Kawasaki entra na luta pelo título das supernaked com a Z H2
Depois de muitos “teasers” e de informações divulgadas a conta-gotas, a Kawasaki finalmente revelou aquela que é a sua grande aposta para 2020. A nova Z H2 é a derradeira naked de Akashi, e vem com o conhecido compressor volumétrico para garantir elevadas doses de potência e binário.
andardemoto.pt @ 23-10-2019 16:58:13
Parece
que 2020 será o ano das naked “super potentes”. Depois da Ducati revelar a
Streetfighter V4 com os seus 208 cv e menos de 180 kg de peso, e da KTM
deixar-nos de água na boca com a chegada iminente da 1290 Super Duke R, eis que
a Kawasaki decidiu entrar na batalha pelo título das supernaked.
Para isso a casa de Akashi criou aquela que é considerada como a derradeira Z.
A nova Z H2 agora revelada para 2020, aproveita grande parte da mecânica das
poderosas Ninja H2 e H2 R, nomeadamente o seu motor quatro em linha
sobrealimentado com compressor volumétrico, e o quadro em treliça.
Aqui no Andar de Moto estávamos à espera que a nova Z H2 fosse bem para além da
barreira dos 200 cv. No entanto a marca japonesa apontou precisamente para que
o motor tetracilíndrico de 998 cc entregue os tais 200 cv. Para aqueles
motociclistas que estavam à espera de algo mais, convém também referir que este
motor é o mesmo da Ninja H2, ou seja, se a Kawasaki quiser, ou mesmo o
proprietário da Z H2, facilmente será possível elevar a potência para outros
valores bem mais assinaláveis.
Mas
onde a Kawasaki surpreende é no binário monstruoso que este motor desenvolve!
De acordo com o comunicado oficial, a Z H2 disponibiliza um binário máximo de
137 Nm, um valor que aparece na sua totalidade às 8500 rpm, 1000 rpm mais
abaixo do que acontece na já impressionante H2 SX. Com uma entrega de força tão
forte a estes regimes, é díficil imaginar como é que as rivais com motores que
não recorrem à sobrealimentação conseguirão competir com a Z H2.
O quadro em treliça mantém-se, mas o monobraço oscilante que vimos nos
restantes modelos da família H2 é trocado na Z H2 por um braço oscilante
convencional, que pelo seu design quase que podemos dizer que é o mesmo que a
Kawasaki utiliza na Ninja ZX-10R.
Para unir o pivot do braço oscilante à estrutura tubular em treliça a Kawasaki
optou por utilizar placas de espessura generosa, fabricadas em alumínio.
Para além do braço oscilante, há mais detalhes que nos fazem acreditar que a Z
H2 será menos dispendiosa no momento da aquisição em comparação com as
restantes H2: não há peças em fibra de carbono, não tem pintura regenerativa com
tratamento anti-riscos nem o efeito cromado.
Ainda
assim esta supernaked (ou será hypernaked?) japonesa apresenta elementos que
lhe são exclusivos.
Por exemplo o painel de instrumentos é totalmente digital, semelhante em termos
de grafismos em relação ao que já conhecíamos dos modelos sobrealimentados da
Kawasaki, e todo o frontal foi desenhado a partir de uma folha em branco e
absorvendo o espírito “Sugomi” que a Kawasaki encarna há vários anos em
diversos modelos Z.
O frontal conta com um conjunto ótico totalmente novo e com iluminação
totalmente LED. Está fixo, ou seja não se move conforme viramos a direção
usando o guiador elevado, e apenas o pequeno ecrã acima da ótica é que
acompanha o movimento da direção.
Na ciclística a Kawasaki Z H2 destaca-se ainda pela utilização da forquilha
Showa Big Piston com pinças Brembo M4 fixas de forma radial, enquanto o sistema
de travagem tem obviamente a ajuda extra do ABS com função em curva graças à
centralina Bosch que por sua vez está ligada a uma unidade de medição de
inércia de 6 eixos.
Por falar
em eletrónica, não podemos deixar de referir que a Kawasaki permite ao condutor
efetuar diversos ajustes aos parâmetros eletrónicos.
Para além dos modos de condução que automaticamente ajustam todos os parâmetros
de forma prédefinida, a Z H2 permite também ajustar de forma independente o
controlo de tração, o “anti-wheelie”, ou ainda selecionar um de três modos de
potência de motor que pode chegar a reduzir a potência a 50% do seu máximo.
Depois há ainda o sistema que elimina o levantar da roda traseira em travagem,
o “launch control”, ou para quem quer percorrer distâncias maiores aos comandos
desta Z H2 a Kawasaki instala de série o cruise-control.
Se para além de percorrer longas distâncias sem se preocupar com o acelerador
pretende também usufruir da Kawasaki Z H2 com uma condução mais agressiva,
então ficará satisfeito por saber que a marca japonesa instala de fábrica o
eficaz “quickshift” que funciona tanto a subir como a descer nas relações de
caixa.
Se tudo isto não for suficiente para si, então a Kawasaki
criou uma app para conectar o seu telemóvel à moto. Com a Kawasaki Rideology
podemos aceder a todas as informações relevantes sobre a Z H2, incluindo qual o
ângulo máximo que atingimos em curva.
Temos ainda de referir o design desta novidade.
Com destaque para a entrada de ar assimétrica para fornecer ar fresco para o
compressor volumétrico, e que pode ver do lado esquerdo do frontal, a Z H2 está
recheada de detalhes aerodinâmicos que fazem com que esta moto mais se pareça
com um desenho animado saído da mente demasiado imaginativa de um japonês. O
design poderá ser demasiado exagerado para alguns motociclistas, ou a dose
certa para outros.
Do ponto de vista mecânico e técnico não há dúvida de que a Kawasaki Z H2 está
num nível muito elevado, e poderá vir a oferecer à Kawasaki o título de melhor
supernaked de 2020.
Galeria de fotos Kawasaki Z H2
andardemoto.pt @ 23-10-2019 16:58:13
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