ACEM contabiliza crescimento de 10,1% do mercado de motos na Europa em 2024

O volume total de motos matriculadas nos países em questão durante o ano de 2026 atingiu 1.155.640 unidades, um crescimento de 10,1% em comparação com 2023, quando houve registo de 1.049.898 unidades (Em Portugal foram matriculadas 44.670 unidades em 2024 contra 43.276 em 2023, um aumento de 3,2%).

Esse desempenho é considerado positivo, especialmente face às condições económicas  desafiadoras e das pressões enfrentadas pelos consumidores europeus para procurarem combater as influências asiáticas.

Entre os países analisados, a Alemanha liderou o crescimento com um aumento de 16,3% (248.618 unidades), seguida pela Espanha, com 14,2% (229.685 unidades), e pela Itália, que vendeu 352.294 unidades, um crescimento de 10%. A França e o Reino Unido também apresentaram avanços, embora mais modestos, com aumentos de 3,5% (214.049 unidades) e 2,7% (110.994 unidades), respetivamente.

Esses números refletem uma tendência positiva no setor, impulsionada pela crescente popularidade das motos como meio de transporte urbano e lazer.

No entanto, os dados exigem um olhar mais atento. Parte do crescimento que se verifica pode estar relacionado com a prática de "pré-registo" de modelos não vendidos no final de 2024, antecipando a entrada em vigor da nova regulamentação Euro 5+, em janeiro deste ano.

Havia modelos em armazém que não seriam totalmente compatíveis com as novas normas, o que pode resultar numa correção destes valores de mercado no primeiro semestre de 2025. Alías, os números de Janeiro já mostram uma ligeira descida.

No segmento de ciclomotores, o volume de registos nos seis principais mercados europeus (Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda e Espanha) totalizou 180.591 unidades, uma redução de 6,5% em relação a 2023 (em Portugal foram matriculadas apenas 1870 unidades).
A Itália foi uma exceção, com um aumento de 19% (22.301 unidades), enquanto a Bélgica se manteve estável (- 0,2%). Já Alemanha, França, Espanha e Holanda registaram quedas significativas, apesar de um ligeiro aumento no final de 2024.

Antonio Perlot, secretário-geral da ACEM, destacou que o crescimento no setor de motos reflete a sua atratividade para os hábitos atuais de mobilidade. No entanto, sublinhou também que a introdução da norma Euro 5+ poderia levar a uma correção no mercado no início deste ano, tal como se verificou.

A nova regulamentação agora em vigor, que amplia os requisitos de durabilidade e emissões, visa fortalecer as motos como uma opção viável e sustentável para os cidadãos europeus, contribuindo para a redução do congestionamento do trânsito e melhoria da qualidade de vida nas cidades.