Adelina Graça

Adelina Graça

Duas rodas, duas asas

OPINIÃO

A preparação

Dizem que a vigem começa com a preparação! Quando acordas com o sonho ainda na cabeça, “quero ir” começas a fazer planos; onde, quando, como?…

andardemoto.pt @ 28-4-2024 17:30:00 - Adelina Graça

Sentas-te ao computador, colocas a música que te faz divagar e começas a imaginar, o sonho comanda a vida!

Procuro um lugar longínquo, seja ele no fim da rua ou no fim do mundo, um lugar que quero conhecer, que agita a minha imaginação. Depois começo a idealizar os caminhos. O que importa é o caminho, as paisagens, os ambientes, as pessoas.

Conforme o sonho se vai tornando cada vez mais real é necessário prepararmo-nos, porque o prazer dá trabalho e neste caso, o trabalho dá prazer.

Faço planos de itinerário, as estradas, as cidades, os locais onde quero ficar, tudo o que caiba numa lista de Excel e que ajuda a organizar a minha cabeça.

Depois vêm as listas do que levar, normalmente começa com uma resma de papel A4 para terminar num post-it, talvez um pouco mais.

Por último e o mais importante, a moto! Talvez este seja o melhor conselho que Vos posso dar, a “rodas altas” que por muito preparada que me pareça estar, não pode simplesmente arrancar. A segurança e a fiabilidade podem destruir o sonho a meio do caminho e isso seria o meu pior pesadelo, por isso, é preciso cuidar da segurança e diminuir o risco de ficar a pé a meio do caminho.

Normalmente divido a preparação da moto em duas, aquilo que consigo e posso fazer, e o que devo entregar a profissionais.


Andar de moto é também uma aprendizagem contínua, tudo o que puderes aprender sobre a máquina pode servir-te no futuro, sobretudo naquele momento em que o improviso pode salvar a viagem. Por isso, vou aprendendo a fazer algumas coisas, claro está, não invento, faço aquilo que tenho a certeza de fazer bem.

O resto (e é muito) entrego a profissionais, esta ligação é parte da viagem, a preparação da moto tem para mim dois objetivos, o primeiro, óbvio, diminuir o risco de ficar a meio do caminho, o outro, talvez o mais difícil de alcançar hoje em dia, a confiança, a amizade, a dedicação e a atenção que a oficina me pode dedicar, que resulta num aumento da confiança na hora de arrancar e na certeza de saber que no dia que a “rodas altas” me deixar apeada, terei lá um telemóvel para ligar a alguém que possa dar um conselho, ou simplesmente, mandar ligar a chave antes de dar “start”.

A oficina que tem paciência para me aturar quando lhes pergunto para que serve aquele parafuso. E nesta matéria meus amigos, aconselho claramente que perguntem, sim, porque no dia em que precisarem de pisar um qualquer fim do mundo e a moto fizer birra, vão precisar de saber alguma coisa para desenrascar o que é “desenrascável”.

Depois, bem, depois o que já não posso controlar deixo o destino guiar, sigo e divirto-me, na certeza que tudo fiz por aquele sonho, chegar ao fim da rua de sorriso rasgado e vontade de ir.

Termino esta minha crónica com um grande beijinho àqueles que têm a paciência para me aturar, mesmo quando lhes pergunto todos os anos que óleo leva a moto e se me deixaram lá a garrafinha debaixo do banco, para alguma eventualidade. Aos meus grandes amigos da “Bluemotor” o meu grande obrigado, e desculpem lá qualquer coisinha... um dia vou ligar a perguntar para que lado vira a chave da moto para a ligar.

andardemoto.pt @ 28-4-2024 17:30:00 - Adelina Graça


Clique aqui para ver mais sobre: Opiniões