Comparativo powernaked 2021 – Potência e diversão sem limites
Juntámos quatro nakeds de elevada performance para se enfrentarem num comparativo onde encontramos o melhor da tecnologia atual. Desde a glamorosa Honda CB1000R Black Edition até à eficiente Triumph Speed Triple 1200 RS, sem esquecer a alucinante Aprilia Tuono V4 e a desportiva BMW S 1000 R, testámos estas powernakeds que podem perfeitamente agradar a todos os gostos. Qual será a melhor?
andardemoto.pt @ 9-8-2021 18:54:19
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Aprilia Tuono V4 | Moto | MotosBMW S 1000 R | Moto | Roadster
Honda CB1000R Black Edition | Moto | Street
Triumph Speed Triple 1200 RS | Moto | Roadsters
Graças
ao rápido avanço tecnológico, o mundo das duas rodas tem evoluído a um ritmo
alucinante. As superdesportivas têm sido durante anos o expoente da tecnologia
sendo usadas pelos fabricantes para mostrarem o “know how” dos seus
departamentos técnicos e estilísticos.
Agora, as nakeds de elevada performance tornaram-se no “campo de batalha”
preferido dos grandes fabricantes. A denominação destas motos varia bastante
conforme os gostos pessoais de cada motociclista. Há quem as chame de
supernaked. Há quem as denomine de hypernaked. E também podemos chamar a estas
motos de powernaked. Qualquer que seja a denominação que deseje utilizar, a
realidade é apenas uma: são motos despidas de carenagens (integrais), que
incorporam elevados níveis de tecnologia e que contam com muita potência, para
oferecerem uma diversão sem limites ao seu condutor.
Neste comparativo testamos quatro das mais importantes novidades do segmento
powernaked. Propostas que são bastante diferentes, com características que as
tornam únicas e muito competitivas num segmento onde o mais pequeno detalhe se
reveste de uma relevância extrema.
De Itália, a Aprilia Tuono V4 apresenta-se como uma moto profundamente
renovada. O seu motor V4 continua a ser o centro das atenções e, com 175 cv
de potência, é dos mais potentes
deste comparativo. A nova estratégia
da Aprilia para a gama Tuono posiciona a versão base como uma proposta mais “touring”,
se assim lhe podemos chamar.
Isto significa que de todas as quatro naked deste comparativo, aquela que oferece melhor proteção
aerodinâmica é a Tuono V4,
cortesia da carenagem frontal de maior dimensão e à qual se adiciona
agora um para-brisas mais elevado.
Mesmo sem contar com suspensões eletrónicas,
a Aprilia Tuono V4 apresenta-se este ano com um renovado
pacote eletrónico aPRC que, graças à nova centralina quatro vezes mais potente, permitiu aos engenheiros italianos
aprimorarem as diversas parametrizações das ajudas eletrónicas, e também adicionaram outras opções.
Da Alemanha, mais propriamente de
Munique, chega a BMW S 1000 R. A imagem assimétrica da carenagem frontal
desapareceu para dar lugar a um conjunto que,
do ponto de vista estético, está
mais convencional. O motor de quatro
cilindros em linha disponibiliza 165 cv,
o que não sendo um número recorde, acaba por se tornar significativo
quando olhamos para o que a equipa de desenvolvimento da BMW Motorrad conseguiu fazer.
Esta nova geração da S 1000 R, quando
analisada pela perspetiva da quantidade e eficácia dos componentes opcionais
adicionados através dos diferentes pacotes de extras do catálogo da marca,
torna-se numa powernaked de respeito.
O mais surpreendente consiste no facto de a S 1000 R não ser a mais
potente, mas acabar por compensar pela
enorme redução de peso que sofreu nesta geração Euro5. E isso é uma mais-valia que a torna muito
divertida de explorar.
Do Japão, a glamorosa Honda CB1000R
mantém-se como a proposta mais
“convencional” ou clássica deste grupo. As suas formas orgânicas
escondem um motor potente “q.b.”, enquanto o pacote eletrónico refinado, com a sabedoria acumulada pela Honda nas mais
importantes competições mundiais em que participa, deixa a CB1000R num patamar de performance
muito elevado.
No caso da unidade aqui testada estamos perante a versão Black
Edition, com mais equipamento de
série e uma estética enegrecida que se mistura com alguns detalhes maquinados
para criar um contraste visual muito bem
conseguido. A qualidade de construção está ao nível do que a Honda nos
habituou, e a sua presença na estrada é
notada pelo som poderoso que emana da sua ponteira.
É também a mais acessível em termos de custo de aquisição, o que num segmento em que temos propostas
de valor despropositadamente
elevado, pode ser uma vantagem.
Por último, do Reino Unido, recebemos a novíssima Speed Triple 1200 RS, que coloca a Triumph, finalmente,
como uma séria candidata ao título de melhor do segmento. A powernaked britânica passa a ostentar um
motor de maior cubicagem, que engenheiros de Hinckley desenvolveram para o
tornar num dos mais potentes do segmento com nada menos do que 180 cv, o mais potente deste comparativo.
Mas a Speed Triple 1200 RS não brilha
apenas pelo seu motor. Uma ciclística
extremamente eficaz, um pacote
eletrónico que, embora não ofereça a
mesma quantidade de opções de ajuste de algumas rivais é, ainda assim,
muito evoluído, fazem com que a
Triumph seja uma das novidades mais aguardadas deste ano. Mas será que esta inglesa tem o que é
preciso?
Aprilia Tuono V4
Leia também - Teste Aprilia Tuono V4: Viajar noutra dimensão
A versão base da Aprilia Tuono apresenta agora uma vocação mais estradista. Efetivamente,
175 cavalos de potência e mais de 120 Nm de binário não é algo que se
encontre todos os dias. E não foram
necessários muitos minutos para, no trânsito
citadino, perceber que a Tuono
V4 não está no seu ambiente nessas circunstâncias, sobretudo devido à relação da transmissão
final mais longa.
Mas assim que nos desembaraçamos das rotundas e dos semáforos é possível
perceber para o que esta italiana foi realmente concebida. Acima das 5000
rpm, a
Tuono devolve qualquer movimento do acelerador com enorme prontidão e
pujança, envolta num troar de escape que
não deixa ninguém indiferente.
A caixa de velocidades é suave e precisa, dotada de um quickshifter competente a alta
rotação, mas que não impressiona nos
regimes mais baixos. O pacote eletrónico oferece diversos modos de
condução, seis no total, sendo que cada um dos pré-definidos altera
automaticamente as ajudas à condução.
Entre as diferentes regulações disponíveis está a potência do motor, a intervenção do controlo de tração, o
“anti-wheelie”, o sistema de deteção do levantamento da roda traseira e
controlo do efeito travão-motor, este
último uma novidade absoluta na
Aprilia, e ainda a intervenção
do ABS,
tudo isto assistido por uma unidade de medição de inércia de 6 eixos.
Com tanta possibilidade de ajuste, numa
primeira fase apenas nos dedicámos a avaliar as diferenças entre o modo Tour e o modo Sport. Ao perceber que nenhum
deles melhorava substancialmente o comportamento a baixa rotação, a preferência recaiu para modo Sport, por ser aquele em que o motor mostra melhor
as suas reais potencialidades, sem alterar nenhum dos parâmetros de fábrica
além do controlo de tração, cuja
intervenção convém restringir substancialmente para explorar a fantástica
ciclística.
O quadro e o generoso novo braço oscilante, ambos em alumínio, proporcionam um
suporte rígido à suspensão. A forquilha
Sachs de 43 mm de diâmetro, totalmente
ajustável, e o amortecedor igualmente
assinado pela Sachs e totalmente ajustável,
garantem que ambas as rodas calçadas com os pneus Pirelli Diablo III
permanecem coladas ao piso, seja sob
aceleração ou sob forte travagem.
No caso da Tuono V4, ou
se sacrifica um pouco o conforto ou é preciso ter em conta alguma resposta mais
brusca da suspensão, sobretudo no
momento de largar o travão dianteiro na entrada da curva. Nada que não se consiga remediar com uma
condução menos agressiva. Ou com estradas melhores que as nossas.
Por seu lado, a travagem revelou-se
isenta de qualquer reparo. Equipada com
pinças Brembo M50 monobloco com 4 pistões,
discos de 300 mm de diâmetro e bomba radial com tubagens em malha de
aço, mostrou-se potente, doseável,
incansável, com o ABS a passar
praticamente despercebido. Mas numa moto pensada para viajar, há outros fatores tão ou mais
importantes do que o motor ou a ciclística!
A Aprilia apostou na ergonomia e
conseguiu uma posição de condução bastante agradável, elevada o suficiente para
aliviar a carga nos pulsos, e com os
poisa-pés colocados em posição recuada, mas sem obrigar a uma demasiada flexão
dos joelhos. O assento é confortável e espaçoso, e a proteção aerodinâmica é mais do que
suficiente.
Outro fator que impressiona é a iluminação, potente, com um foco bem espalhado, e que inclusive conta com faróis de
curva, ativados automaticamente pela unidade
de medição de inércia, conforme a
inclinação.
Galeria de fotos Aprilia Tuono V4
BMW S 1000 R
Leia também - Teste BMW S 1000 R: Lobo em pele de cordeiro
Atualmente estamos tão habituados a ouvir os grandes fabricantes regozijarem-se
com potência e binários estratosféricos que quase nos esquecemos que basta
retirar quilos ao conjunto para imediatamente maximizarmos a relação peso /
potência da moto. A nova S 1000 R
“Pack M” pesa menos 12 kg em comparação com a geração
anterior deste modelo.
Isto significa que a naked alemã pesa, a
cheio, 194 kg! E se decidir gastar mais
uns euros, as jantes em fibra de carbono
baixam o peso ainda mais. A perna passa facilmente por cima do assento M
posicionado a 830 mm de altura do solo.
Não é um assento baixo, mas o
motor e quadro mais estreito resultam numa
zona de união entre o assento e o depósito de combustível que é
esguia, facilitando chegar com os pés ao
solo.
O quatro cilindros apresenta um funcionamento refinado, sem grandes vibrações, e o calor que emana não é
exagerado, o que acaba por ser uma mais-valia numa utilização em meios urbanos.
Para uma condução “normal” em cidade, a postura em cima da moto é mais
agressiva do que seria ideal, as pernas fletem um pouco mais e os braços bem
abertos acabam por cansar se estivermos no habitual “pára-arranca” nos semáforos.
Nota positiva para as suspensões semi-ativas DDC, que em modo Comfort se
mostram perfeitas para rolar de forma descontraída e sem transmitir para o
condutor a sua firmeza. Num percurso de estrada mais aberto tudo começa a
encaixar melhor. O assento M garante um
enorme apoio nas acelerações, e enquanto
rapidamente trocamos para modo de condução Dynamic, sentimos perfeitamente as
suspensões eletrónicas a tornarem-se menos complacentes com as irregularidades
do asfalto.
As trocas de direção acontecem com uma facilidade estonteante. É aqui que a
BMW S 1000 R fará a diferença para as
rivais. O menor peso e um controlo mais
direto da direção, fruto do guiador
redesenhado, ajudam a sentir de forma imediata o que o conjunto está a
fazer, e colocar a frente na trajetória
desejada é uma “brincadeira de
crianças”. Basta pensar, olhar e apontar.
A S 1000 R fará exatamente o que
queremos, traçando trajetórias agressivas e mantendo uma velocidade assinalável
de passagem em curva. A forquilha dianteira torna-se também num elemento muito
importante em toda esta dinâmica. Aguenta perfeitamente as transferências de
peso da traseira para a dianteira do conjunto enquanto abusamos dos travões
monobloco fabricados pela Hayes e com “branding” BMW.
A forma como a frente reage, mantendo a estabilidade nas travagens mais fortes,
é perfeita, permitindo depois posicionar a moto na trajetória mesmo quando
necessitamos de reagir de forma mais reativa porque entrámos demasiado depressa
numa curva mais apertada.O motor revela-se dócil até chegar às 6.000 rpm. A
partir daí e até cerca de 9.500 rpm os 165 cv realmente fazem-se notar. A
entrega de potência acontece de forma linear, sem falhas, e ao mesmo tempo
contundente.
O controlo de tração, mesmo em modo de condução Dynamic, revela-se um pouco
mais intrusivo do que o esperado à saída das curvas.Por outro lado, o DTC
avançado conta com controlo integrado do levantar da roda dianteira, fazendo
com que a roda se mantenha perto do asfalto e garantindo assim que somos
catapultados de curva em curva enquanto os 114 Nm de binário obrigam o pneu
traseiro a agarrar-se ao asfalto como pode.
A travagem está também num nível elevado. A “mordida” inicial é mais
progressiva, mas sente-se que a potência disponível é muita, com as pinças
monobloco de quatro pistões a não revelarem qualquer receio perante o esforço
de morder os discos de 320 mm de diâmetro.
Galeria de fotos BMW S 1000 R
Honda CB1000R Black Edition
Leia também - Teste Honda CB1000R Black Edition: Charme agressivo
Num mundo em que as motos assumem cavalagens cada vez
mais escandalosas, e cuja
condução é cada vez mais exigente face aos limites de velocidade legais, algumas motos destacam-se por, além de serem capazes de imprimir andamentos
rápidos bastante interessantes,
permitirem também comportamentos descontraídos e confortáveis. É o caso
da nova Honda CB1000R Black Edition.
Aos seus comandos tudo parece bater certo. A posição de condução bastante
ergonómica e desafogada, o guiador suficientemente largo e elevado, o assento
confortável e com bastante apoio e os poisa-pés colocados em posição desportiva
mas sem obrigar a uma excessiva flexão dos joelhos, são notáveis desde o
primeiro momento.
O conforto proporcionado pelas suspensões e a relativamente boa proteção
aerodinâmica (considerando que vem
equipada com um pequeno defletor que cobre o painel de instrumentos), tornam a
CB1000R num bom lugar para se estar, seja qual for a disposição ou o destino.
O motor, derivado do da CBR1000RR, está equipado com acelerador “ride by
wire” e um pacote eletrónico que conta com modos de motor, selecionáveis
em andamento e personalizáveis pelo condutor,
que a ajudam a adaptar-se ainda melhor a cada tipo de utilização.
Com a regularidade e suavidade típicas dos tetracilíndricos da marca japonesa,
a unidade motriz que propulsiona esta
inconfundível Neo Sports Café funciona,
na prática, como uma “dois em um” que permite andamentos a ritmos de
passeio, mas que também, ao subir o
regime de rotação, se transforma
numa verdadeira máquina de tragar
quilómetros, que encanta pelo seu desempenho dinâmico e por uma nota de escape
muito interessante.
As retomas são vigorosas a qualquer
regime, e nada menos seria de esperar de um débito de binário máximo de 104 Nm
que foi otimizado para uma faixa de utilização entre as 6.000 e as 8.000
rpm, e de uma potência máxima de 143 cv
registada às 10.500rpm, que se mantém
quase até ao limitador que corta perto das 12.000 rpm.
Na prática a elasticidade é grande e quase que se pode ir em sexta velocidade até ao fim do mundo. Abaixo das
6.000 rpm a resposta é extremamente suave, mas é isenta de qualquer falha
ou vibração, e acima desse regime a resposta é vigorosa,
não deixando qualquer dúvida da existência de tão grande potência.
Felizmente a Honda conseguiu,
finalmente, desenvolver um controlo de tração eficaz que se revela muito pouco intrusivo, apesar de o elevado binário solicitar
frequentemente a sua discreta e rápida intervenção, que se coaduna automaticamente ao modo de
condução selecionado e que,
inclusivamente, apesar de pouco
recomendado, pode ser desligado.
A caixa de velocidades, com relações curtas, permite explorar
facilmente a faixa ideal de rotação, sendo de acionamento leve, com um
quickshifter que se revelou um dos mais interessantes, mostrando-se extremamente preciso e
capaz de passagens de caixa muito
suaves, tanto em aceleração como em redução, mesmo na entrada da primeira
relação a baixa velocidade, relegando o
uso da embraiagem apenas para o arranque e a paragem.
Muito ágil, com a direção muito precisa
e estável e uma brecagem bastante aceitável,
a condução torna-se intuitiva,
sobretudo graças a um centro de gravidade baixo que facilita a inserção
em curva e as manobras a baixa
velocidade. O grande
equilíbrio, com uma distribuição de
massas de 48,5 e 51,5 por cento, quase
faz esquecer o peso em ordem de marcha
anunciado de 212 kg.
Galeria de fotos Honda CB1000R Black Edition
Triumph Speed Triple 1200 RS
Leia também - Teste Triumph Speed Triple 1200 RS: Agora é a sério!
Na base desta nova geração encontramos um motor tricilíndrico totalmente
redesenhado. A arquitetura de três
cilindros em linha mantém-se. Mas a cilindrada aumenta para os 1160 cc. Este
aumento de capacidade permite ao tricilíndrico apresentar na ficha técnica
números assinaláveis e que o colocam como o mais potente deste comparativo.
A potência máxima sobe para os 180 cv.
Este valor é atingido às 10.750 rpm.
O binário máximo também cresce, atingindo os 125 Nm às 9.000 rpm. Tudo
isto num motor que sobe de rotações de forma mais contundente graças à inércia
interna reduzida em 12%, e que apresenta um
“redline” às 11.150 rpm, ou
seja, 650 rpm acima do que o anterior
motor 1050 conseguia.
Aos comandos da nova e potente naked britânica somos recebidos por uma animação
gráfica atraente no painel de instrumentos
TFT a cores. A informação é muita
e bem posicionada no ecrã, embora alguns ícones ou números pudessem ser de
maior dimensão para facilitar a sua leitura. O principal a reter ao nível da
eletrónica são os cinco modos de condução: Rain, Road, Sport, Track e ainda Rider.
As opções disponíveis em termos de ajustes de ajudas à condução resumem-se à
sensibilidade / potência disponibilizada
pelo acelerador (3 parâmetros diferentes), ao
ABS sensível à inclinação e também ao controlo de tração (4 parâmetros
diferentes) que está ligado ao novo sistema de controlo do levantamento da roda
dianteira.
A menor inércia dos componentes internos permite que o motor suba de regime de
forma mais contundente em baixas rotações, revelando-se uma unidade motriz reativa aos impulsos no acelerador, pronta a fazer passar todos os 125 Nm de
binário para o pneu traseiro. O generoso binário está bem espalhado pela gama
de rotações.
Não há uma zona específica onde a
Speed Triple 1200 RS se sinta mais nem
menos confortável. É um motor que revela
uma grande polivalência e ausência de
vibrações. Em baixas é suave e
progressivo, na passagem para o médio
regime o binário empurra os 198 kg com uma força impressionante e que
facilmente faz levantar a roda dianteira se o condutor for mais impetuoso com o
acelerador.
E nos regimes mais elevados, altura em
que a 1050 perdia fôlego, a nova
Speed Triple 1200 RS revela-se uma naked
capaz, entusiasmante, e os 180 cv
permitem atingir velocidades
muito acima do que os nossos braços e corpo aguentam.
A ciclística britânica mantém uma afinação e equilíbrio impecáveis, mesmo quando levamos a Speed Triple 1200 RS aos limites. A equipa de
desenvolvimento da Triumph admitiu,
durante a apresentação técnica desta novidade aos jornalistas, que a nova geometria do quadro foi pensada
para garantir uma condução mais
descontraída mas também mais focada numa utilização em pista.
Neste aspeto destacam-se as suspensões Öhlins que contam com uma afinação de
fábrica focada na condução dinâmica. A
firmeza das suspensões é notória,
particularmente ao nível do amortecedor traseiro TTX36 que,
em pisos irregulares, faz com que a traseira compacta e bem desenhada
da Speed Triple se mova em demasia ao
reagir às imperfeições.
Por outro lado, a forquilha NIX30, com bainhas de 43 mm, é garantia de uma
leitura do asfalto que será perfeita para quem procura traçar trajetórias
agressivas e sentir em todo o momento o que a roda dianteira está a fazer. As
trocas de inclinação acontecem de forma intuitiva, quase como se a direção da moto estivesse
ligada diretamente aos nossos pensamentos.
É uma daquelas motos em que olhamos para onde queremos ir e ela faz o trabalho todo, sem que o condutor tenha de se esforçar.
Galeria de fotos Triumph Speed Triple 1200 RS
As outras powernaked
Ducati Streetfighter V4 S - clique para aceder ao teste completo
A powernaked de Borgo Panigale é uma máquina assombrosa e que nos assalta os
sentidos! A Ducati Streetfighter V4 S tem um motor estratosférico e uma
ciclística aprimorada. É uma moto para
os que sabem o que fazer com tanto potencial.
E de uma beleza singular.
Kawasaki Z H2 - clique para aceder ao teste completo
Um exemplo de como a sobrealimentação pode funcionar tão bem. A poderosa Kawasaki Z H2
com o seu compressor disponibiliza doses massivas de potência e binário. E uma sonoridade bem especial. O peso é o seu
maior inimigo, mas esta japonesa
deixa-nos a alucinar.
Comparativo Powernaked 2021 - Avaliação Final
Bruno
Gomes
Confesso que esta
é a parte
do meu trabalho
que mais me
custa fazer. Ter de
escolher entre uma ou outra
moto é uma
situação complicada. Mas este
é um comparativo, e por
isso fiquei com a
parte de decidir
qual a melhor
powernaked do ponto
de vista de uma
condução mais desportiva.
Assim, a escolha divide-se
entre a BMW S
1000 R e a
Triumph Speed Triple 1200 RS. Por
mais impressionado que eu tenha
ficado pela precisão
e agilidade da
nova S 1000
R, aquela que eu
levaria para casa
seria a Speed
Triple 1200 RS. O
motor tricilíndrico dá
mais prazer de explorar, tem
mais pulmão, e a
ciclística preparada pelos
engenheiros da Triumph transmite
mais confiança.
Para além disso, temos
de analisar a
questão do preço. A S
1000 R com
todos os opcionais “atira-se” para cima dos 21.000€. Já a Triumph fica abaixo dos 18.500€.
Rogério
Carmo
Das motos deste
comparativo, fiquei com a responsabilidade de
me pronunciar sobre
aquelas com que fui
mais íntimo, ou seja, as
que têm uma
vocação mais “turística”.
Confesso que foi difícil
conseguir resistir à
torrente de potência
que o motor
V4 da Aprilia
debita a médios regimes, e ao
seu completo pacote
eletrónico e respetivo
interface que se
revelou bastante completo. Foi
a sua pouca
(ou nenhuma) vocação
para manter ritmos
mais lentos que me
deixou menos encantado.
No entanto, a Honda convenceu-me pelo
seu caráter bipolar, que tanto permite
andamentos de passeio
como despachar umas
curvas em ritmo
terapêutico. O seu pacote
eletrónico mais simplificado também
é uma mais-valia
numa utilização estradista. Não foi
fácil definir qual
escolhia se eventualmente estivesse
comprador de uma
moto deste segmento, mas
a Honda seria
provavelmente a que levaria para casa. Até porque é a opção
mais em conta e, para mim, a mais estilosa.
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andardemoto.pt @ 9-8-2021 18:54:19
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