MotoGP 2025 - GP de Espanha: Tribunal andaluz “aprova” Alex Marquez

Percebia-se que dificilmente a fama e a glória, da vitória do GP de Espanha escaparia ao “Rei” Marc, mas acabou por ser o “Príncipe” Alex a ser feliz, conseguindo a primeira vitória na categoria principal perante o exigente tribunal andaluz na festa de Jerez de la Frontera.

andardemoto.pt @ 30-4-2025 10:46:53 - Vitor Sousa

A tradicional jornada do Grande Prémio espanhol, a festejar em 2025 40 anos do circuito agora chamado Angel Nieto na alta roda do motociclismo mundial, não podia conhecer melhor desfecho. Uma jornada épica que teve um final poético.

O fim de semana começou agridoce para o mais novo dos Marquez. Duas quedas na sexta-feira e das duas vezes o piloto da BK8 Gresini Ducati se levantou para assinar a volta mais rápida da sessão, terminando o primeiro dia de atividade na pista com um sinal de determinação que viria a confirmar mais tarde.

É certo que na qualificação foi um tão surpreendente quanto saudado Fabio Quartararo a cumprir o que as suas declarações ao longo da semana já haviam intuído, garantindo a pole position, com record da volta, numa Yamaha a dar sinais de competitividade apenas sugeridos anteriormente nos testes de pré-temporada.


Marc Marquez e até ‘Pecco’ Bagnaia apresentaram argumentos para se sentarem na primeira linha da grelha, relegando Alex, Morbidelli e Viñales para a segunda. Honda a fechar o Top 10, com Mir à frente de Zarco, e a melhor Apliia apenas P11 (Bezzechi).

Estava lançado o mote para a corrida Sprint. A questão sobre se Fabio conseguiria manter a supremacia encontrou resposta cedo demais, quando, logo à segunda volta, o francês da Yamaha caiu na discussão da travagem para a curva 6, ombro a ombro com Marc Marquez.

A partir deste momento, os lugares da frente ficaram definidos. Alex, tinha surpreendido ‘Pecco’ nos momentos iniciais e, sem que o italiano pudesse, de novo, fazer alguma coisa, os irmãos Marquez terminaram em primeiro e segundo pela quinta vez este ano... em cinco corridas! Bagnaia foi terceiro... pela quarta vez (só falhou no Qatar). Nos seis primeiros lugares terminaram as seis Ducati em pista, com Viñales, em KTM, a ser o ‘melhor dos outros’.


Marc, o maior adversário de si mesmo

Para o dia de sábado – que confirmou uma assistência superior a 220 mil espetadores para os três dias, e que teve gente nas ‘bancadas’ bem antes do sol nascer – havia uma sensação de que algo poderia ser diferente da véspera.

Seria Bagnaia a juntar um quarto triunfo consecutivo em Jerez ao seu sucesso recente na pista espanhola ou Marc Marquez voltaria a exibir o domínio apresentado desde o início do ano? Poderia Fabio Quartararo impor a Yamaha e corrigir o erro da véspera, ou Alex estaria pronto para assinar a surpresa da tarde?

À reação ao semáforo, Quartararo saíu à frente e na sequência, sempre difícil, das curvas 1, 2 e 3 manteve a liderança. Voltou a não ser preciso esperar muito por algumas respostas: Marc Marquez caíu na terceira volta, em pleno ‘estádio’, deixando escorregar a frente da sua GP25 quando atacava a liderança do rival francês à sua frente. Regressou de imediato à pista e veio a terminar em P12 (salvando quatro pontos), mas confirmou a teoria vigente de que se trata, ele próprio, do seu principal adversário. Tal como no COTA, quando permitiu a única vitória do ano de Bagnaia.


Mas a um Marquez, sucede outro. Alex, que havia passado ‘Pecco’ na quarta volta, era então o homem que colocava pressão em Fabio. Atrás, o italiano perdia estabilidade na Ducati oficial sempre que se aproximava da moto da Gresini e cedo percebeu que, por cautela, melhor seria segurar o terceiro lugar a arriscar uma queda num duelo de desespero com Alex.

Reduzida a dois, a luta pela liderança manteve o público em suspenso e a admiração em ‘alta’, tanto para Quartararo (seria eleito pelo público ‘Piloto da Corrida’), como para Marquez que levou a ‘Peluqui’ ao rubro quando, à 11.ª de 25 voltas, se instalou no comando. A classificação ficava arrumada e a história escrevia-se com a 200.ª vitória para um piloto espanhol na categoria principal e a primeira de Alex Marquez, à 94.ª tentativa.


Viñales voltou a responder a boa altura, ficando em P4, à frente de um inspirado Fabio DiGiannantonio, melhor da VR46, um lugar que talvez fosse de Morbidelli caso não tivesse caído. Binder (P6), Acosta (P7) e Bastianini (P9) conseguiram colocar todas as KTM nos 10 primeiros, com Ai Ogura (P8) a ser o melhor da Aprilia e Luca Marini a levar a melhor Honda à décima posição, um lugar à frente de Zarco.

Alex Marquez volta a liderar o campeonato e, tal como acontecera após o COTA, com um ponto de vantagem sobre o irmão Marc.

Miguel Oliveira, ainda em recuperação física, voltou a não estar presente. O piloto português deverá regressar à condução da sua Yamaha-Pramac no GP de França, em Le Mans, a 9, 10 e 11 de maio.

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andardemoto.pt @ 30-4-2025 10:46:53 - Vitor Sousa


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