Contacto Lambretta X300 e G350 - De Volta à Ribalta
Quando ouvimos a palavra “Lambretta”, surge quase de imediato a ideia de scooter. Uma marca que nasceu há pouco mais de três quartos de século e construiu uma história que marcou vivências e deixou memórias.
andardemoto.pt @ 6-8-2024 07:30:00 - André Sanches
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Depois de dias conturbados, foi 2017 o ano que a Lambretta voltou ao ativo com o objectivo de elevar a sua imagem acima daquilo que já foi em tempos. Agora, o ano é 2024 e, com uma nova rede de distribuição os modelos X300 SR e G350 são lançados juntamente com a paixão que a casa milanesa coloca nos seus produtos.
Não querendo dedicar muito tempo a todos os detalhes acerca da história da Lambretta, recomendo que procure saber mais sobre esta moto porque é uma verdadeira epopeia de dedicação e paixão que já vem dos longínquos anos 50. Nascida em 1947, em Itália, a Lambretta aparece na ribalta com o seu primeiro modelo “A”, desenhado por Ferdinando Innocenti que tirou partido da sua fábrica de produção de tubos em metal para desenvolver o quadro e as carenagens da sua primeira Lambretta.
E foi também Innocenti que introduziu no mercado a primeira Lambretta, que se tornou imediatamente num ícone dos anos 50 e 60, conquistando a clientela juvenil com uma solução de mobilidade económica, utilizando componentes cromados e cores vivas.
Os modelos foram surgindo com o passar do tempo e a proposta de um meio de transporte econômico, versátil e cheio de pinta foi a receita para o sucesso da Lambretta nas décadas seguintes, até que, em 1971, a marca Lambretta foi vendida ao Governo Indiano.
Contudo, e como nós gostamos é de finais felizes, passados todos estes anos, em 2017, a Lambretta renasce com as suas linhas clássicas e cores de “torcer o pescoço” para cativar as novas gerações com um produto igualmente, ou ainda mais, refinado.
Retorna assim ao ativo a icónica imagem da Lambretta, significado de design e autenticidade, que se destaca nos detalhes como, por exemplo, no logo Lambretta, nos elementos ópticos ou no emblema Innocenti que decora a carenagem frontal.
Bem assentes nas suas bases, as novas X300 e G350 comprovam tudo o que foi mencionado acima e acrescentam as inevitáveis tecnologias e potência que só lhes conferem mais aptidões. Seguindo as linhas da sua scooter mais vendida em 1969, a Model Grand Prix, tanto a X300 como a G350 apresentam acabamentos de qualidade com carenagens laterais achatadas e largas, e uma carenagem frontal com a icônica puxada de ar que estabelece concordância com a silhueta da moto.
Não só no design se esmerou a Lambretta, pelo que ambas estas scooters da casa milanesa apresentam novos motores, os mais potentes algumas vez instalados em scooters clássicas. Estes monocilíndricos sobressaem não só pelos 25,2 cv de potência na X300 SR e os 25,8 cv de potência da G350, como também pela refrigeração por líquido, uma resposta pronta ao acelerador e um funcionamento suave com uma entrega de potência constante ao longo de todo o regime.
Mas, nem só de prestações dinâmicas são feitas as Lambrettas, até porque todos sabemos que, para chegar aos destinos de forma eficaz, estas peças de engenharia com duas rodas são sempre a escolha ideal. E no que toca à forma como desafiamos o trânsito, a conversa já é outra, até porque as scooters vão sempre ganhar, graças à sua agilidade e simplicidade de condução. As Lambrettas X300 e G350 afirmam a sua manobrabilidade com facilidade no ziguezaguear e no curto espaço necessário para as inversões de marcha graças à sua boa brecagem.
Diferenciadas também nas suspensões, as Lambrettas X300 e G350 optam pelo tradicional braço oscilante dianteiro com duplo amortecedor e dois amortecedores na suspensão traseira. Na X300 estas se mostraram ligeiramente mais firmes, conferindo à condução um toque mais desportivo, complementado também pelo seu assento mais firme e pelo motor, um pouco mais rápido que o da sua irmã G350.
Na Lambretta G350 o conforto comanda, o assento mais amplo e as suspensões menos castigadoras nas irregularidades do asfalto são complementadas pelo motor mais robusto, com mais cilindrada que a X300 (330cc em vez de 275cc), e também com uma entrega de potência mais amigável.
Ambos os modelos italianos oferecem uma simpática distância do assento ao solo, bastante acessível às estaturas mais baixas, plataformas planas com espaço suficiente para para os pés, uma boa capacidade de arrumação sob o assento, onde cabe um capacete estilo jet e onde se encontra localizado o bocal do depósito de combustível. Na frente dos joelhos, no avental, estão os porta-luvas onde de podem acomodar pequenos objetos ou carregar os smartphones ou outros gadgets através de tomadas USB.
Tecnologicamente, as Lambrettas mantiveram-se fieis à simplicidade que as distingue. Possuem sistema ABS em ambas as rodas (obrigatório) e iluminação full LED com luz diurna. A X300 SR mantém o tradicional painel de instrumentos analógico que tantas memórias nos trás, sendo este acompanhado por um LCD de parcas dimensões que exibe informações básicas. No modelo X a ignição é ainda realizada sem chave, através de transponder. Na G350 o painel de instrumentos é totalmente digital e a cores com uma estrutura interativa e fácil de entender. A chave “tipo Ferrari” deste modelo mais potente tem de ser inserida no tradicional canhão de ignição, ao bom estilo dos anos 50/60.
Estas Lambrettas honram o seu passado, algo que muitas vezes é ignorado noutras fabricantes e que tão importante é para os motociclistas da “velha guarda”, normalmente mais saudosistas. Se dermos por nós a apreciar estas obras de arte vamos acabar por encontrar detalhes que nos fazem querer saber mais sobre este ícone que marcou a história e conseguiu, na sua época, que todo o segmento das scooters passasse a ser referido como Lambrettas.