MotoGP 2025 - Aragão - Passeio de domingo

Talvez as características particulares da recente corridas de Le Mans ou do traçado de Silverstone tenham dado uma ideia errada daquilo que estava a acontecer neste período da temporada de MotoGP, mas a passagem do ‘mundial’ pelo Motorland de Aragão, veio repor a ‘normalidade’ e demonstrar novamente - se necessário ainda fosse - que o mais velho dos Marquez é, de facto, uma espécie de ‘alien’, um caso à parte, um outro grau de talento, um degrau de excelência que neste momento é só dele.

O espanhol da Ducati oficial dominou todas as sessões, impôs-se na Sprint e passeou exuberância no Grande Prémio. Intocável. Intangível. E, assim, neste passeio de domingo no calor aragonês, voltou a vencer em GP, o que não acontecia desde o Qatar. De lá para cá, apenas se havia imposto nas Sprint de Jerez e Le Mans. Foi também o quarto fim de semana perfeito de Marc Marquez, com vitória na Sprint e no GP (Tailândia, Argentina e Qatar foram os outros três), para além de cinco ‘pole-position’ e sete voltas mais rápidas. 

Mas atrás de um grande Marquez, há sempre um outro. Alex, voltou a repetir a ?tradicional dose’ de fiel escudeiro ao ‘mano velho’, com dois segundos lugares, tanto na Sprint como no GP. O resultado mais comum da temporada… entre as duas corridas do fim de semana já aconteceu 10 vezes, em 16 possíveis. Chegou a liderar a corrida Sprint, mas percebeu-se sempre que era apenas uma questão de tempo até perder o primeiro lugar para Marc.

Na terceira posição do GP, Francesco Bagnaia ‘salvou’ o fim de semana, após uma prestação absolutamente falhada na corrida Sprint, onde a falta de confiança da frente da moto o impediu de fazer melhor que um modestíssimo P12.

Como são as últimas sensações as que perduram, talvez ‘Pecco’ tenha deixado o Motorland com confiança e ambição suficientes para oferecer o melhor de si na próxima jornada, em ‘casa’ da Ducati, no GP de Itália, no circuito de Mugello.

A vantagem de Marc MArquez na liderança do campeonato aumentou agora para 32 pontos sobre Alex, e 93 sobre ‘Pecco’.

Se Aldeguer (P3 na Sprint, P6 no GP) e Morbidelli (P4 na Sprint, P5 no GP) estiveram nas bocas do mundo, não há como ignorar o fim de semana de Marco Bezzecchi que foi P8 nas duas corridas saindo de penúltimo (P20) na grelha de partida em ambas as ocasiões. Uma demonstração aos comandos da Aprilia que, afinal, parece poder ter algo para explorar…

Na Sprint, as KTM ainda deram um ar da sua graça, com quatro motos nos 10 primeiros, mas o GP foi de pesadelo, com quedas de Binder e Viñales enquanto Acosta ‘salvava os móveis’ ao fazer P5 (repetiu a classificação da Sprint). 

Desastre absoluto para as Yamaha, que nunca tiveram ritmo, debatendo-se com problemas de vária ordem, num circuito complicado para as motos de Iwata. Quadro negro ainda agravado com a queda de Quartararo no GP quando lutava pela… 10ª posição. O melhor no GP foi Miller, P14 (!!!).

Um ponto para Oliveira
Apesar da má ligação das Yamaha ao circuito de Aragão, Miguel Oliveira sai do circuito espanhol com o seu primeiro ponto no campeonato depois do regresso após lesão. Um pequeno sinal de esperança para o que resta do campeonato, agora que parece estar completamente recuperado fisicamente.

Oliveira foi P16 na qualificação e P15 nas duas corridas do fim de semana no Motorland. No entanto, a moto japonesa terá que evoluir ainda bastante para poder retribuir ao português o que quer que seja que este ainda tenha para extrair da mesma. Aguardemos, pois.
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