Harley-Davidson Softail Cruisers - Uma gama histórica

As Softail caracterizam-se pelo seu design de amortecedores traseiros ocultos que a Harley-Davidson desenvolveu a partir de 1980, e que imitava a ausência de suspensão na roda traseira, as “Hardtail”. O primeiro modelo Softail foi a FXST de 1984, que também estreou o motor 1340cc V2 Evolution na Softail, revelando-se um sucesso de vendas instantâneo.

Conhecida pela sua estética elegante e experiência de condução única, esta gama evoluiu, sendo agora guiada por três temas principais: desempenho, conforto e tecnologia.

Os novos modelos da linha Softail não apenas preservam o legado clássico da Harley-Davidson, como também introduzem avanços tecnológicos que elevam a experiência de condução. Uma fusão entre tradição e inovação, que vem sendo um traço característico da marca ao longo dos anos. Sobretudo desde 2014 com o revolucionário Project Rushmore, cujas consequências são evidentes em termos de comportamento dinâmico.

E agora, todas as Cruiser da gama Softail de 2025 incluem todos os Rider Safety Enhancements com modos de condução selecionáveis – Road, Rain e Sport – otimizando a resposta da moto às condições de condução, em conjunto com sistemas de segurança avançados com função “cornering” como os C-ABS, C-TCS e Cruise Control.

Pela primeira vez, todos os modelos Cruiser oferecem Modos de Condução selecionáveis, que controlam eletronicamente as características de desempenho da mota e o nível de intervenção da tecnologia. Cada Modo de Condução consiste numa combinação específica de entrega de potência, travagem do motor, Sistema de Travagem Antibloqueio em Curva (CABS) e Sistema de Controlo de Tração em Curva (C-TCS). O controlo de cruzeiro é padrão em todos os modelos.

Modo Road: Pensado para uso diário, este modo enfatiza uma entrega de binário linear e uma resposta previsível do acelerador para uma condução suave e fácil.

Modo Rain: Desenvolvido para reduzir o binário à medida que a rotação do motor aumenta, minimizando o risco de derrapagem da roda traseira.

Modo Sport: Varia consoante a configuração do motor Milwaukee-Eight e permite ao condutor explorar todo o potencial de desempenho da mota, com um aumento de torque emocionante a baixas rotações, potência máxima a altas rotações e a resposta mais rápida do acelerador.

O Modo Sport é específico para cada variante do motor:

Classic Sport Mode: Apresenta uma entrega de binário linear e suave, proporcionando potência constante em todas as velocidades e mudanças, tornando-se confortável e acessível para longos períodos de condução.

Custom Sport Mode: Oferece um binário mais amplo, com reforço nas gamas médias e baixas, para um desempenho ligeiramente superior em comparação com os modelos MY24 Cruiser com o motor Milwaukee-Eight 117.

Sport Mode: Possui um aumento progressivo do binário na faixa média de regime, proporcionando uma aceleração entusiasmante até às 5.000 RPM, garantindo a maior potência já disponível num modelo Cruiser.

Painéis de instrumentos digitais, manetes com regulação e novos blocos de comandos mais intuitivos também contribuem para a melhoria da experiência de condução, enquanto paineis de instrumentos redesenhados combinam informação analógica e digitail, com um visual moderno e de fácil leitura.

Nestas novas versões a suspensão foi completamente atualizada, com molas de taxa de compressão constante, garantindo equilíbrio e conforto superiores em diversas condições, constituindo uma melhoria notável e desejável, face aos modelos anteriores.

A nova gama inclui seis variantes, construídas com o mesmo quadro Softail, mas cada uma delas adaptada a diferentes tipos de utilização e perfis de condutor. Todos os modelos são equipados com um motor Milwaukee-Eight 117, ajustado para refletir as características únicas de cada variante, facilmente identificadas pelo filtro de ar:

Nestes modelos o motor foi optimizado para garantir uma potência de 91cv  com um binário de curva linear e generosa até um máximo de 156Nm, que permite acelerar convincentemente em qualquer relação de caixa, proporcionando uma resposta suave do acelerador, atributos que o tornam extremamente tolerante e consequentemente fácil de conduzir em qualquer ambiente rodoviário.
Nesta configuração equipa as seguintes motos: Heritage Classic e Street Bob.

Heritage Classic

Em 1986, a Harley-Davidson lançou a FLST Heritage Softail e o seu visual clássico e engenharia inteligente tornaram-na num modelo icónico, um clássico que resistiu até aos dias de hoje. Extremamente fácil de conduzir, altamente personalizável e de linhas inconfundíveis, esta é uma moto cujo desempenho não dececiona em nenhum cenário. 

Com a actualização deste modelo de 2025, a Heritage revela-se ainda mais ágil, mais potente e mais agradável de conduzir, proporcionando um elevado conforto a bordo, muito graças à boa ergonomia e grande proteção aerodinâmica. Ideal para grandes viagens.

Street Bob

A Harley-Davidson Street Bob destaca-se pela sua simplicidade. As suas linhas remontam às WLA, as motos militares da 2ªGG, mantendo o seu estilo minimalista que permite elevados níveis de customização.

A Harley-Davidson lançou a Street Bob em 2006, como parte da familia Dyna, mas em 2017 a marca remodelou a gama e dotou-a com o quadro Softail, que lhe proporcionou um nível de performance mais elevado.

Com o novo motor Milwaukee-Eight 117 a Street Bob ganha ainda mais protagonismo pelo seu desempenho divertido, facilidade de condução e atitude descontraída. Ideal para uma utilização polivalente, sobretudo urbana.

Nesta configuração o motor regista uma potência de 103cv e um binário máximo de 168Nm, com ênfase nos médios regimes, para um compromisso de desempenho entre a facilidade de condução e elevadas prestações dinâmicas. Nesta configuração equipa duas das mais exuberantes motos da gama: Breakout e Fat Boy.

Breakout

A primeira Breakout foi apresentada ao mundo em 2013, então como um desejável modelo exclusivo CVO (Custom Vehicle Operations) equipado com um motor Twin Cam de 103ci. A sua linha baixa e longa, com a forquilha alongada, inspirada na cena chopper, seduziu e conquistou muitos motociclistas.

Em 2018, a Harley-Davidson voltou a reeditar o modelo, equipado então com motores ‘Milwaukee Twin’ de 107ci e 114ci de cilindrada. Agora completamente revista, a Breakout com a sua longa distância entre eixos e baixo perfil oferece uma experiência de condução única, desafiante mas extremamente recompensadora, exigente mas inesquecível. Ideal para espalhar charme, a solo, em pequenas escapadelas.

Fat Boy

A Fat Boy entrou na cultura popular após a sua participação no filme “Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento”, com Arnold Schwarzenegger aos seus comandos. Mas a sua história remonta a 1990, fruto da experiência e empenho de Willie G. Davison, e revelou-se um impressionante sucesso, tendo alcançado vendas de 4.400 unidades logo no seu primeiro ano de produção.

Aos seus comandos a sensação que transmite é a de robustez, combinando ainda potência e controlo, afigurando-se imparável face a qualquer desafio. Uma das mais icónicas motos de Milwaukee que é sobretudo uma declaração de personalidade.

Nesta configuração o Milwaukee-Eight 117 debita uma potência de 114cv e um binário de 173Nm, afinado para pilotos agressivos, com redline mais elevado (5.900rpm), caracteriza-se por ser o motor mais potente alguma vez instalado numa cruiser da Harley-Davidson, distinguindo-se pela facilidade com que sobe de rotação.

Esta versão radicalizada equipa a Low Rider S e a Low Rider ST.

Low Rider S

A Low Rider S tem sido, desde a sua origem, nos idos de 1977, quando ainda era conhecida apenas por “FXS” Low Rider, um caso de sucesso. A partir de 1991 e até 2016 integrou a gama Dyna.

Em 2016 o seu nome foi acrescido da letra S, significando que pertenceria, a partir dessa data, a uma sub-gama da marca, alvo de uma atenção especial focada na performance.

Em 2020 a Low Rider S recebeu, como as demais Dyna, um novo quadro Softail que a favoreceu substancialmente em termos de desempenho dinâmico. Lembro-me de então a ter conduzido e ter ficado impressionado com a sua agilidade e forte entrega de potência.

Chegados a 2025, tive novamente a oportunidade de a testar e reviver as sensações que esta “pequena grande” Harley suscita. Mais ágil e leve que as suas irmãs, e dotada deste novo motor, o prazer de condução é o seu grande argumento. Pouco recomendada para motociclistas de grande estatura, é no entanto uma bênção para os menos favorecidos verticalmente.

Low Rider ST

Em tudo idêntica à Low Rider S, a ST distingue-se pela sua carenagem inspirada na icónica Batwing que proporciona um conforto melhorado nas grandes viagens e quando as condições meteorológicas sáo mais desfavoráveis.

O que perde em estilo ganha em conforto, apresentando-se como uma opção muito válida para os motociclistas de mais baixa estatura, que pretendam fazer longas viagens.