Contacto Honda X-Adv e Forza 750 - Escolhas difíceis
Não será um exercício fácil para uma marca aprimorar um best-seller, mas para o maior construtor mundial de motos, não existem impossíveis. Para 2025, a Honda refinou a sua X-Adv e sofisticou a sua irmã estradista, a Forza 750. Fomos conhecê-las melhor na sua apresentação internacional na ilha da Sicília.
andardemoto.pt @ 26-11-2024 09:51:01
Faça uma consulta e veja caracteristicas detalhadas:
Honda X-ADV 750 2025 | Moto | AdventureHonda Forza 750 2025 | Scooters | Scooter 125 cc
Antes de mais gostaríamos de dar uma palavra de aconchego emocional a todos aqueles que sempre consideraram estes modelos “híbridos” como os parentes pobres das “motos de verdade”.
Depois do aparecimento da Integra, que abriu a caixa de Pandora à possibilidade de utilização de uma caixa automática (assim o aparentava), a marca da asa dourada elevou o nível de heresia e desenvolveu um produto ainda mais específico. Quem experimentava, rapidamente ficava convencido…
“Look like a scooter, ride like a motorcycle”, foi o mote que deu origem a estas duas motos. A Honda soube capitalizar a sua inovadora aposta na primeira scooter de aventura do mercado e transformou-a num sucesso de vendas global, casando soluções como a embraiagem dupla DCT com a practicidade típica de máquinas mais urbanas.
A versão de 2025 da X-Adv ganha actualizações estéticas e tecnológicas, num paradigma mais evolutivo que revolucionário. A sua irmã mais estradista, a Forza 750, sofreu um verdadeiro facelift e melhorou alguns aspectos que lhe permitem acompanhar a forte concorrência no seu segmento.
Honda X-Adv
Vamos então apontar o holofote sobre aquela que já vendeu mais de 76.000 unidades em toda a Europa desde 2017. Se a sua silhueta aventureira se mantém inalterada (as mesmas suspensões de curso aumentado, os pneus mistos, o guiador largo e as jantes raiadas), ao longo dos anos o seu design foi ganhando algum requinte.
As linhas tornaram-se mais estilizadas e as cores mais “executivas”, mas sempre sem perder o rumo do seu objectivo, manter uma personalidade ambivalente e ao mesmo tempo única no seu propósito (que outras marcas vão tentando imitar, replicando o conceito em cilindradas menores). O novo formato da carenagem frontal e o redesenho dos faróis harmonizam o estilo agressivo de todo o perfil desta moto.
A X-Adv nunca terá uma presença discreta, e nós só podemos agradecer a fantástica cor amarela que celebra e destaca a sua diferença. Os indicadores de mudança de direcção fazem agora parte dos DRL (Leds de presença diurna, duas vezes mais brilhantes que no modelo anterior), limpando a carenagem frontal de quaisquer apêndices luminosos.
Se esta solução ganha pontos a nível estético, desaparece a tradicional iluminação permanente dos mesmos, um pormenor bastante relevante que ajudava a assinalar a sua presença na estrada (sobretudo, nos espelhos dos outros veículos), com ganhos significativos a nível de segurança.
O assento foi remodelado, aumentando em 10% o volume da espuma nas zonas laterais, com enfoque no conforto e sem prejuízo do espaço da bagageira que esconde por debaixo (que conta com um novo amortecedor mais curto e em nova posição).
O ecrã TFT colorido tem um novo layout, privilegiando a visibilidade e a facilidade de interação, assim como também surge um novo comutador de tipo “joystick”, entre os demais que agora são retroiluminados, tornando mais simples a imersão no sistema. É desta forma que, com o polegar esquerdo podemos modelar toda a parafernália electrónica (desde os punhos aquecidos até ao acesso ao Honda Road Sync que nos permite ouvir música ou ter direcções simplificadas “turn by turn”).
Para 2025 a X-Adv ganha um muito útil Cruise Control, assim como um completo redesenho do seu ecrã deflector e do seu sistema de ajuste (agora sim, realmente operável com uma só mão).Uma das grandes diferenças em relação ao modelo anterior está na evolução do DCT. Graças a um novo cérebro electrónico, a gestão do funcionamento da embraiagem a baixas rotações foi melhorada substancialmente.
As manobras mais lentas, como uma inversão de marcha, por exemplo, são agora mais suaves e previsíveis, sobretudo no toque inicial do punho direito. De resto, toda a sua magia permanece inalterada, um sistema sem falhas que casa na perfeição com este “SUV de duas rodas”.
Os diferentes mapas de condução (Sport, Gravel, Standard, Rain, User 1 e User 2) garantem personalidades diferentes ao DCT e das ajudas disponíveis (mapas de entrega de potência, controlo de tracção, gestão do travão motor e ABS), e nos modos parametrizáveis podemos preparar a máquina a nosso gosto. Mantendo o enfoque na vontade de agradar ao cliente, a lista de acessórios é vasta e pode ser combinada em diversos packs funcionais (itens como crash-bars, iluminação adicional, malas laterais e top-case com sistema keyless, etc).
A nova X-Adv permanece fiel às suas origens, mostrando ser capaz de nos surpreender na maior parte das ocasiões. Num ambiente urbano, agradecemos a capacidade da sua suspensão e da sua solidez ciclística para ignorarmos todo o tipo de agruras com que a cidade nos agasta. Sejam tampas de esgoto, buracos inesperados ou até mesmo passeios mais altos em estacionamentos proibitivos, a tranquilidade de termos uma moto capaz de superar tudo sem grandes sobressaltos é um descanso mental permanente.
A vantagem de termos um espaço debaixo do assento capaz de albergar um capacete integral (ou até mesmo um de aventura, com pála pequena) nunca pode ser desvalorizada, é um extra único de uma scooter com motor de gente grande.
Em estrada aberta, o conforto de rolamento é bastante aprazível, muito graças à sua protecção aerodinâmica (se bem que gostaríamos de umas protecções de punho com dimensões reais, não tendo de pagar um extra pelas suas “extensões”), e nunca questionamos o assento ou a posição de condução (estamos de braços bem abertos, com a alavancagem típica de uma trail).
A ciclística serve-se de um quadro sem grandes torções e o funcionamento da suspensão revela-se “suavemente desportivo”. Tem as suas oscilações controladas e permite fazer brilhar os Bridgestone A41 com um bom feedback no que toca ao atrito no tapete asfáltico.
Felizmente, o carácter do motor (um bicilíndrico paralelo de cambota desfasada a 270º com 745cc, debitando 59 cv às 6750 rpm e 69 Nm às 4750 rpm) permanece inalterado nesta iteração do Euro 5+, em que o binário promove uma resposta sempre saudável e cativante.
A X-Adv gosta de rolar fluida e despachada, confiante de que o DCT lhe dará as respostas que precisa para resolver a maior parte das situações. Se ao menos existisse algo mais acutilante com este envelope motriz…Mas já lá vamos.
No pequeno percurso fora de estrada fizemos valer o uso dos poisa pés específicos que nos colocam numa posição quase ideal para podermos controlar a máquina nos terrenos mais escorregadios.
O controle de tracção algo castrador (mesmo no modo Gravel) pode ser desligado, e assim podemos usufruir do bom feeling do acelerador da generosa distância entre eixos para fazer soltar a traseira em derrapagens controladas. Não existe a possibilidade de desligar o ABS traseiro, infelizmente. Ou se calhar, ainda bem, porque rapidamente estaríamos a caminho de Dakar com um camião de assistência…(nota de sarcasmo latente, façam atenção).
Honda Forza 750
Como se existisse uma equipa de engenheiros de topo que percebessem as nossas intenções, um outro modelo esperava por nós, cheio de vontade de nos mostrar o seu compromisso e atitude.Dinamicamente a Forza 750 sempre foi um portento.
A confiança que a jante dianteira de 17” nos oferece, aliada a umas suspensões (de menor curso qua as da X-ADV) e travagem (com discos de maior dimensão, de 310 mm de diâmetro) com pendor desportivo, transformam-na numa das máquinas mais divertidas de conduzir na malha urbana (e não só!).
O centro de gravidade sente-se também mais baixo, favorecendo a agilidade, e o bicilíndrico com a caixa DCT revela-nos uma experiência de condução única para uma maxi-scooter, sempre disponível para mostrar serviço. Diríamos até que muito poucas motos “de verdade” a conseguiriam acompanhar num contexto citadino.
Uma das principais alterações para 2025 saltava à vista de todos, e a nova estrutura estética da secção frontal revelava-se uma boa surpresa vista ao vivo. As linhas estão mais subtis e o enquadramento do novo grupo óptico foi bastante bem conseguido, apelando mais à elegância do que propriamente ao arrojo estético (o que faz sentido, tendo em conta o enquadramento GT mais exclusivo com que a marca carimba a sua existência).
O TFT, tal como as demais novidades, acompanha as alterações da X-Adv e o novo ecrã de regulação eléctrica também assume protagonismo nestas alterações, visto que a concorrência já o propunha noutros modelos, e estes são pormenores que podem fazer a diferença no acto da compra.
Muito sinceramente, para nós bastava uma estrada de curvas para ficarmos convencidos, porque toda a envolvência dinâmica desta maxi-scooter é um verdadeiro assalto aos sentidos. Até o som da indução de ar é mais pronunciado do que na irmã mais aventureira!
Não podíamos deixar de dar uma nota de apreço pelo esforço da marca em começar a utilizar materiais recicláveis na construção destes modelos, promovendo a sustentabilidade ecológica e almejando a neutralidade de utilização do carbono como meta para 2050.
O trabalho desenvolvido tem uma qualidade de tal forma bem conseguida que em nenhuma das peças em questão notámos alguma diferença inequívoca (o ecrã deflector da X-Adv é um exemplo deste paradigma). Parabéns Honda, o planeta agradece (e o futuro da indústria também).
As alterações realizadas nestes dois modelos tão especiais para a Honda foram especificamente projectadas tendo em conta o feedback dos seus proprietários. Mais sofisticadas e refinadas, são os pequenos pormenores que fazem a diferença.
Para nós, a evolução tecnológica mais notória é o DCT, que se apresenta absolutamente infalível sobre todas as circunstâncias. De resto, é uma questão de gosto pessoal. Se não levarmos a um extremo a personalidade aventureira da X-Adv (Desde 13 330 €), podemos contar com uma moto que faz quase tudo.
Por outro lado, e este exercício de mudar de moto a meio do dia foi bastante revelador, a Forza 750 (Preço a anunciar) mostra-se sempre disposta a acompanhar qualquer outra máquina que encontre numa estrada revirada. A vida é feita de escolhas e a Honda continua (muito saudavelmente) a não nos facilitar a vida..
Faça uma consulta e veja caracteristicas detalhadas:
Honda X-ADV 750 2025 | Moto | AdventureHonda Forza 750 2025 | Scooters | Scooter 125 cc
andardemoto.pt @ 26-11-2024 09:51:01
Clique aqui para ver mais sobre: Test drives