Teste SYM Symphony S 125 - Proposta equilibrada

A SYM Symphony S 125 é uma das boas novidades que a marca de Taiwan apresenta na sua gama 2020. Ágil, com um motor generoso, esta scooter de roda alta tem um preço contido e argumentos interessantes para ser uma proposta equilibrada.

andardemoto.pt @ 28-9-2020 21:11:50 - Texto: Bruno Gomes | Fotos: Luis Duarte

A SYM, que no nosso país é representada pela Moteo Portugal, tem vindo a conseguir atingir um estatuto invejável no mundo das duas rodas. Ao nível das propostas 125 cc, a marca com sede em Taiwan apresenta diversas propostas que permitem encontrar uma solução para qualquer problema de mobilidade urbana. E uma das scooters mais interessantes e equilibrada é a Symphony 125.

Já disponível na versão base, que aqui testamos, a SYM Symphony S 125 apresenta argumentos interessantes para se tornar numa opção ainda mais relevante para os motociclistas portugueses. Exemplo disso são as jantes de 16 polegadas, a plataforma plana ou ainda o espaço disponível debaixo do assento.

Sem dúvida que o sentido estético da nova Symphony S 125 é um dos seus bons argumentos. Um design apurado e urbano, simples, sem elementos desnecessários, com linhas compactas e que de uma forma geral se unem bem para criar uma scooter elegante e charmosa. A estética trabalhada reforça apenas outras características como a iluminação LED ou a ficha USB que permite carregar dispositivos móveis.

Do ponto de vista prático convém também referir que a SYM Symphony S 125 conta com descanso central e lateral, sem esquecer que como promoção de lançamento, e para além do PVP de apenas 2.399€, o importador nacional oferece uma valiosa top-case à cor da scooter.



Apesar do painel de instrumentos algo desatualizado tendo em conta os padrões mais modernos, mas que ainda assim conta com bastante informação, incluíndo um precioso indicador de combustível digital, a Symphony S 125 é uma moto que recebe o condutor de forma agradável.

A referida plataforma plana é bastante espaçosa. Mesmo para condutores acima de 1,80m de estatura, esta scooter compacta consegue ser confortável, com o assento largo e a 792 mm de altura a permitir chegar facilmente com os pés ao solo, o que aumenta a confiança nas manobras a baixa velocidade.

A qualidade de construção não está ao nível das propostas “premium” de roda alta. Mas para ser sincero, os plásticos apresentam um bom acabamento, pelo que numa scooter que apresenta um preço tão reduzido, esta acaba por ser uma boa surpresa.

O motor monocilíndrico com refrigeração por ar passa agora a ostentar homologação Euro5. Não que na prática isso se traduza em sensações muito diferenciadas do que já conhecíamos de gerações anteriores. Com uma potência que supera ligeiramente os 11 cv, este motor revela uma boa performance em aceleração desde parado e em recuperações.



É um motor que oferece uma resposta alegre aos impulsos no acelerador, e tendo em conta que o peso do conjunto é de 123 kg (a seco), podemos dizer que é um motor eficiente, e nem mesmo as subidas de maior inclinação serão problemáticas para esta unidade motriz manter a velocidade. De forma surpreendente, nem mesmo com dois ocupantes a Symphony S 125 apresenta dificuldades ao nível da força do motor. Uma boa surpresa!

Por estas razões, conduzir a Symphony S 125 em cidade transforma-se num prazer, pois a resposta do motor, sem vibrações, colabora com as dimensões compactas e carenagens esguias que nos permitem cruzar por entre os trânsito sem dificuldades de maior. Não conta com os cada vez mais habituais sistemas de “start & stop”, pelo que os consumos médios não são tão baixos como algumas das suas rivais: neste teste o consumo verificado foi de 2,95 litros / 100 km. O que tendo em conta o depósito de combustível de apenas 5,4 litros, impede esta SYM de percorrer mais de 200 km sem parar para reabastecer.

As jantes de 16 polegadas oferecem um comportamento excelente ao nível da estabilidade, e apenas os pneus CST são alvo de crítica. Mesmo estando quentes, estas borrachas que equipam a Symphony S 125 não são indicadas para definir trajetórias mais apertadas ou adotar uma condução mais agressiva.

Foram várias as vezes que senti a frente a escorregar pois o pneu CST não encontra a mínima aderência mesmo em asfalto seco. A roda traseira não se nota tão “escorregadia”, mas mesmo assim foi notório que a aderência não tem o nível desejado para inspirar confiança.



A velocidade máxima ronda os 100 km/h. A descer o ponteiro do velocímetro marcará os 110 km/h. Esta velocidade revela claramente que a Symphony S 125 não é uma opção para quem precisa de circular em vias mais abertas como autoestrada, até porque a proteção aerodinâmica não é especialmente eficaz.

Os discos de boas dimensões (260 mm e 240 mm) estão bem dimensionados para as exigências de travagem desta scooter taiwanesa. O “feeling” quando apertamos as manetes é progressivo e sem ser esponjoso, e a potência disponível, principalmente no travão dianteiro, é mais do que suficiente para abrandar de forma segura a Symphony S 125. Nem mesmo a ausência de ABS por troca com sistema combinado penaliza o comportamento em travagem.

Já ao nível das suspensões a sensação com que ficamos é que a SYM instala um conjunto mais vocacionado para garantir uma resposta dinâmica mais imediata. Isso traduz-se em suspensões algo secas nos pisos mais degradados, embora do ponto de vista de condução isso permita enfrentar com mais confiança as transições de inclinação. Com isto não quero dizer que as suspensões sejam duras em demasia, pois de facto não são. Apenas pretendo destacar o cariz algo desportivo, principalmente nos amortecedores traseiros.

Do ponto de vista prático, debaixo do assento caberá um capacete jet ou um integral de dimensões mais compactas. No entanto, e tendo em conta que a Moteo Portugal está a realizar uma campanha de lançamento deste modelo em que oferece uma top-case, a Symphony S 125 fica então com uma capacidade de carga bastante alargada.


Veredicto SYM Symphony S 125


De uma forma geral, esta versão base da scooter de roda alta da SYM apresenta argumentos sólidos que a tornam numa proposta bastante equilibrada para uma utilização maioritariamente citadina.

Com um design trabalhado e acabamentos bem conseguidos, tendo em conta o preço a que é proposta, a Symphony S não desilude e até chega a surpreender ao nível da dinâmica que o seu chassis proporciona. Apenas peca pelos pneus escolhidos.

Com a SYM a oferecer uma garantia de 5 anos ou 100.000 km – a demonstração da confiança que a marca de Taiwan tem na fiabilidade da scooter e na qualidade dos materiais –, um baixo custo de aquisição e manutenção, e um motor que se revela mais forte do que à primeira vista poderemos ser levados a pensar, esta scooter de roda alta é uma das boas surpresas deste ano pela facilidade com que se deixa conduzir.

Neste teste utilizámos os seguintes equipamentos de proteção

Capacete – Shark Evo-One 2
Blusão – Ixon Cobra
Calças – REV’IT! Orlando H2O
Luvas – Ixon RS Slick HP
Botas – TCX Mood GTX

andardemoto.pt @ 28-9-2020 21:11:50 - Texto: Bruno Gomes | Fotos: Luis Duarte


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