Susana Esteves

Susana Esteves

Jornalista e motociclista

OPINIÃO

Anda meio mundo a tentar lixar a vida a outro meio

(porque não me deixam dizer asneiras aqui)

Ah, a era digital! Essa bela realidade que mudou o mundo e facilita a vida a toda a gente. E é esta a ideia que temos de manter sempre presente – facilita a todos, incluindo àqueles que querem viver à custa dos outros.

andardemoto.pt @ 1-1-2025 12:30:00 - Susana Esteves

Quem quer comprar ou vender uma moto recorre obviamente à internet, ao tradicional anúncio, nas tradicionais plataformas. Mas infelizmente os esquemas de burla nascem às centenas e são cada vez mais criativos.

Uma pessoa de família colocou a moto à venda, recebeu as habituais mensagens de baixa de preço, as 320 perguntas da praxe e os naturais pedidos para ver a moto. Nada fora do habitual.

No dia combinado lá estava o interessado a ver a moto, sem nada que desse “sinais de alerta”. No entanto, a sempre incomodativa parte da negociata e da pergunta - “não pode baixar um pouco” deu origem a um diálogo estranho que levou o meu familiar a perguntar: “Qual foi o preço que viu?”


Vou resumir: o anúncio foi totalmente clonado, em várias plataformas, com um valor muito mais baixo e atrativo. A ideia seria a pessoa falar sempre com o vendedor real, mas fazer o negócio com um NIB falso.

E antes de pensarem: mas isto é parvo, porque ninguém cai nisto. Cai. Aparentemente a clonagem de perfis é uma #trend e muita gente cai, seja na compra de motos ou de outros itens.

Quem o faz nada tem a perder, lança iscos e se alguém morder é só lucro. Toda a gente já conhece a burla do negócio perfeito, com uma moto TOP a preço da uva mijona. Se o preço é demasiado baixo, há um motivo. Procure-o.

Há também o clássico da moto “Inexistente”, com preço justo, fotos fantásticas, descrição encantadora, mas depois descobrimos que a moto “está na garagem do pai, que vive no Algarve” e ele “só aceita transferência bancária”. Mas como é um porreiro até arranja transporte a um preço mais barato, porque tem um primo que a pode entregar.


Não nos podemos também esquecer do “Amigo” do estrangeiro, que se mudou para outro país e precisa de alguém “de confiança” para cuidar da venda. Ou até do vendedor Especializado, que coloca fotos da moto em várias poses, como se fosse um modelo de passarela. Garante que tem poucos quilómetros, quase nova, fala sempre numa linguagem técnica e super especializada para dar aquela ideia de confiança e depois vende gato por lebre.

E podemos achar que isto são esquemas que não funcionam, mas estamos enganados. Existe sempre alguém que cai, porque na verdade eles estão cada vez mais arrojados.

É claro que depois isto conduz ao reverso da medalha. Nós ficamos tão alerta e tão desconfiados de tudo que criamos um filme digno de Hollywood dentro da cabeça e acabamos por parecer alucinados. Foi o que aconteceu comigo quando vendi a última moto. Mas depois conto…

Até lá, boas curvas

Se for comprar uma moto: pesquise, desconfie, nunca compre sem ver, evite pagamentos antecipados ou transferência bancária para desconhecidos e confie no seu instinto.

andardemoto.pt @ 1-1-2025 12:30:00 - Susana Esteves

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