada visão se concretizará numa corrida histórica em Le Mans.
Pode acompanhar o desenvolvimento da moto no canal de Instagram da equipa.
andardemoto.pt @ 28-6-2025 16:00:00
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