Teste Yadea G5S - O Futuro é já ali

A Yadea G5S chegou ao nosso mercado com vontade de impressionar. A realidade eléctrica já não é uma novidade e o segmento está cada vez mais competitivo. Vamos conhecer os argumentos desta pequena scooter citadina, excitando electrões como se não houvesse amanhã.

andardemoto.pt @ 14-2-2023 11:17:09

Começamos por vos dizer que a Yadea é considerada um verdadeiro colosso mundial na produção de veículos eléctricos em duas rodas (juntando trotinetes, velocípedes, ciclomotores e motociclos), com mais de 50 milhões de unidades vendidas nos últimos 20 anos.

Num mundo que se quer cada vez mais verde, a proliferação de máquinas com emissões nulas tornou-se numa realidade incontornável, e os gigantes asiáticos cedo perceberam a sua importância.

Já muito escrevemos sobre estigmas e preconceitos e acreditamos que finalmente o mercado começa a perceber que a realidade industrial mudou indelevelmente. A qualidade dos seus produtos subiu, a fiabilidade começou a mostrar serviço e a própria dimensão dos meios de produção é resultado de parcerias com reconhecidas marcas ocidentais. 

A moto que vos trazemos hoje é um estereótipo desta realidade. Uma construção sólida e um plano de implementação no mercado baseado em argumentos profusamente testados. 

A Yadea G5S enquadra-se a meio da oferta da marca, entre a mais exclusiva C1S Pro (desenhada pela KISKA, mais conhecida por colocar muito cor-de-laranja nos seus designs), e a muito practica Y1S Pro, esta última dedicada ao segmento dos serviços de entregas de bens no contexto urbano.

Há uma absoluta confiança na qualidade dos seus produtos, demonstrada pela quantidade de informação disponível sobre os mesmos, sendo esta alavancada pelas provas dadas noutros mercados com implementação mais duradoura.


Sob esta premissa, debruçamo-nos sobre a pequena scooter com a curiosidade típica de quem quer perceber de onde vem todo este alarido…

Ao primeiro olhar, sobressaem as formas arredondadas e minimalista de todo o conjunto, a ostentação do logotipo (na secção traseira e dianteira), o grupo óptico inteiramente em LED, e uma certa solidez futurista, como se tivesse muitas certezas de que este é o caminho a seguir.

A presença da G5S invoca-nos alguns personagens robóticos dos filmes de ficção científica da nossa infância, e sentimos uma certa familiaridade e simpatia pela sua simplicidade. Neste espírito afável e sem grandes provocações (sempre de chave no bolso, graças ao sistema keyless), exploramos a informação do elegante LCD de 7”, onde os níveis das duas baterias e a velocidade instantânea aparecem em destaque.

Há a possibilidade de ligarmos um smartphone por bluetooth e temos inclusive uma App dedicada que nos permite mergulhar mais a fundo nas estatisticas de utilização da moto. Sim, porque tratando-se de uma eléctrica, há questões relevantes que são sempre colocadas.

Temos duas baterias de Lithium de 72V e 20 Ah (desenhadas pela Panasonic, com protecções de curto-circuito, subidas de tensão, sobrecarga e descarga excessiva), que alimentam um motor de 4100W (debitando qualquer coisa como 5,6 cv e 152 Nm) montado na posição central e com transmissão final por correia.

Uma solução convencional tradicionalmente utilizada pelas primas a combustão interna, inimigas do ambiente e devoradoras de fósseis. 


A autonomia declarada pela marca ronda os 115 km (consumo de 29 Wh/km), para uma velocidade máxima de 80 Km/h no modo Power. Quatro serão as horas necessárias para carregar as baterias a 100%, sendo que uma está colocada debaixo do assento (eliminando o espaço de carga), e a outra encontra-se aos nossos pés (elevando o piso e tornando a posição de condução algo desconfortável). 

Cabia-nos a nós testar estes números, e de capacete posto aceitámos o desafio de combater o caos urbano respeitando as flores e os pássaros enquanto assobiavamos alegremente. 

Acreditem que não há aqui exageros nem lirismos, sempre que pegamos nestas pequenas scooters electricas, os primeiros metros são inundados por um certo bem-estar que nos põe em comunhão com o mundo que nos rodeia. Seja pelo movimento silencioso, seja pela sua entrega espontânea e imediata, há sempre sorrisos que não conseguem ser escondidos nestes momentos. 

A Yadea G5S ombreia com as 125cc devido à sua certificação para carta A1, permitindo-nos atacar qualquer circuito urbano sem restrições de maior. A desenvoltura do seu motor torna-nos atrevidos, tem uma resposta decidida que nos permite ganhar momento rapidamente, e sem qualquer receio atingimos (e ultrapassámos!) a velocidade máxima permitida.

Com a capa de super-herói vestida (e entusiasmados com a presença de um cruise-control), entramos numa via rápida, e na primeira subida mais pronunciada sofremos um choque de realidade.

Encostamo-nos humildemente à direita enquanto somos ultrapassados por todos os que conseguem andar a mais de 50 km/h, e aceitamos o nosso destino. Afinal, esse não é o cenário para o qual a Yadea G5S foi concebida.

Voltamos à malha urbana, e percebemos que este é o cenário onde a G5S se sente confortável. O seu centro de gravidade baixo, o bom acerto das suspensões (embora firmes, nunca desistem na leitura dos ressaltos mais pronunciados), a potente travagem combinada (com discos em ambos eixos), e até a agilidade das pequenas jantes 12”, patrocinam o mais frenético ziguezaguear no transito, como se de um jogo de computador se tratasse. 


O modo ECO no mapa de motor serve para refrearmos os ânimos nas zonas com radares, visto que a velocidade máxima fica limitada aos 50 km/h (mas sem alteração na entrega de potência).

Parados, com o motor “ligado”, o modo estacionário (assinalado com um gigantesco “P” no painel), inutiliza o acelerador, evitando algum accionamento inadvertido. Temos também dois espaços de arrumação, expostos aos elementos, e um carregador USB disponível, imprescindível no nosso quotidiano. 

Ao longo do dia vamos assistindo ao esgotar das baterias e começamos a indagar como será a nossa sorte no regresso a casa. Conseguimos percorrer cerca de 80 km, sem grandes pudores na utilização do punho direito, restando-nos cerca de 10 % de carga (a partir dos 30%, a moto fica bloqueada no modo ECO).

Pouco depois, e a pedido de uma família esfomeada, uma rápida visita ao supermercado torna-se possível utilizando apenas uma bateria, ganhando espaço debaixo do assento (pouco mais de 20L, o tamanho de um capacete integral). 

Depois de passarmos horas num veículo que se assume como parte do futuro da mobilidade urbana, fazemos contas aos 4890 € pedidos pela Yadea G5S e o quanto pouparíamos em combustível se lhe déssemos um uso continuado (de acordo com a marca, a bateria fará uns 800 ciclos na sua máxima capacidade, qualquer coisa como 70.000 km). 

A sua agilidade e dinamismo, são ferramentas essenciais para lidar com uma urbe cada vez mais exigente, e o look amigável e futurista conquistam facilmente simpatias.

Ficámos céticos quanto à sua autonomia e ao espaço de carga, mas nesse dia, sem sabermos muito bem porquê…o jantar foi vegetariano.


Equipamento:

Neste teste usámos o seguinte equipamento de protecção e segurança:

Capacete Nexx X.VILIBY Signature

Blusão Sprint Logo

Calças Ixon Mike

Botas TCX RO4D WP

Luvas Sprint SP10



andardemoto.pt @ 14-2-2023 11:17:09


Clique aqui para ver mais sobre: Test drives