Royal Enfield Scram 411 - De armas e bagagens

Ao melhor estilo de desafio fui, em representação do Andar de Moto, a um encontro de Royalistas em Leiria, aproveitando para testar o mais recente modelo da Royal Enfield e descobrir o que esta Scrambler acrescenta à cada vez mais completa gama da marca.

andardemoto.pt @ 27-7-2022 05:05:31 - Texto: Gustavo Branquinho | Fotos: Luis Duarte

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Royal Enfield Scram 411 | Moto | Scram

A Royal Enfield Scram 411 é um modelo derivado da sua irmã mais velha, a Himalayan, da qual herdou a sua gênese, mantendo o mesmo motor e a mesma ciclística, exceptuando a jante dianteira de 19 polegadas que substitui a de 21 polegadas. E pode ficar a saber tudo sobre ela neste artigo técnico, e ver as primeiras impressões que causou na sua apresentação aos media.

Sendo um alegre proprietário da uma Himalayan, esta Scram 411 não me apanhou completamente de olhos fechados, pois eu e a minha Ponda, carinhosamente assim alcunhada por motivos que me são muito caros, temos já algumas aventuras a dois e até a três, quando a minha filha me reserva a sua distinta companhia para algumas aventuras.

A minha Himalayan tem sido uma fiel companheira de viagem e muito tolerante perante a carga a que por vezes a submeto, pois ao melhor estilo de um viajante solitário, preparei-a para me acompanhar nas minhas saídas de campo a solo, em autonomia, bem como nas demais viagens dentro da Península Ibérica.

Por isso resolvi pôr à prova esta Scram 411 e submetê-la ao jugo de carregar algum equipamento, dispensando a maioria dos apetrechos que normalmente me acompanham.

Estando em vigor a interdição de fazer fogo, optei por não a levar até a floresta e sim até ao agradável, e já referencial entre os Royalistas, Encontro da Royal Enfield Leiria, que se realizou no passado Domingo dia 24 de Julho, evento da responsabilidade do Stand daquela cidade, organizado pelo Sr. Fernando e toda a sua fantástica equipa.

Como diz a música dos Xutos & Pontapés, que me desculpem os direitos de autor, depois da carga metida nos contentores, lá parti nesta aventura com a Scram 411. Como não gosto de chegar atrasado e como juntei o trabalho ao divertimento, sábado de manhã pela fresquinha lá segui até Leiria.

A Scram 411 carregada e atestada só pedia quilômetros de estrada e de bons ventos para chegar ao nosso destino. Rapidamente se passou a margem sul, aquele deserto à beira mar plantado e se transpôs a Ponte 25 de Abril a caminho do IC 2 que nos levava a Leiria.


São estas as vias que melhor se adequam a estes modelos de menor cilindrada e limitados a uma velocidade média de viagem entre os 90 kmh e os 100 quilômetros kmh, que não levam a problemas de infrações de trânsito, porque com facilidade adequamos o punho direito ao limite legal da via de trânsito.

Agradável surpresa logo ao fim de alguns quilômetros, foi a opção da jante de 19 polegadas que deixou a moto mais incisiva em curva e bastante mais responsiva nas mudanças de direção.

Com uma rápida paragem técnica para um café e um belo pastel de nata, na Benedita, aproveitei para reparar na opção estética das tampas laterais no depósito, que dão à Scram 411 um ar mais jovial, tornado-se uma boa opção por parte dos recém encartados e sendo uma base divertidíssima para alguma customização, própria de idades mais jovens.

Apesar de manter uma mentalidade muito jovial, pus-me a pensar que este teria sido um modelo em que gostaria de me ter passeado e que iria de certeza atrair muita atenção, no tempo em que reinavam as Yamaha DT, BWs, Target  e subsequentemente as Yamaha Dtr 125, Honda XR 250 e 600 e por aí fora.

Restava-nos já muito poucos quilómetros até ao destino final e rapidamente nos juntámos ao Staff da RE Leiria.

Como já é apanágio destes encontros e tal como nas minhas anteriores visitas, a recepção foi fantástica. Toda a Equipa já estava a trabalhar para o encontro do dia seguinte.

Como para mim passar apenas um dia com esta equipa é algo demasiado efêmero, depois de um pequeno movimento catalisador consegui que um grupo de Royalistas se juntasse para acampar de um dia para o outro e assim, seis temerários, ao melhor estilo classicista da propria marca, montou o bivouac para passar a noite, num cantinho que o Sr. Fernando nos arranjou no Parque de Merendas da Boa Vista.


Foi muito agradável ver juntos três modelos distintos da Marca, uma Classic 500 Tribute Black lindíssima, conduzida por um maravilhoso casal que nos brindou com a sua companhia e historias das suas viagens, uma Interceptor 650, conduzida pelo mais recente Aspirante a Royalista que irá fazer a sua viagem de batismo pelos picos da Europa no inicio do Mês de Agosto e ainda uma não menos surpreendente Voge 500 onde mãe e filha vivem momentos únicos para mais tarde recordarem, e a Scram 411, conduzida por este viajante solitário.

Montamos o bivouac, mas elevei o desafio: deixei a tenda em casa, o saco cama igualmente ficou para trás e optei por levar como equipamento apenas um bom e velho cobertor que transformei em poncho, uma manta de malha polar e um tarp (para os menos conhecedores é uma lona adaptada para uso em actividades na floresta, bushcraft e sobrevivência, que pode ser usada para montar um abrigo em diversas configurações, eventualmente em conjunto com um hammock, vulgo cama de rede suspensa).

Neste caso o tarp foi usado para montar um abrigo que envolvia a Scram 411 e me abrigava das condições meteorológicas, e que se revelou uma surpresa para os restantes que acharam a opção surpreendente e agradável.

Ao início de noite o Sr. Fernando e a sua equipa surpreenderam os temerários viajantes e o staff com um maravilhoso jantar volante, e diga-se de passagem que o franguinho estava fantástico e o entrecosto divinal, regado por uma imperial fresquinha, que a noite estava quente e ninguém ia conduzir.

Como algo bom nunca vem só, tivemos como corolário um evento organizado por uma escola de música, que decorria no Parque de Merendas da Boa Vista e que nos proporcionou ouvir boa música portuguesa que nos embalou para uma boa noite de descanso.

Acordámos com o raiar do dia e entre outros desafios lá estreamos o meu mais recente chuveiro portátil. Infelizmente o luar não aqueceu a água como o aqueceriam os raios do sol, mas não há nada como começar o dia fresquinho e de banho tomado.


Com a nossa melhor t-shirt vestida, evidentemente da marca pois também somos vaidosos por sermos Royalistas, desmontámos o bivouac e rumámos ao Stand da Royal Enfield de Leiria, onde ja nos esperava um agradavel pequeno almoço, igualmente oferecido pela organização. Uma sandocha, sumo e aquele cafe esperto, ajudaram a carregar as baterias para o que vinha a seguir.

Entretanto começavam a chegar outros belíssimos modelos Royal Enfield que, mesmo para nós proprietários de modelos da marca, não nos conseguem deixar indiferentes à sua beleza.

Com abraços a já velhos conhecidos e conversas com quem ainda não se conhecia, fui percorrendo o interior do Stand belissimamente decorado e onde já estão expostos os modelos de 2022.

Fui reparando que, tal como habitualmente sucede na RE Leiria, durante estes eventos totalmente gratuitos e abertos a todos os que queiram participar, o Sr. Fernando nps brinda ainda com um desconto especial para dias de festa, em acessórios e equipamentos originais, algo que muito agrada a quem neles participa.

Boas vindas dadas, briefing feito e estávamos prontos a ir descobrir a beleza de Leiria e conhecer o marco geodésico de Monte Gordo, com direito a uma explicação fantástica sobre o mesmo, visitar as ruínas de um local onde viveu a Rainha Santa Isabel e navegar pelos campos verdejantes do Liz, sempre ladeados pelas levadas de água para irrigação dos campos de milho.

Confesso que me apetecia ter apanhado umas maçarocas para assar, mas não encontrei a quem pudesse pedir autorização. Sempre ouvi dizer que começamos a respeitar-nos nós próprios quando respeitamos o que é dos outros...

No Monte Gordo a Scram 411 trepou, ao melhor estilo de subida impossível, um trilho bastante íngreme, sem dificuldades acrescidas. Esta subida temerária não deixou ninguém indiferente perante a agilidade da Scram 411.

Mas como tudo o que sobe tem de descer, apesar da adrenalina e da confiança que a Scram inspira, fiquei mais calculista para regressarmos incólumes a terra firme. Terminadas as aventuras, regressámos ao local de reunião para o tão esperado almoço de pernil de porco no espeto.


Aproveitei, à margem do evento, para fazer duas pequenas perguntas ao Sr Fernando; a primeira sobre o que o motiva a organizar gratuitamente estes encontros e a segunda qual a conclusão que tira da adesão do público a estes eventos.

À primeira pergunta o Sr Fernando respondeu que, face ao compromisso que criou com os seus clientes, sente-se grato pela saudável relação comercial que tem com eles. Além disso, o seu gosto pelas motas fá-lo ultrapassar o aspecto comercial para uma relação familiar entre empresário e cliente.

À segunda pergunta respondeu ser fantástico ver todas estas pessoas reunidas por um gosto comum, terminando com um “Isto sem vocês não era possível !”

Neste evento estiveram presentes nem mais nem menos do que 65 motas, maioritariamente Royal Enfield, mas houve alguns visitantes (ainda) com motos de outras marcas, que igualmente conviveram alegremente, perfazendo um total de quase 100 motociclistas e penduras.

Após barriga cheia, companhia desfeita e a meio da tarde começaram-se a ouvir de novo os maravilhosos roncos destes icónicos motores, partindo com destino a casa.

Fica sempre a nostalgia do momento da partida, sabendo que assim que possível iremos nos encontrar novamente, sobretudo após o desafio, prontamente aceite, para organizar um encontro por terras do deserto da Margem Sul.

Rodas na estrada e lá retornei a casa, na melhor companhia, entre mais cinco lindas Royal Enfield que espalhavam charme e beleza por onde passavam.

Fiquei grato por mais um dia fantástico, pela amizade e pela oportunidade dada para escrever este artigo- Espero que possa ter demonstrado o maravilhoso fim-de-semana passado aos comandos da lindíssima e entusiasmante Scram 411, da viagem até terras do Liz e o profissionalismo e simpatia de toda a equipa da Royal Enfield de Leiria.  Até a uma próxima aventura.

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