Porque não? #12

Há um sábio ditado alentejano que diz que aquilo que tapa o frio, também tapa o calor! No entanto o seu efeito prático parece ter pouco impacto em alguns motociclistas. Basta o termómetro subir acima dos 25 graus, e é ver um desfilar de “malta das motas”, aos comandos das suas “grandes bombas”, em calções, T-shirt e sem luvas. Alguns, têm mesmo a coragem de ir de chinelos calçados!

A mim faz-me confusão. Qualquer queda no alcatrão, a velocidades tão cândidas como 30 ou 40km/h, causa terríveis queimaduras, muitas delas responsáveis por amputações de membros. E as quedas no asfalto são apenas um dos perigos! A insolação, a desidratação e a falta de protecção contra eventuais choques com insectos, pássaros, pedras projectadas ou até mesmo areias, são outros factores de risco que nunca devem ser menosprezados por quem se preocupa com a sua integridade física.

Ainda por cima, no nosso mercado existem soluções específicas para motociclistas, de equipamento de protecção de verão e, felizmente, há uma grande oferta para todas as bolsas, todos os tamanhos, todos os gostos e todos os sexos. Não há por isso necessidade de se correr riscos. Até porque, seja a andar, seja a estar parado num semáforo, ou numa fila no meio do trânsito, ao sol, num dia de calor, é muito pior se não se estiver com a pele completamente protegida.

No dia que escrevo estas linhas ainda o verão não começou. Passei a calorosa manhã em Lisboa, às voltas, a andar de moto, e vi incontáveis companheiros em duas rodas exibindo orgulhosamente “trajes menores”, que no meu tempo chamávamos carinhosamente de “fatos de pele de estúpido”! Hoje em dia não sei como lhe chamam… o que sei é que, ao mínimo azar, transformam-se imediatamente e na melhor das hipóteses, em ligaduras, cremes, compressas e, sobretudo, momentos muito dolorosos.

Diz-se que só há duas espécies de motociclistas: os que já caíram, e os que vão cair. Porque não criar uma nova regra, de acordo com esta tendência, e acrescentar também os que vão grelhar?