Teste Mitt Legend 301 - pequena mas atrevida

Além do agradável estilo neo-retro que nos faz sonhar com os bons velhos tempos, esta pequena Mitt é uma moto perfeita para proporcionar prazer tanto nas deslocações do dia-a-dia urbano, como em pequenas escapadelas ao fim-de-semana.

andardemoto.pt @ 11-1-2022 13:29:38 - Texto: Rogério Carmo

Recentemente tive a oportunidade de rolar na Mitt Legend 301. Uma moto feita a pensar nos mais jovens, que cumpre com os requisitos para ser conduzida por que tem carta A2.

Com uma estética irrepreensível de estilo retro, inspirada nas Cafe Racers e nas Bobbers, salta à vista a posição de condução desportiva, com guiador de avanços e poisa-pés bastante recuados e elevados, e a silhueta enegrecida marcada pelos pneus de alto perfil instalados em bonitas jantes de liga leve de 17 polegadas.

Os avanços colocados por cima da mesa de direção, numa posição bastante aberta, fornecem um bom apoio tanto em travagem como em curva, e proporcionam um excelente controlo da direção. Os espelhos retrovisores, colocados na sua extremidade, e que podem ser posicionados para cima ou para baixo, compensam a visibilidade reduzida e o cuidado necessário no meio do trânsito, com um estilo realmente clássico.



As borrachas de proteção colocadas nas laterais do depósito de combustível, os guarda-lamas recortados, o escape tipo megafone e o kit oferecido de série, composto por bolsa lateral, proteção do farol e cinta térmica para enrolar nos coletores de escape, completam uma imagem deveras interessante.

A simplicidade domina todo o conjunto, com um painel de instrumentos minimalista equipado de indicador de nível de combustível e relógio, a destacar-se por cima de um convencional farol redondo que inclui luz diurna de alto brilho DRL (em LED).

Gostei do desempenho do motor de dois cilindros paralelos, com 234 cc de cilindrada, duas árvores de cames à cabeça e refrigeração por líquido, que debita quase 20 cv de potência, com uma sonoridade muito agradável e um nível de vibrações muito controlado, que apenas se torna mais percetível perto do limite de rotação.


Este bicilíndrico responde sem qualquer hesitação às solicitações do acelerador. Com um binário de 9,4Nm às 7.500rpm não se podem pedir acelerações estonteantes, mas o seu desempenho permite uns bons passeios em estrada e uma boa resposta no meio do trânsito, graças à sua boa disponibilidade a médios regimes.

A caixa de seis velocidades apresenta-se algo dura e pouco precisa, mas as relações curtas permitem uma condução divertida, sobretudo numa estrada retorcida, e a embraiagem apresenta um curso adequado apesar de a manete se notar ligeiramente pesada. Em termos de velocidade máxima a Mitt Legend 301 não nos vai fazer perder pontos na carta de condução, já que dificilmente se conseguem ultrapassar os 130 km/h.

Neste teste, promovido pelo importador da Mitt para Portugal, a Puretech, não me foi possível medir consumos, mas o depósito de combustível, com uma capacidade de 16,5 litros, deve garantir uma autonomia superior a 300 quilómetros, mais do que suficiente para qualquer escapadela.



O assento estreito, a apenas 770mm do chão, aliado a uma relativamente boa brecagem e a um peso de apenas 162 quilos em ordem de marcha, proporciona uma grande facilidade de manobra em qualquer situação, sendo perfeitamente adequado aos motociclistas de estatura mais baixa.

Bastante bem conseguido esteticamente, este assento corrido oferece espaço suficiente para condutor e passageiro, sendo que este conta também com poisa-pés e pegas para as mãos bastante bem posicionados. Apesar de aparentar ser bastante rijo, os quilómetros passam sem que se revele desconfortável.
Um quadro em tubos de aço reforçado suporta também uma ciclística assente numa forquilha invertida e em dois amortecedores a gás, com depósito de expansão, capaz de proporcionar uma boa estabilidade e um relativo conforto, penalizado apenas pelos pisos mais degradados.

O comportamento em curva é neutro, com a suspensão a mostrar-se bastante firme, mesmo a ritmos mais elevados e bastante afastados do propósito para o qual testa moto foi concebida. A direção é bastante precisa, permitindo uma fácil entrada em curva e demonstra uma grande agilidade, facto a que o baixo peso e os 1460mm de distância entre eixos não é alheio.

A travagem está ao nível do conjunto, entregue a discos e maxilas em ambos os eixos, sendo assistida por ABS. Não apresenta uma mordida inicial demasiado incisiva, mas é eficaz e a manete, apesar de exigir alguma força no seu accionamento, ainda assim permite uma boa dosagem, tal como o pedal.


É uma escolha acertada para condutores menos experientes, mostrando-se muito suave e pouco intimadora sob todos os aspectos, mas não será uma escolha acertada para os motociclistas mais afoitos. 
Sendo uma moto “naked”, a pouca proteção aerodinâmica que oferece torna-a pouco recomendavel para grandes viagens, sobretudo se as condições meteorológicas não forem favoráveis.

Por outro lado mostra-se perfeitamente à-vontade em percursos urbanos, não se negando a umas boas passeatas aos fins-de-semana, sobretudo por estradas secundárias, desfrutando da boa ergonomia e do bom desempenho da suspensão.
Como pontos fortes saliento a boa relação qualidade preço e a estética requintada, além dos acabamentos de boa qualidade.
Disponível em duas cores, verde-tropa (a versão que está nas fotos que ilustram este teste) e preto mate, a MITT 301 Legend já está disponível nos concessionários da marca em Portugal (clique para ver qual está mais perto de si) ao competitivo preço de 3.790 €.

andardemoto.pt @ 11-1-2022 13:29:38 - Texto: Rogério Carmo


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