MotoGP 2025 - Phillip Island - A estreia de Fernandez no domínio da Aprilia

A ausência - mais prolongada do que inicialmente se previa - de Marc Marquez na atual temporada de MotoGP, na sequência do acidente de Mandalika, tem o condão de equilibrar o plantel. Sem o ‘extraterrestre’ presente na grelha e a continuação da maré negra por parte de Francesco Bagnaia (mais um fim de semana para esquecer), outros pilotos e marcas acabam por ter oportunidade de se mostrarem mais à frente nas tabelas de tempos dos treinos e nas classificações das corridas. Uns podem surpreender, outros apenas vêm confirmar.

É o caso da Aprilia que, depois de um início de temporada relativamente modesto, tem vindo a ganhar competitividade e a conseguir vitórias à frente de outros que eram tidos como mais favoritos. Confirmando as boas indicações dadas recentemente, a marca italiana venceu as duas corridas do fim de semana, a Sprint com um, de novo, rapidíssimo Marco Bezzecchi, a de GP com um surpreendente Raul Fernandez que já na véspera terminara em segundo atrás do piloto oficial da marca. 

Ora, Fernandez - que se estreou a vencer em MotoGP - veio ainda acrescentar ao facto, já de si notável, ter vencido com uma moto de equipa privada, o que só acontecera em quatro ocasiões (vamos no 19º GP) este ano. É também a confirmação do bom trabalho que a equipa americana Trackhouse tem vindo a realizar nesta sua pouca experiência no Mundial de MotoGP sob a batuta de um muito competente Davide Brivio. Com esta estreia a vencer, o plantel do MotoGP apresenta o dado curioso de todas as equipas presentes já serem vitoriosas na categoria rainha.

Já Bezzecchi (que fora segundo na qualificação atrás de um surpreendente Fabio Quartararo) chegou à terceira posição no final do GP, depois de ter cumprido a dupla ‘Long Lap’ de penalização que trazia de Mandalika, responsabilizado pelo acidente de Marc Marquez. Tendo em conta o ritmo evidenciado é justo - e lógico - pensar que Bezzecchi teria conseguido a dupla vitória em Phillip Island sem a penalização…

Com mais este fim de semana produtivo, o italiano da Aprilia ascendeu à terceira posição do campeonato, desalojando desse lugar o ‘desaparecido em combate’ Bagnaia (na Sprint P19, penúltimo, só à frente do piloto de testes da marca, Pirro, e queda no GP quando tentava não ficar em… último)

Excelente resultado de conjunto da marca de Noale que consegue, através de Raul Fernandez e Marco Bezzecchi seis lugares de pódio nas últimas quatro corridas (duas Sprint e dois GP) em 12 possíveis. Metade!

Se a Aprilia segue em rota ascendente, a Ducati debate-se com dificuldades evidentes. Os seus pilotos têm dificuldade em rodar na frente e só a corrida excepcional de Fermin Aldeguer na Indonésia e o P2 de Digianantonio na Austrália disfarçaram alguma falta de competitividade da marca italiana nas últimas saídas. Na Austrália a Ducati não teve qualquer moto no pódio em nenhuma das corridas, o que não acontecia há mais de 80 GPs! 

Perante este cenário, impõe-se a pergunta: o que seria desta temporada sem Marquez na Ducati e/ou com Jorge Martin na Aprilia desde o início? Nunca saberemos na verdade, mas fica apurado o apetite para a época de 2026.

Oliveira continua a pontuar

Miguel Oliveira prossegue no seu processo de despedida da Yamaha, conseguindo pontuar pela sexta vez consecutiva e sendo, nessa regularidade, um dos melhores pilotos da marca. Em Phillip Island, onde venceu nas categorias menores, falhou a qualificação de novo (apenas P16), terminou a Sprint em P14 e o Grande Prémio em P12.

O Mundial de MotoGP prossegue já no próximo fim de semana com o GP da Malásia.

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