Horex VR6 - 6 cilindros e muita história
A História da Horex é conturbada. Desde que a marca nasceu, tendo alcançado um sucesso imediato, até aos dias de hoje em que a sua ressurreição tem sido difícil, conheça aqui a sua história e os modelos já disponíveis.
andardemoto.pt @ 13-2-2016 17:17:44
Tudo começou ainda antes de 1920, quando Friedrich Kleeman, proprietário de uma fábrica de vidros, a Rex Tin Glass Co, sedeada em Bad Homburg na Alemanha, comprou uma posição maioritária na administração de uma empresa local, fabricante de motores: a Columbus-Motorenbau AG de Oberursel.
Em 1920, o seu filho, Fritz Kleemann, de 24 anos, decidiu instalar os recentes motores “Gnom”, monoicilíndricos a quatro tempos, produzidos pela Columbus-Motorenbau AG, que debitavam um cavalo de potência a partir de uma cubicagem de 63cc, em quadros de bicicleta adquiridos a terceiros. Para o efeito criou a HOREX Fahrzeugbau AG, cujo nome era uma congregação dos nomes Homburg a sua terra, e Rex, a vidreira de seu pai.
O sucesso da Horex foi imediato já que o pequeno motor Gnom tinha uma engenharia bem conseguida que granjeou uma boa reputação. A Horex tinha nascido e imediatamente saboreado a fama.
Os primeiros modelos desportivos surgiram em finais de 1923. A Columbus e o seu talentoso engenheiro aeronáutico Edward Freise tinham desenvolvido uma motor de 248cc, para o qual Kleeman mandou construir um quadro específico na conceituada fabricante Stein. Logo se sucederam várias vitórias em diversas provas desportivas, e rapidamente a Horex começou também a fabricar os seus próprios quadros para as suas motos.
Logo após a IIGG, mais precisamente em 1948, a Horex consegue ser uma das primeiras marcas a regressar ao activo. Remodelou o modelo SB35, desenhado por outro grande engenheiro, Herman Reebe, deixando o motor de 350cc monocilíndrico inalterado, mas caprichando na remodelação do quadro e da ciclística, e por alturas do Natal já estava a produzir a Regina que, devido aos travões e à suspensão de grande nível, aliados a uma grande fiabilidade e conforto, se converteu imediatamente num sucesso. Talvez o maior sucesso da marca.
Em 1953 surgiram os modelos com cilindradas de 250 e 400 centímetros cúbicos. Nesse mesmo ano, foram produzidas 18.600 Horex Regina, que foram exportadas para mais de 60 países. Em paralelo com a Regina normal, que debitava 15cv, a Horex também produzia uma versão Sport cujo motor debitava 20cv.
Em 1955, em paralelo com a Regina, a Horex apresentou outro modelo muito interessante: a Imperator, dotada de um motor bicilíndrico paralelo com 500cc. Foi o canto do cisne da marca que fechou portas em 1956, pouco antes de ter substituído a Regina pela Resident. Durante mais dois anos a empresa fabricou apenas scooters e peças para a Daimler-Benz, até que esta tomou conta da gestão em 1960, e que terminou a produção de motociclos.
E foi em 2010 que se começou a voltar a ouvir falar na Horex. Falava-se então numa moto exclusiva, dotada de um motor de seis cilindros em linha com colocação transversal, e dotado de turbo-compressor, sobretudo destinado ao mercado germânico, Austria e Suiça englobados, que iria estar disponível em finais de 2011.
Esta VR6, como foi baptizada, apresentava um quadro em ponte fabricado em alumínio. Monobraço na roda traseira e transmissão por correia. Só que esta moto nunca chegou a ser comercializada, já que a companhia que a estava a produzir declarou falência em 2014, tendo fechado portas e despedido todos os funcionários no final desse ano.
Foi já em 2015 que um novo grupo industrial, a 3C-Carbon Group AG, entrou nas negociações e adquiriu a marca Horex, assumindo-se como a salvadora de uma das mais antigas marcas de motos europeias, uma joia da coroa industrial teutónica que corria o risco de ser vendida para estrangeiros.
O que é certo é que no último salão de Milão tivemos oportunidade de ver, ao vivo e a cores, os dois mais recentes modelos da mítica marca: a VR6 Silver e a VR6 Black que de seguida lhe apresentamos.
Horex VR6 Silver
A VR6 define-se como uma Power Cruiser. O seu exclusivo motor de seis cilindros em linha apresenta uma tecnologia de ponta, recorrendo a materiais de elevada qualidade que lhe proporcionam uma extrema leveza.
A 3C-Carbon redesenhou praticamente todos os componentes desta moto que, comparativamente com as primeiras versões apresentadas no início de 2015, ainda pelo antigo proprietário da marca, apresenta diferenças significativas no sentido de reforçar o “HOREX experience factor".
Efectivamente poucos foram os componentes que não foram alvo de remodelação. Apenas o motor, o depósito de combustível o braço oscilante e o quadro é que não sofreram remodelações.
A produção desta nova Horex VR6, nesta versão denominada “Silver” (prata), está limitada a apenas 33 unidades, que a posicionam como uma das mais refinadas e exclusivas motos que o mercado tem para oferecer.
O director de produção, Karsten Jerschke, afirma que apesar de ter tido apenas seis meses para reformular todo o conceito, teve o tempo suficiente para conseguir que esta nova moto transmita uma experiência de condução completamente nova.
A transmissão tem agora novos componentes e a ciclística apresenta uma afinação completamente diferente. O principal objectivo terá sido aperfeiçoar a entrega do binário para melhorar as prestações dinâmicas, apresentando-se sobretudo mais linear. A linha de escape foi revista, tendo sido completamente desenhada pela 3C-Carbon.
O resultado prático verifica-se numa entrega de potência que ronda agora os 170cv, com um binário a rondar os 140Nm, mas apresentando-se mais dócil e fácil de conduzir, sendo mais ágil em condução desportiva, mais ergonómica, mais confortável e ainda mais segura.
A forquilha foi redesenhada, apresentando baínhas de 43mm de diâmetro com componentes Öhlins, tal como o amortecedor traseiro, um TTX36-GP. A travagem está a cargo de componentes topo de gama, os GP4, maquinados, da Brembo, assistidos por ABS.
O painel de instrumentos também é caseiro e revela-se ele próprio uma verdadeira obra de engenharia em fibra de carbono, apresentando funcionalidades de comunicação com qualquer “smartphone”. Iluminação integral por LED, incluindo luzes de circulação diurna completam o pacote tecnológico.
Recorrendo à sua experiência no desenvolvimento de soluções em fibra de carbono, a 3C-Carbon conseguiu reduzir o peso total desta nova Horex VR6 em cerca de 30 quilos, que equivale a 221 kg a seco.
Tratando-se de uma moto em que vários parâmetros são personalizáveis (está logo à partida disponível em três versões diferentes), e destinada a uma clientela restrita, a marca não apresenta preços de venda ao público. As únicas certezas dadas pela marca é que está para ficar no mundo das motos, que este motor VR6 não será o único da sua gama, e que assume o fabrico de peças para as (poucas) VR6 comercializadas pelos anteriores proprietários da marca.
Para mais informações deve registar-se no site da marca: www.horex.com
Horex VR6 Black Edition
Esta Black Edition assenta na mesma base da versão Silver. Também ela tem uma produção limitada a 33 unidades. O seu estilo “cafe racer” confere-lhe um peso a seco aligeirado em cinco quilos, cifrando-se em apenas 216kg a seco.
O motor de seis cilindros apresenta as mesmas especificações do da versão Silver. O seu assento também está posicionado à mesma altura, a uns razoáveis 780mm do chão.
O preço anunciado para esta versão era de 64.500 euros.
Mas afinal o que tem de tão especial o motor VR da Horex? Veja este vídeo...
andardemoto.pt @ 13-2-2016 17:17:44
Clique aqui para ver mais sobre: MotoNews