MotoGP 2022 - Argentina - O extraordinário caminho da Aprilia
Um novo marco foi estabelecido
Em termas de Rio Hondo, o
espanhol Aleix Espargaró fez a melhor volta da Qualificação em 1.38:501
minutos, conquistando a primeira 'pole position' para a Aprilia na categoria
rainha do Mundial de Velocidade. O piloto espanhol já não
conquistava uma 'pole' desde 2015, no GP da Catalunha, com uma Suzuki, marcando
a chegada definitiva da marca de Noale.
andardemoto.pt @ 3-4-2022 10:14:24 - Paulo Araújo
Vir do nada, ou quase, e desafiar as fábricas estabelecidas na categoria máxima de competição em duas rodas não é pêra doce... perguntem à KTM, que entrou na MotoGP em 2005 e só há dois anos, e graças a Miguel Oliveira, conseguiu a sua primeira vitória na categoria.
Para a Aprilia, claro, não foi
uma estreia absoluta na MotoGP... além de ser uma das marcas mais vitoriosas na
história das corridas de moto, tendo ganho uns espantosos 54 títulos mundiais desde
1992, a marca já tinha corrido na categoria rainha, tendo decidido dar o grande
salto e avançar para a categoria de 500cc, que tinha sido dominada pelas
fábricas japonesas durante mais de um quarto de século, ainda na era dos motores a dois
tempos.
Claro que o desafio não foi fácil e nos primeiros anos, de 1996 a 2000 a fábrica, com o engenheiro holandês Jan Witteveen à frente como gerente técnico, trabalhou arduamente para fazer qualquer progresso que pudessem, com pilotos como Loris Reggiani, Tetsuya Harada, Doriano Romboni e Jeremy McWilliams a representaram-nos em pista.
Na era das 4 tempos, a marca participou com a RS Cube, notavelmente em 2003 quando Colin Edwards e Noriyuki Haga se juntaram à marca, com Edwards a obter um melhor de 6º em Suzuka, mas a moto de então, (como todas as MotoGP de então!) era um animal muito diferente.
Na altura, Gigi dall’Igna, agora o homem por detrás da inovação na Ducati, já era o engenheiro encarregado, mas convencer o Grupo Piaggio a investir milhões numa marca a dada altura quase marginal em vendas, não foi fácil.
O regresso, na era moderna, fez-se quando a crise na classe viu a entrada das CRT, motos que corriam com regras especiais para tornar a classe mais acessível, e foi então que um jovem espanhol, Aleix Espargarò, nascido em Granollers em 1989, e campeão espanhol de 125, emergiu como o líder das CRT na classe rainha do Campeonato Mundial, um resultado que repetiu no ano seguinte.
Mas era uma equipa semi-privada, geria pelo astuto Aspar, e o manto passou a seguir para Fausto Gresini.
Já então a RS-GP mostrou evolução, pois entre os seus sucessos mais recentes com Aleix Espargarò está um pódio em Silverstone em 2021, marcando o primeiro resultado de sempre do seu género no MotoGP para a Aprilia.
Ao mesmo tempo, a dedicação total ao projeto ainda faltava, com Massimo Rivola, CEO da marca, a dizer há um ano, quando Andrea Dovizioso ficou livre da Ducati e deu a entender que aceitaria pouco mais de metade do anterior salário de 7 milhões, que isso “ainda estava fora de alcance” para a Aprilia.
Só este ano a Aprilia chega como equipa de fábrica plena e independente, e financiada adequadamente, potenciando todo o aprendido até aqui para tornar a RS-GP de 2022 uma moto muito, muito rápida e, pelos vistos, competitiva.
"Para a RS-GP de 2022 concentramo-nos nas principais áreas de desempenho, ou seja, o motor tem uma série de novos aspetos, a aerodinâmica está em contínua evolução, enquanto que o software e a parte do chassis foram renovados com o objetivo de melhorar aspetos chave como a travagem, a aceleração e a estratégia de arranque" – explicou há poucas semana o Diretor Técnico Romano Albesiano na apresentação da equipa para 2022.
A nova iteração brilhou imediatamente, quer com Viñales, quer com Espargaró, a aparecer no Top 10 das sessões de treinos e até a liderá-las pontualmente em várias ocasiões este ano. Culminado agora na primeira pole da marca... na Argentina!
andardemoto.pt @ 3-4-2022 10:14:24 - Paulo Araújo
Clique aqui para ver mais sobre: Opiniões