Novos pneus Michelin em foco nos treinos MotoGP

Com tudo a tomar forma depois dos primeiro treinos no Qatar, uma coisa parece certa: Os novos Michelin vão jogar uma cartada decisiva. Ou, melhor dizendo, a confiança neles depositada por cada um dos pilotos. 

Explicamos:

Severamente criticada no ano passado pelo falhanço, nalgumas pistas, por não fornecer borrachas consistentes, duradouras e que não induzissem problemas de “chatter”, a marca francesa investiu pesadamente no defeso que agora acaba, para encontrar uma base estável para 2017, tendo criado um novo MICHELIN Power Slick que foi testado na última corrida do ano de 2016, em Valência.

Perfil e carcaça estão pois definidos e não vão mudar. Depois será apenas adequar a mistura às necessidades de aderência de cada pista. Mas há um senão!

A nova solução, em qualquer das agora três opções à disposição (no ano de 2016 apenas existiam duas), "mexe" mais que as anteriores, especialmente na fase critica da travagem.

Alguns gostam (Viñales é um caso óbvio), mas outros preferem estabilidade sem sentir a moto mexer tanto sob o efeito de desaceleração, quando todo o peso se concentra na dianteira (Valentino Rossi). 

Alie-se a isto a conhecida estabilidade da Yamaha M1 em curvas rápidas – basta lembrar as melhores corridas de Lorenzo o ano passado – e está justificado o facto delas terem estado, aqui em Losail, sempre entre as mais rápidas.

Ironicamente, em vista da sua reconhecida potencia brutal, a Ducati é uma das marcas que melhor está a reagir aos novos pneus, neste caso porque a sua sofisticada electrónica “amansa” a entrega brutal do Desmosedici... e com uma ajudinha da aerodinâmica a carregar a frente... Para já, é justo dizer que Lorenzo ainda não está a aproveitar todo o potencial que essa combinação pode dar.

Depois Iannone, que tem vindo a aproveitar as características da Suzuki, que com o seu 4-em-linha se aproxima do comportamento mais equilibrado da Yamaha, e que casa bem com a condução agressiva do Italiano...

As Honda, estão entre as primeiras, mas com a semelhança de tempos da moto satélite de Cal Crutchlow para as oficiais de Marquez e Pedrosa a deixar antever que a moto é um factor limitador neste momento...

E como se irão comportar os Michelin com as Aprilia e as KTM, suaves nos pneus mas pela razão errada de défice de potência?  

Entre a proximidade do deserto e a corrida sob holofotes, o Qatar sempre foi uma corrida pouco típica... daqui a pouco, nos treinos Q1 e Q2, já se tirarão as dúvidas! 

Uma das grandes novidades para 2017 é o "Tyre Detection System", um sistema de identificação incluído nos pneus, que funciona remotamente através de tecnologia de rádio frequência e que identifica com um número único cada pneu, sendo a informação também validada por um código de barras, e que permite à Dorna saber em tempo real que pneus cada moto tem instalados, para posterior divulgação à comunicação social.
Através do sensor de pressão de ar instalado em cada roda, que tem incluído um pequeno emissor de rádio, é feita a leitura do sinal emitido pelo identificador electrónico existente no pneu e instantaneamente transmitida a informação, via transponder, para os diversos receptores instalados na pista.